Caminhos da Solidão

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O ruivo estava deitado em sua cama, o quarto mergulhado em um silêncio opressivo. A escuridão era quebrada apenas pela luz suave que entrava pela janela, lançando sombras longas e inquietantes nas paredes.

Seu rosto estava enterrado em um travesseiro, que estava ensopado de lágrimas. O som abafado de seu choro misturava-se com o murmúrio distante da cidade, um lembrete constante de que o mundo continuava a girar, indiferente à sua dor.

Cada lágrima parecia trazer à tona uma memória dolorosa, um lembrete de tudo o que ele havia perdido.

Nakahara se sentia completamente consumido pela solidão, e a dor da separação de Dazai estava se tornando uma presença constante em sua vida. Ele queria gritar, queria que a dor desaparecesse, mas tudo o que restava era o choro silencioso e a sensação de estar preso em um buraco profundo.

Ele tentou se lembrar dos momentos felizes, das risadas compartilhadas e do amor que os unia, mas essas lembranças eram ofuscadas pela dor. O sentimento de ter sido abandonado parecia esmagador, e a falta de resposta do moreno apenas aumentava o vazio.

Ele não entendia... Não entendia como seu namorado poderia ter o traído daquela forma. Ele nem disse nada! Só escondeu de Chuya como se nem se importasse.

Era só isso? Anos desperdiçados por uma mentira?

"Por que eu ainda sinto que ele está aqui, mesmo quando ele não me procura?"

"Será que tudo o que tivemos não significava nada para ele? Por que ele não me respondeu?"

"Se ele realmente se importasse, não teria feito um esforço para me procurar, mesmo que fosse só para me dizer que precisava de espaço?"

Esses milhões de pensamentos inundavam a cabeça do baixinho.

— Esse idiota... — Chuya tentou dizer, mas sua voz falhou, a frustração misturada com a tristeza tornando-a quase inaudível.


Demorou um tempo, mas o ruivo conseguiu se forçar a sair da cama. Ele sentou-se à beira, o rosto ainda molhado e os olhos vermelhos.

Ele tentou respirar profundamente, mas a dor persistia, como uma ferida aberta que não queria cicatrizar. Cada respiração parecia uma batalha, cada pensamento uma tortura.

Ele se levantou lentamente e caminhou até o espelho, olhando para seu reflexo. O rosto pálido e abatido que ali se refletia parecia um espelho da dor interna que consumia seu ser.

— ...Eu... Não posso continuar assim... — sussurrou para si mesmo, um grito silencioso de desespero.

"Talvez seja melhor aceitar que tudo foi uma farsa e que ele nunca se importou comigo." Chuya pensava, finalmente percebendo que algo dentro dele parecia ter sido quebrado, um pedaço de sua alma que nunca mais seria o mesmo.

— E-eu odeio você, Dazai...! — O Nakahara apertou os punhos, se forçando a repetir aquela frase cada vez em sua cabeça... Seu rosto estava distorcido pela raiva e pelo sofrimento. Ele olhou para o espelho, tentando se convencer de que o ódio era a resposta, que a dor poderia ser substituída por uma raiva forte o suficiente para destruir as memórias de um amor perdido.

A solidão e a confusão se entrelaçavam, enquanto ele lutava para encontrar uma saída para o labirinto escuro de seus sentimentos.


Chuya estava sentado no sofá da sala de estar, com o rosto pálido e os olhos vermelhos. Paul entrou no ambiente, notando imediatamente o estado abatido do irmão.

— Chuya, você está bem? — O homem perguntou, com um tom de preocupação genuína, aproximando-se.

O ruivo não respondeu de imediato, o peso da dor impedindo-o de articular palavras. Finalmente, ele ergueu a cabeça, os olhos transbordando lágrimas.

Amor e ódioWhere stories live. Discover now