Apartamento 19 | Chandler Bing

002

6:50 am
apartamento 22

Quando acordo de manhã, o sol estava terminando de nascer e eu lembrei que tinha uma entrevista de emprego às 9 hoje. Levantei e lembrei que Chandler estava ali. Dei uma olhada no garoto que dormia tranquilo, respirando lento e relaxado. Sai do quarto e pensei em fazer um café, mas lembrei que ainda não tinha nada no apartamento, nem mesmo uma geladeira.

Volto para o quarto em silêncio e pego uma muda de roupas para o dia. Simples e confortável mas elegante o suficiente. Vou ao banheiro e então escuto os passos de Chandler andando até a porta. Escuto os mesmos três toques de ontem na porta.

– Por que esta fazendo tanto barulho, Joey? – ele diz com uma voz preguiçosa. Não sabia distinguir se ele estava brincando ou realmente esqueceu onde passou a noite.

– Espera só um minuto, Chand – digo enquanto termino de me arrumar.

Ouve-se um silencio e então o barulho de algo caindo. Sai do banheiro rápido para dar de cara com ele deitado no chão de costas para a porta.

– Chandler, acorda – disse enquanto me agachava e o chacoalhava de leve – Se quiser dormir mais volte para a cama.

– Mais 5 minutinhos, mamãe – ele resmunga se virando para mim e abrindo um pouco os olhos – Ah, Luci, o que você ta fazendo aqui?

– Esse é meu apartamento, Chandler.

– O que? – ele se levanta – Mas o que... Ah, eu passei a noite aqui. Passei a noite aqui? – o garoto se vira para mim confuso.

– Sim, passou. Volte para a cama caso queira dormir mais... Sabe qual o mercado mais próximo?

– Tem uma padaria um quarteirão daqui. Não é tão próxima mas é sua única opção.

– Tudo bem, vou de bicicleta.

Depois de ajudar Chandler a voltar para a cama, peguei minha bolsa e sai a procura dessa padaria. Na verdade, o lugar ficava um pouco mais longe do que um quarteirão, mas segui o caminho. A cidade era realmente grande e assustadora, pessoas estranhas passavam por mim o tempo todo. Bem que eu ouvia falarem que Nova York é a cidade dos loucos.

Quando chego, no que acho ser, a padaria, vejo um lugar para prender bicicletas e analisei a fachada do local. Ela pintado de verde e se chamava Martha's Bakes, era um lugar singelo e aconchegante, com bastange plantinhas na entrada. Prendo bem a bicicleta e entro na padaria.

– Bom dia, senhorita – sauda uma senhoirinha vestindo um vestido florido e o cabelo preso – No que posso te ajudar hoje?

– Bom dia, gostaria de algumas coisas para fazer um café da manhã fácil – peço educadamente enquanto caminhava em sua direção.

– Claro, vou trazer os pães do dia – ela sorri e caminha atrás do balcão – Sua primeira vez na cidade?

– Sim, como percebeu?

– Ah, nós que ja estamos aqui a tempo conseguimos distinguir os turistas. Esta para ficar ou só visitando? – ela conversava de uma forma tão doce que era impossível ignorar.

– Vim para ficar. Estou morando a algumas quadras daqui.

– Ah, bom saber – ela diz animada me entregando um saco de pães quentinhos – Aqui. Vou te dar, de cortezia, um cupcake. De boas-vindas.

– Agradeço a gentileza – sorrio animada para a senhora que me entrega o cupcake com cobertura rosa.

Peguei mais algumas coisas como, massa fácil para paqueca — ela diz ser a receita da casa, quase sempre estão em falta —, um pacote de café solúvel e mais alguns aperitivos para um café agradável. Paguei tudo e segui meu caminho de volta para casa. Deixei tudo na cestinha da bicicleta e segui em frente.