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Ela estava caída contra ele, com o rosto apoiado em seu ombro, os braços dele a segurando com tanta firmeza que ela mal conseguia sentir seus movimentos, apenas um leve balançar e balançar enquanto ele deslizava silenciosamente pelos corredores escuros.

Ela não conseguia entender para onde ele a estava levando, apenas que ele não estava com pressa real de chegar lá. Ele parava em certos intervalos como se avaliasse a área. Ouvindo qualquer perigo à frente. Então ele se movia novamente, com passos longos e graciosos. Ele era tão quieto que ela nem conseguia ouvi-lo respirar, como se carregá-la não fosse nenhum esforço para ele. Mesmo quando ele subiu um lance de escadas de emergência, ela mal conseguia sentir a subida e descida do peito dele.

Enquanto ele caminhava pela escuridão, o corpo dela começou a tremer incontrolavelmente. Os dentes dela batiam na boca. Não de frio, já que o calor do corpo de Xerus a mantinha aquecida, mas do terror sem fim do que estava reservado para ela.

Para onde ele a estava levando? E por quê? Por que não acabar com ela agora ou de volta ao quarto? Ele a encontrou como prometeu, mas por que ela não estava morta?

Essas perguntas mórbidas tinham respostas igualmente perturbadoras. Talvez ele fosse demorar com ela. Talvez ele a estivesse levando de volta para algum ninho e fosse trabalhar com ela lentamente, destruindo cada pedacinho dela até que não restasse nada. Mais lágrimas escorreram de seus olhos com o pensamento. Ela chorou silenciosamente em seus braços, mas ele não parou para examiná-la, seus olhos mal a olhavam. Seu peito parecia pesado como se seu coração tivesse se transformado em pedra e estivesse afundando em seu estômago.

Ela se sentia cansada demais para lutar, seu corpo tão pesado. Ela só queria dormir. Acabar logo com aquilo. Ela fechou os olhos e deixou a cabeça cair para trás, rendendo-se ao seu destino enquanto Xerus serpenteava pela escuridão.

Por fim, ele parou e a colocou em um braço. Lana levantou a cabeça ligeiramente e abriu um olho para ver os dedos dele trabalhando em um bloco de porta. Franzindo a testa, ela olhou para a porta de metal diante deles e viu a estrela de Lazris bem no centro, pintada em dourado.

Confusa, Lana observou Xerus digitar o código com sucesso e destrancar a porta, entrando no pequeno saguão além. Ele fez o mesmo para a segunda porta no final até que ela também se abriu. Ele entrou e Lana teve alguns vislumbres selecionados do quarto - ou quartos, na verdade - em que eles entraram. Era semelhante à unidade de Jocab, só que maior. Muito maior. E como se tivessem acabado de entrar em uma suíte de resort exótica, com uma grande sala de entrada que conectava vários outros quartos e uma varanda nos fundos exibindo um cenário falso. Lana não teve a chance de registrar tudo quando Xerus a levou por uma porta à direita, passando para um quarto grande com uma janela larga e falsa exibindo algum tipo de cena de praia. Ele a colocou na cama e prontamente a deixou antes que ela pudesse dizer uma palavra.

Que diabos.

Lana enxugou o rosto molhado, estremecendo enquanto seu rosto ainda ardia do golpe, e tentou se sentar quando sentiu a dor lancinante na coxa e na cintura. Ela olhou para baixo e viu que seu traje estava queimado de um lado, onde o sinalizador o havia atingido. Sibilando de dor, ela podia sentir que estava grudado em sua pele.

Ela olhou ao redor do quarto e viu uma abertura à sua esquerda, mostrando um grande banheiro com uma banheira de mármore. Tudo era branco, imaculado e rico, parecendo algum tipo de casa de veraneio moderna em que sua tia costumava morar. Havia uma grande tela de TV na parede oposta a ela e algumas peças de mobiliário selecionadas, mais decorativas do que úteis. Enquanto estudava o quarto, Lana começou a perceber onde estava.

Esta era a suíte do comandante.

Ela sentou-se ali em choque confuso, olhando para tudo quando a dor em sua perna a trouxe de volta. A horrível pontada em sua coxa a fez gemer e se curvar, as lágrimas ainda ardendo em seus olhos. Ela não sabia para onde Xerus foi, mas não ia esperar que ele voltasse e fizesse... o que quer que ele planejasse fazer com ela. Cuidadosamente, ela se levantou da cama e tentou se levantar. Quando deu um passo, caiu de um espasmo de tontura e dor. Ela engoliu algumas respirações enquanto se agachava no chão. Ela voltou a engatinhar e foi até a porta aberta do quarto. Ela deslizou de volta pelo corredor até estar dentro da sala de entrada principal. Xerus não estava à vista. Gemendo com o movimento, ela passou por um bar situado na parede ao lado da porta e ficou surpresa ao ver um Scibot sentado ao lado dele, curvado para trás em um assento alto, com fios pendurados em seu corpo e seu computador exibindo uma tela de carregamento. Franzindo a testa, Lana parou para se perguntar o que Xerus estava fazendo com ele, então decidiu não ficar por perto para descobrir. Ela passou rastejando e foi para a porta.

Prisioneiro do Coração (Companheiros do Mundo Sombrio #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora