Prisioneiro do Coração (Companheiros do Mundo Sombrio #1)

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O bar era como qualquer outro na cidade. Em Tanis, base L3Z, lar de centenas de recrutas militares, e assim como muitos estudantes, a cidade estava cheia deles. Lana vivia na base há quatro anos e nunca se importou muito em visitar os bares genéricos, iluminados em azul, com mesas pequenas e paredes brancas nuas. Nem mesmo quando os colegas se ofereciam para lhe pagar uma bebida se ela se juntasse a eles. Ela preferia tempo pesquisando em seu laboratório. Ou trabalhando em seu estudo. Sempre havia algo que precisava ser revisto... retrabalhado... analisado.

Mas esta noite era diferente. Esta noite, ela procurou no bar com antecipação esperançosa, esticando o pescoço para espiar por entre dois soldados, seus olhos se esforçando para enxergar através da sala mal iluminada.

Atrás, Lana viu a figura de um homem alto e moreno sentado no canto. Eles se encararam e seu sorriso brilhante perfurou o canto escuro da sala. Ele acenou para ela e Lana sorriu e acenou de volta. Ela deslizou pela multidão facilmente, seu olhar nunca deixando o dele.

“Jacob.” Lana soltou um suspiro. “Deus, faz... uma eternidade.”

O sorriso de Jacob se alargou. “Lana.” Ele se levantou e a abraçou, dando-lhe tapinhas suaves nas costas. “Ou devo dizer, Dra. Lana Hart.” Ele se afastou para olhá-la cuidadosamente. “Você certamente mereceu o título.”

Lana deu de ombros indiferentemente. “Ele vem com suas vantagens.” Ela olhou para o uniforme de Jacob e viu os distintivos em seu peito. “E você, General da Base, é quase difícil de acreditar.”

Jacob riu. “É, de quem foi essa ideia brilhante, certo? É difícil para mim entender também.”

Eles se sentaram e Jacob balançou a cabeça. “Quatro anos. Quem imaginaria? Ainda parece que foi há uma vida que estivemos juntos no Prominus. Com você trabalhando na sua tese…”

Lana sorriu, lembrando. Ela olhou ao redor do bar e avistou alguns Gyda parados ali perto, suas escamas azuis brilhando contra as luzes de neon como se pudessem brilhar no escuro. Jacob seguiu o olhar dela até eles.

“Você fez um ótimo trabalho, Lana. Eu sempre soube que você faria.”

Os Gyda viraram suas cabeças na direção de Lana e encontraram seu olhar. Eles abaixaram suas cabeças levemente. Lana retribuiu o gesto e então olhou de volta para Jacob.

“Quanto tempo levou? Você sabe... para chegar até eles?” Jacob disse, gesticulando em direção aos homens parecidos com peixes.

“Dois anos e oito meses,” disse Lana. “Os Gyda felizmente não são uma raça muito hostil.”

“E isso é uma coisa muito boa. Realmente surpreendente que eles não tenham declarado guerra contra nós assim que seu laboratório começou os testes.”

Os olhos de Lana caíram. “Eu me certifiquei de comunicar perfeitamente que a pesquisa foi completamente por escolha. Foi preciso muito mais para convencer o chefe da pesquisa do que convencer os Gyda de que só queríamos estudá-los para aprender seus costumes; para aprender como eles evoluíram por meio da comunicação, não dissecá-los como espécimes de laboratório.”

Jacob assentiu, entendendo. “Bem, estou feliz que a persuasão funcionou. Eles tiveram sorte de ter o melhor terapeuta comportamental e biológico deste lado do sistema solar em sua equipe. Quanto a isso, aposto que você está se perguntando por que eu o chamei aqui.”

Lana foi atender até que Jacob a impediu.

"Mas primeiro, deixe-me pegar uma bebida para você." Jacob piscou. Lana não o impediu quando ele se levantou e foi até o bar, então alguns minutos depois voltou com dois spritzers brancos. Lana pegou o dela sem reclamar. Ela tomou um gole, observando Jacob beber metade do seu antes de pousar o copo.