23

164 19 0
                                    


Lana foi forçada a descansar apesar de seus protestos de que estava bem, mesmo com a dor e os ferimentos. Ela se sentia muito nervosa para dormir. Tensa demais para ficar ali deitada esperando naquele estranho e falso paraíso de suíte, enquanto lá fora era um inferno. Não ajudou nem um pouco que Xerus estivesse planejando deixá-la para procurar pela base para caçar o parasita. Ela queria poder dizer que não estava preocupada com ele, mas, por mais durável e poderoso que ele fosse, ela ainda tinha suas dúvidas.

"E se você for infectado?" ela perguntou enquanto ele se preparava para sair. "Se o sangue cair em você..."

Xerus lançou-lhe um olhar estranho. "Não posso."

"O que você quer dizer?"

"Sou imune", disse ele.

Lana olhou para ele, incrédula. "Toda a sua espécie é imune?"

Ele resmungou. "É por isso que lutamos sozinhos."

Lana balançou a cabeça. "Mas como?"

"Ele não pode sobreviver dentro de nós. Rexi ni viridu," Somos muito fortes, ele afirmou.

Lana cruzou os braços e sentou-se na cama, encarando. Não havia nada que sua espécie não pudesse sobreviver? Eles também eram imortais?

Como se entendesse seus pensamentos, Xerus soltou uma risada baixa. "Nós podemos morrer. Só não é isso."

"E quanto a Galger e seus homens? Eles estão procurando por você e outros que escaparam", disse Lana. "Para acabar com você."

Xerus bufou. " Sica ri nifas ." Deixe-os tentar.

Lana queria encontrar alguma outra desculpa para ele não ir, mas ela não tinha nenhuma. Quando ele a examinou mais uma vez e pareceu satisfeito, ele foi embora.

"Volto já", ele disse.

Lana ficou em silêncio. Quando ele saiu do quarto e ela ouviu a porta deslizar para abrir e fechar, ela esperou por mais um momento e então se forçou a sair da cama. Lentamente, ela foi até os armários e depois para o guarda-roupa perto da parede, mas eles estavam quase vazios, exceto por um robe extra. Ela desejou ter pelo menos pedido a Xerus para ir procurar roupas.

Ela voltou para o banheiro e encontrou seu macacão descartado ainda jogado no chão. Ela se abaixou e o examinou e viu que não era bom de usar, mesmo que ela o limpasse. Ela o pegou para jogá-lo fora em algum lugar quando ouviu algo batendo contra o chão. Quando ela olhou para baixo, viu seu telefone. De alguma forma, ele não tinha se perdido. Ela o pegou e encontrou a tela rachada e arranhões marcando as laterais. Ela tentou ligá-lo, mas ele estava morto.

Ela jogou o telefone na mesa de cabeceira e enfiou o macacão em um armário, então saiu para o corredor. Na sala de entrada principal, ela ficou olhando ao redor para o brilho bizarro. A sacada nos fundos exibia uma vista para o oceano; tudo era branco, brilhante e limpo. Ela meio que esperava que o serviço de quarto viesse bater na porta a qualquer momento. O bar estava até abastecido, apesar de não estar em uso. Lana estudou o Scibot que estava sentado em um banco de bar, imaginando para que Xerus o estava usando. Sua cabeça estava inclinada para trás de forma errada, seus braços balançando sem vida em seus lados. Ela olhou para a tela do computador em seu peito e viu que mostrava um mapa de Lazris.

Sentada em um assento ao lado, Lana cutucou a tela. Enquanto brincava, verificando as várias opções, ela percebeu que o programa havia sido hackeado. Ela podia ir para um nível e ver um mapa das várias salas normalmente, mas a tela também mostrava dados dentro das salas, como, para sua grande surpresa, o número de formas de vida que atualmente habitavam a área. O programa deve ter sido transferido para a conta de um oficial de segurança de alto escalão para acessar as informações extras. Ela se lembrou de aprender sobre como eles usavam sensores infravermelhos e contadores para marcar certas áreas para que pudessem rastrear o paradeiro das pessoas. Quanto mais ela olhava o bot, na verdade, mais ela se convencia de que era o mesmo bot da sala segura. Depois que todos fugiram, Xerus deve ter roubado. Um plano mais fácil do que tentar hackear um ele mesmo.

Prisioneiro do Coração (Companheiros do Mundo Sombrio #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora