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Apesar dos protestos de Lana, Galger insistiu em carregá-la. Ela se mexeu desconfortavelmente em seus braços suados e pensou várias vezes em se contorcer para fora deles, mas no momento eles estavam correndo para os elevadores e ela queria ir embora o mais rápido possível e eles poderiam correr muito mais rápido. Nicole ficou em silêncio e parecia mais grata ao homem que a carregava, outro membro da equipe chamado Jerard. Quando entraram nos elevadores, Lana viu um dos homens apertar o botão para o nível cinco.

"Por que estamos indo para o setor de segurança?", perguntou Lana.

"Porque é seguro", disse Galger como se fosse óbvio.

Lana tentou não revirar os olhos. "Tem uma sala segura?"

"Para nós, sim", ele disse.

Lana não entendeu exatamente até que as portas se abriram para o nível cinco e a equipe saiu correndo, levando-os por várias passagens até chegarem a uma porta bem grande, que levava ao depósito do nível cinco. Quando eles abriram a porta, Lana descobriu que a sala havia sido tomada pela equipe de Galger e transformada em uma sala de segurança improvisada. As portas estavam trancadas e sob vigilância, as caixas foram empurradas para as paredes de modo que no centro, onde Galger colocou ela e Nicole, havia uma pilha de equipamentos militares, ferramentas e, claro, armas de todos os formatos e tamanhos. Outros membros sentaram-se em caixas menores ao redor do centro, descarregando armas e contando balas, verificando o inventário. Um homem foi visto trabalhando em um Scibot que, como o da sala de segurança em que ela esteve pela primeira vez, foi hackeado para mostrar imagens de segurança em toda a base.

Muitos homens pararam para olhá-las, alguns dando olhares curiosos. Outros, famintos. Lana rapidamente se aconchegou perto de Nicole em um tapete como se para protegê-la.

"Onde diabos você conseguiu esses dois?" veio uma voz familiar. Quando Lana virou a cabeça, ela viu o olhar frio e negro dos olhos do Oficial Torrence.

"Você acredita que eles estavam apenas vagando pela oitava? Um pouco machucados, mas de alguma forma intactos", disse Galger com seu sorriso de lobo.

Torrence não disse nada, apenas olhou para ela, e Lana sustentou seu olhar, mandíbula cerrada. Ele mastigou lentamente seu chiclete, verificando a arma em sua cintura. "Eles não podem ficar aqui."

Galger levantou as sobrancelhas. "Ah, pare com isso, Torrence, temos comida e merda o suficiente. E eles podem fazer companhia aos outros."

O estômago de Lana se revirou e seu rosto queimou. Ela nem queria saber o que ele queria dizer com fazer companhia aos outros. E o jeito como eles falavam como se ela e Nicole nem estivessem ali era irritante.

"Se me permite a ousadia de dizer que nós também não queremos estar aqui", ela disse, agarrando a mão trêmula de Nicole. "Só nos leve para a sala segura mais próxima e acabe logo com isso."

"Agora, agora", disse Galger. "Vamos conversar sobre isso, hein?" Ele disse agachando-se ao lado deles. "Que tal a gente te arrumar, fazer uma boa refeição e resolver as coisas. Parece bom, Torrence?"

Torrence apenas mascou seu chiclete. "Você pelo menos acertou alguma coisa lá fora?", ele perguntou a Galger.

"É, peguei o verme gigante. Devia ver a cara dele. Ou a falta dela." Galger riu.

"Bom. Estou preparando os outros para a próxima viagem. Dillon disse que viu a aranha. Ela fez seu ninho aqui perto. Quero chegar até ela antes que desapareça nas aberturas novamente. Senão, podemos fumá-la."

Lana cerrou os punhos. A caçada era mais do que apenas um trabalho para eles, era um jogo. Ela sabia que tinha que avisá-los sobre o parasita, mas temia que eles também rejeitassem a matança de indivíduos como um jogo.

Prisioneiro do Coração (Companheiros do Mundo Sombrio #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora