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𝒑𝒆𝒓𝒄𝒚 𝒋𝒂𝒄𝒌𝒔𝒐𝒏
— Estelle, pare de babar no meu cabelo! — reclamei, rindo, enquanto minha irmãzinha de dois anos tentava escalar minhas costas como se eu fosse uma montanha.
Ela riu em resposta, os cachinhos balançando enquanto tentava me alcançar de novo. Com uma gargalhada, a levantei no ar, girando-a. Seus olhos azuis brilharam de felicidade, e eu me perguntei como alguém tão pequeno poderia ter tanto poder sobre mim.
— Percy, você vai se atrasar se não se apressar! — A voz da minha mãe veio da cozinha, carregada com aquela mistura de carinho e preocupação que só as mães conseguem.
— Já estou indo, mãe! — Respondi, depositando um beijo na testa de Estelle antes de colocá-la no chão. — Se cuida, Estelle. Prometo que volto para brincar com você depois da escola.
Ela balançou a cabeça vigorosamente, como se entendesse, e correu em direção à sala de estar para continuar brincando com seus brinquedos.
Peguei minha mochila e fui para a porta, acenando para minha mãe. O caminho para a escola era curto, mas eu sempre preferia caminhar devagar, aproveitando os minutos de paz antes de enfrentar o caos que era o ensino médio.
Chegando lá, no entanto, a paz parecia estar em falta. Assim que entrei pelo portão, percebi que algo estava diferente. Um burburinho tomou conta do pátio, como se algo importante tivesse acontecido.
— O que está rolando? — Perguntei a Leo, que estava encostado em um dos bancos, aparentemente tão intrigado quanto eu.
Ele deu de ombros, mas os olhos estavam fixos em um ponto à distância.
— Parece que alguém novo chegou. Todo mundo está falando sobre isso.
— Novo? — Levantei uma sobrancelha. — Quem seria interessante o suficiente para causar esse alvoroço?
Foi quando vi. Uma mancha de cabelo ruivo brilhante, uma risada que eu conhecia bem demais. Meu coração parou por um segundo, reconhecendo instantaneamente quem era.
Rachel Elizabeth Dare.
A última vez que a vi, nós tínhamos 14 anos, e eu estava tentando entender por que ela tinha me beijado no Baile de Primavera. Eu nunca esqueci aquela noite, principalmente porque foi o primeiro beijo que realmente mexeu comigo. Agora, ali estava ela, cinco anos depois, parecendo tão confiante e vibrante quanto antes.
Ela estava cercada por um pequeno grupo de curiosos, todos tentando conversar com ela ao mesmo tempo. Eu fiquei parado por um momento, observando-a, e uma onda de nostalgia me atingiu. Aquele beijo não tinha sido algo que eu esqueci facilmente. Para ser honesto, eu não tinha certeza se havia esquecido.
— Ei, Percy, você está bem? — Leo me cutucou, me trazendo de volta à realidade.
