Capítulo VIII

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Vince B.

  Estava sentado de frente para o meu Dylan. Ele comia timidamente a lasanha que eu havia mandado preparar especialmente para ele.

  "Que fofo."

  Estávamos em silêncio. Acho que ele ainda não se acostumou com a idéia de que eu mandei sequestra-lo e algum pensamento besta está corroendo a sua mente.

  -A comida está boa?—Perguntei, parecendo tirá-lo de um transe.

  -Hum? Ah, sim. Está boa.

  Voltamos ao silêncio infernal.

  "Eu quero ouvir a voz dele, eu quero tocar ele, eu quero ver o sorriso dele, eu quero sentir o beijo dele de novo."

  Sem perceber minha mão se levantou e foi em direção ao seu rosto, mas antes que eu pudesse toca-lo Dylan se afastou e minha mão ficou parada no ar.

  -Perdão. Tem uma...sujeira aqui—Voltei a minha mão e apontei para o meu próprio rosto.

  -Hum...—Ele limpou a boca e voltou a comer.

  "Merda! Desse jeito eu vou assustar ele ainda mais."

...

  Assim que terminamos de comer Dylan foi para o lado de fora e eu o segui. Ele pareceu não se importar com a minha presença e foi explorar o jardim, de vez em quando se abaixando para ver uma flor mais de perto ou olhando para os peixes do lago.

  "Ele é lindo...O meu Dylan é tão lindo!"

  Dylan entrou para dentro do seu "estúdio", observando novamente cada detalhe.

  -Isso tudo é realmente para mim?

  -Claro! Para quem mais seria? Eu já disse, mandei construir isso só para você, meu amor.

  Os olhos dele brilhavam para o local.

  -Eu...posso pintar agora?

  -Claro, pode pintar ou fazer suas esculturas pelo tempo que quiser. Mas só se me der outro beijo.—Me aproximei do seu rosto, vendo ele me olhar com um pouco de receio.

  Ele hesitou nos primeiros momentos, mas ficou na ponta dos pés e me deu um beijo ao lado da minha boca.

  -Pronto! Agora sai!—Ele me empurrou para o lado de fora e fechou a porta na minha cara.

  -Porra...Eu tenho que arranjar um jeito de te conquistar.—Murmurei para mim mesmo, dando um sorriso ladino.

...

  Dylan havia ficado quase o dia inteiro dentro do estúdio de pintura dele, tendo apenas uma empregada indo de tempos em tempos perguntar se ele precisava de alguma coisa. A única coisa que ele havia pedido era para que eu não fosse até ele em momento nenhum, o que me machucou um pouco.

  -Eu não entendo porque o meu Dylan não quer que eu fique perto ele.—Comentei com Ray enquanto ele tomava sua segunda taça de vinho.

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