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Esse livro foi completamente inspirado em piratas do Caribe e numa arte linda que eu vi no instagram @mita.mkt

Esse livro é dedicado para minha melhor amiga / amor platônico da minha vida / minha James Potter do meu Sirius Black (gay_MALIGNO)

⚠️ PS: eu amo Starchaser e Wolfstar do fundo do coração, mas se alguém aqui falar mal da Lily Evans ou da Tonks está sujeito a paulada ⚠️


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O mar de Slytherin estava sobrenaturalmente agitado. James sabia que isso só podia significar duas coisas: ou eles haviam entrado no mar de Gryffindor sem perceber ou eles finalmente estavam no território das sereias. E, considerando que o capitão Tom Riddle nunca tinha errado sequer uma rota em toda sua vida, James achou melhor se juntar aos outros homens que corriam em busca de algo para cobrir seus ouvidos.

Se as lendas forem verdadeiras, qualquer pequeno vislumbre de uma canção de sereia faria todos eles pularem da amurada do navio sem pensar duas vezes. Apesar do enorme perigo, era de conhecimento geral que as sereias eram a chave para tesouros e magias que nenhum homem poderia sequer sonhar.

O capitão Tom Riddle estava em busca das sereias desde muito antes de James se juntar à sua tripulação, quase 10 anos atrás. E essa busca foi preenchida por inúmeras pesquisas, estudos de mitos e lendas e a perda de incontáveis navios. As águas de Slytherin, apesar de tranquilas e livres de tempestades, eram traiçoeiras e sombrias. Todo e qualquer pirata que navega pelos quatro mares sabe que o território das sereias é um cemitério de navios, mas todos se arriscam atrás da promessa de riquezas e de magias tão poderosas que poderiam dobrar o oceano sobre sua vontade e curar quaisquer doenças.

Segundo os mitos, o tesouro do oceano está escondido numa ilha no meio do território das sereias. Dizem que há tanto ouro e riqueza que seriam precisos 50 navios para carregar tudo e que, escondida bem no coração da ilha, existe uma nascente de água doce capaz de curar qualquer ferida e até mesmo garantir imortalidade aos que se provarem fortes o suficiente para carregar o poder do mar. James não acreditava que algo tão poderoso poderia existir, mas ele iria até os confins do mundo com seu capitão. Ele o acolheu com apenas 11 anos, depois que seus pais morreram num naufrágio.

James ficou perdido em seus pensamentos até que viu a agitação no convés principal. Todos os marinheiros estavam se amontoando ao redor de uma rede de pesca com olhares arregalados.

Presa no meio daqueles fios emaranhados e se debatendo violentamente estava a coisa mais linda e assustadora que James já viu em toda a sua vida: uma sereia. Com uma cauda esverdeada e brilhante, uma pele pálida e cabelos pretos curtos e encaracolados.

James observou pasmo enquanto os homens arrastavam a rede com a criatura em direção a um tanque de vidro cheio de água e a jogavam descuidadamente lá dentro. A criatura se debateu violentamente batendo no vidro com suas mãos delicadas, mas não teve nenhum resultado em conseguir se libertar. Uma tampa de madeira fechou a criatura lá dentro e correntes pesadas envolveram a caixa.

Com a sereia devidamente presa todos os marinheiros começaram a correr de um lado para o outro tentando mudar a rota do navio para águas mais tranquilas, como o mar de Hufflepuff. Mas James ficou completamente enraizado no lugar, somente encarando aquele monstro terrível que poderia afundar navios e levar homens à loucura absoluta somente com sua voz.

Ele se aproximou lentamente, parando a apenas um palmo de distância do vidro. De perto ele conseguiu perceber que a cauda da sereia era de um verde escuro que ia ficando mais claro em direção à ponta, e o brilho que ele tinha visto antes era um efeito do sol sobre as escamas.

A sereia bateu no vidro com força, chamando a atenção de James para seu rosto.

- Oh! - ele deu um pequeno suspiro de surpresa. Aquele definitivamente era o homem mais bonito que ele já tinha visto.

James não conseguiu desviar o olhar dos olhos cinzentos da criatura, ele não conseguia ver um monstro ali. Apesar da expressão fria e um pouco raivosa, os olhos da criatura só transmitiam medo e um brilho suave de gentileza. Ele parecia terrivelmente pequeno e assustado e, por um momento, James se perguntou o que raios eles estavam fazendo.

Uma mão forte apertando seu ombro o fez dar um pulo para trás e desviar sua atenção da criatura.

- Não fique muito perto dessa coisa - o capitão Riddle disse cuspindo na direção do tritão - ele pode acabar entrando na sua cabeça e você vai estar se afogando antes mesmo de entender o que diabos aconteceu.

- Eu não seria tão estúpido a ponto de me afogar...

- Você é um bom garoto, Jamie, esses monstros se aproveitariam da sua bondade para te manipular.

- Eu sei disso, pai, mas ele...

- Não discuta Jamie, eu sei o que é melhor para você, fique longe dessa coisa.

- Sim senhor.

James deu uma última olhada naqueles olhos cinzentos, um arrepio subindo por sua coluna enquanto ele se afastava.

Poucas horas depois, quando o sol já estava alto no céu, eles alcançaram o mar de Hufflepuff. Todos puderam tirar um tempo de seus afazeres e aproveitar a tranquilidade daquelas águas cristalinas.

Eles estavam se reunindo em volta do tritão novamente, com o capitão Riddle fazendo um discurso animado sobre como estava orgulhoso de todos eles e que eles seriam os homens mais ricos e poderosos a navegarem nos quatro mares.

James estava envolvido nas palavras do capitão quando algo desviou sua atenção. O tritão estava se debatendo dentro do tanque como um homem se afogando, batendo as mãos na tampa da caixa desesperadamente.

- Ele está sufocando...

- O quê? - o capitão Riddle perguntou irritado com a interrupção de seu discurso.

- Ele está sufocando - James repetiu enquanto se lançava para a frente e batia sua adaga entre a borda da caixa e a tampa, erguendo-a levemente.

O tritão parou de se debater e respirou profundamente e desesperado. Por um segundo ele encarou James como se estivesse querendo agradecê-lo, mas então suas pupilas dilataram até a cor de seus olhos desaparecerem completamente. Seu rosto adquiriu uma expressão que só poderia ser descrita como selvagem e ele começou a bater violentamente contra o vidro. Usando a força de sua cauda repetidamente até que uma pequena rachadura apareceu.

Num último esforço ele jogou todo o seu corpo contra a caixa, arrebentando o vidro e caindo no convés em uma mistura de água, cacos de vidro e sangue proveniente de pequenos cortes.

Antes que qualquer um conseguisse processar o que aconteceu o tritão se arrastou até onde James estava parado e agarrou sua mão.

- James... - a criatura falou num fio de voz.

- Não toque nele, porra! - o capitão Riddle gritou enquanto acertava o rosto da criatura com um tapa tão forte que o fez tombar novamente no chão.

O tritão se encolheu em volta de si mesmo no chão e, para a surpresa de todos, alguma coisa estava acontecendo com ele. Primeiro foram as mãos que perderam as pequenas membranas que ficavam entre os dedos, depois as guelras que diminuíram até sumir completamente e, por último, sua cauda foi substituída por um par de pernas humanas.

No lugar da criatura metade-peixe havia agora um homem pálido, completamente nu, mas que ninguém duvidaria que era humano se não tivesse visto sua transformação. O único detalhe estranho, que parecia não combinar com o restante era o olho terrivelmente inchado e avermelhado em decorrência do golpe desferido.

- Fascinante... - o capitão Riddle disse enquanto envolvia suas mãos ao redor dos cabelos do tritão e o levantava violentamente do convés - eu li alguns mitos que diziam que sereias podiam mudar de forma quando quisessem andar na terra, mas não imaginei que seria uma transformação tão completa... Essa coisa maldita quase parece um humano de verdade! - ele arrulhou enquanto atirava a criatura de volta ao chão - alguém arranje alguma coisa para cobrir esse monstro e amarrem-no ao mastro, sob o sol e sem água. Veremos quanto tempo leva para que ele comece a dizer onde está o que nós procuramos.

Between Waves and SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora