Olhos atormentados.
Quando a rainha faleceu, deixando suas duas filhas, e seu pequeno herdeiro - que não viveu por mais do que algumas horas - uma sombra negra se espalhou pela Fortaleza Vermelha. Rhaella, com apenas dois anos não podia compreender a situação. Mas logo percebeu a ausência da mulher.
Durante algumas noites quase não pode dormir, chorava angustiada, sentindo também falta de seu progenitor que deprimido deixou de visitar a princesa.
Quando, no entanto, o homem pediu que a levassem aos seus aposentos na segunda semana, a menina dormiu sua primeira noite completa, desde o falecimento de Aemma.Três anos depois
"Sangue e fogo, dragões voam aos céus. Quando um homem de cabelos prateados se aproxima, seus olhos violeta refletindo algo, chamas?"
"Rhaella" um, dois e três "Rhaella" mordaças "Rhaella" sangue e gelo.
"Princesa" me chamam outra vez.
Meus olhos abrem e fecham novamente, levo minha mão ao meu rosto tentando me proteger da luminosidade.
"Deve levantar, logos teremos que sair"
a criada fala, preparando meu banho.
Meus olhos correm pelos aposentos, lentamente me recordo do dia de hoje.Segundo dia de nome, de Aegon.
Com a cabeça deitada sobre a mesa, eu observava o ambiente. O pequeno Aegon agarrado aos braços de sua mãe, que o exibia como um troféu, o primeiro filho homem do rei. "Todos o amam" digo para minha irmã, que parece insatisfeita.
O menino sorri, atraindo toda a atenção. Seus cabelos prateados, cortados pouco acima de seus olhos lilases.
Quando a rainha entrega a criança para uma mulher de cachos dourados, o menino começa a chorar, e as pessoas riem, como se ele fosse um brinquedo.
Cansada de observar essa cena, caminho para fora da tenda. Era um dia ensolarado, homens com peças de caça afiadas em suas mãos, cobrindo toda a extensão em um raio de cem metros.
Deveria haver algo de interessante em caçar, mas meu pai jamais me permitiria descobrir.
Observo os arredores quando escuto gritos na tenda, e Rhaenyra sai aparentando ter discutido com alguém, provavelmente com papai. Penso em correr atrás dela, mas não acredito que eu teria teria utilidade, então apenas olho enquanto ela se afasta.
Algumas horas se passam, os homens enviados a procura da princesa ainda não voltaram, e não tivemos notícias desde o entardecer.
Apesar de estar preocupada, não posso evitar fechar os olhos. Mais uma vez, minha mente parece me alertar sobre algo.
Tudo parece escuro, mas um odor estranho preenche o ar. Posso ouvir dragões ao longe. Sinto o chão, quando dou um passo a diante, seguido de outro, e depois mais um, até que eu não posso mais contar.
O cheiro começa a me incomodar, metálico. Sinto algo gelado em minhas mãos, uma sensação estranha me preenche. Meus olhos se abrem.
Estou novamente na campina, mas não lembro de ter vindo até aqui, apenas agora começo a perceber a situação. Todos me olham, ao longe. O odor metálico ainda me cerca, quando olho para minhas mãos vejo uma tinta vermelha. Como me sujei?
Meu corpo se vira involuntariamente, e apenas agora eu vejo, o cervo branco caído aos meus pés. Tinta? Não, sangue em minhas mãos, pernas e rosto. Mas eu não posso me lembrar de como aconteceu.
Princesa Rhaella Targaryen.
Mais um capítulo, curto também, mas acho que manterei assim.Ainda estou contextualizando a história, mas em breve pretendo chegar na parte mais interessante.
Pretendo trazer diversas reviravoltas, e tragédias, além das que já conhecemos.
Rhaella tem treze anos a menos do que Rhaenyra.
Estão gostando? Ainda estou tentando me adaptar com escrita e textos mais longos.
Comentem se quiserem novos capítulos.
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BLOOD AND SCALES
Fantasy"O príncipe Baelon saiu, mas a rainha Aemma continuou a sangrar. O maçante e frio som de suas contrações fez ecoar por toda a Fortaleza Vermelha, e Viserys estava ao seu lado, segurando a mão dela enquanto os mestres faziam o que podiam. Quando Aemm...