Capítulo 2

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Let the sky fall
When it crumbles
We will stand tall
Face it all together
Let the sky fall
When it crumbles
We will stand tall
Face it all together
At Skyfall At Skyfall

- Skyfall (Adele)

***

A última vez que tomou viagem caminhando para algum lugar tão longe fora em sua quarta vida.

Harrold das terras fluviais, ou apenas Harrold, sem sobrenome ou qualquer coisa do tipo seu pai havia falecido de febre quando criança e sua mãe mal conseguia cuidar de seis filhos o que o levou a em uma manhã qualquer acordar com uma 'ordem de despejo' da mesma, deveria deixar a casa pelo bem de todos, o critério para ter sido o escolhido não sabia, talvez por ser o filho mais baixo ou o mais lento ou o mais desengonçado, talvez por ser o filho menos amado e o que potencialmente menos traria resultados e contribuições para casa.

Sem muito rumo ele vagou por todos os cantos e por dias suficientes para não ser capaz nem mesmo de se lembrar assim como a quantidade de vezes que fora roubado ou enganado até se tornar um aprendiz do senhor Gordon Fisher, filho de um peixeiro e tendo o trabalho como uma tradição familiar, o homem logo cedo percebera que aquilo não era uma ocupação ao qual tinha alguma habilidade e ingressou a aprender a arte, como ele mesmo fazia questão de chamar, da ferragem e como seus filhos não pareciam aptos a serem tão bons quanto ele tomou o jovem desconhecido a fim de passar seu conhecimento e ter alguma ajuda no trabalho em troca de um lugar para ficar.

A parceria foi um sucesso, com o conhecimento vasto do antigo peixeiro e a modernidade trazida pelo garoto o velho homem tornou-se famoso e seu nome conhecido, porém o coração de Fisher acabou não aguentando as mudanças trazidas pela guerra e pela fome resultada do bloqueio de alimentos o que o levou a falecer. Harold estava sozinho novamente e quando se deu por conta se viu com uma espada perfurando seu pescoço no meio do campo da Batalha de Pouso de Gralhas vendo os restos da Rainha que Nunca Foi caírem no chão, ou melhor as cinzas dela.

"Será um primeiro ato difícil" ser um bastardo já era algo complicado o suficiente para nunca ter uma vida normal em qualquer lugar que fosse afinal seu nome e sua consciência denunciariam sua existência como o fruto de uma relação fora de um casamento ou pior fruto de um adultério, mas ser um bastardo da família real colocava em risco sua própria sobrevivência naquele mundo e não gostaria de morrer precocemente novamente.

Sua aparência única dos Targaryen estava coberta por um pequeno pano em seus cabelos e seu rosto voltava-se ao chão enquanto caminhava pelos lugares onde se encontravam pessoas para diminuir o risco de repararem suas sobrancelhas. O primeiro passo certamente deveria ser deixar de ser uma bastarda.

"Mas como?"

Era de seu conhecimento que por norma bastardos viviam como bastardos até sua morte salve em algumas ocasiões como a falta absoluta de sucessores, grandes feitos dignos de glória como reconhecimentos em guerras ou que a pessoa em questão seja de importância sem precedentes para coroa, isto claro são aplicações do mundo real para aquela ocasião que se diferenciava apenas por um pequeno, ironicamente falando é claro, grande fato.

Afinal, o que importaria mais para A Casa do Dragão se não fossem os dragões? uma prova incontestável da nobreza de seu nascimento não eram os cabelos ou os olhos, até porque estes nem mesmo possuía, e sim um dragão, ignorá-la se conseguisse reivindicar um para si seria como desconsiderar o precioso sangue Valeriano que tanto se orgulhavam de percorrer por suas veias e consequentemente o privilégio que tinham ao terem a capacidade, ou de proferirem ter ela em exclusivo, de montar aquelas grandes criaturas que voavam pelos céus majestosamente.

Immortal Memories of a TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora