8. A Queda do Porto Real

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O povo saiu aos milhares pelos portões da cidade, levando consigo seus filhos e bens materiais, para se abrigar no campo

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O povo saiu aos milhares pelos portões da cidade, levando consigo seus filhos e bens materiais, para se abrigar no campo. Outras pessoas cavaram poços e túneis sob suas moradas, buracos escuros e úmidos onde esperavam se esconder enquanto a cidade ardia. Uma revolta estourou na Baixada das Pulgas. Quando as velas do Serpente Marinha foram avistadas ao leste na Baía da Água Negra, navegando em direção ao rio, todos os septos da cidade começaram a tocar seus sinos, e turbas tomaram as ruas da cidade e saquearam tudo que havia pelo caminho. Dezenas morreram até que os mantos dourados conseguissem restabelecer a paz.

Com a ausência do Senhor Protetor e da Mão do Rei, e o próprio rei Aegon confinado à cama, queimado, imerso em sonhos de papoula, coube à mãe dele, a rainha viúva, cuidar das defesas da cidade. A rainha Alicent não perdeu tempo, fechando os portões do castelo e da cidade, mandando os mantos dourados às muralhas e enviando mensageiros com cavalos rápidos para buscar o príncipe Aemond.

E ela deu ordem também para que o grande meistre Orwyle enviasse corvos a "todos os nossos senhores leais" e os convocasse a defender o legítimo rei. Contudo, quando Orwyle correu para seus aposentos, viu-se diante de quatro mantos dourados. Um homem abafou seus gritos enquanto os outros o espancavam e amarravam.

Com um saco sobre a cabeça, o grande meistre foi levado até as celas escuras das masmorras.

Os mensageiros da rainha Alicent não passaram dos portões, onde outros mantos dourados os apreenderam. Sua Graça não sabia, mas os sete capitães que comandavam os portões, escolhidos por sua lealdade ao rei Aegon, haviam sido presos ou mortos no instante em que Caraxes apareceu no céu acima da Fortaleza Vermelha... pois o baixo escalão da Patrulha da Cidade ainda amava Daemon Targaryen, o Príncipe da Cidade que os comandara no passado.

Sor Gwayne Hightower, irmão da rainha Alicent e segundo em comando dos mantos dourados, correu até o estábulo para soar o alarme, mas foi capturado, desarmado e levado até seu comandante, Luthor Largent. Quando Hightower o acusou de vira-manto, sor Luthor riu.

- Daemon nos deu estes mantos - disse ele - e eles são dourados por dentro e por fora.

Ele então enfiou a espada na barriga de Gwayne e deu ordem para que os portões da cidade fossem abertos para os homens que estavam desembarcando dos navios do Serpente Marinha.

Apesar de toda a suposta força de suas muralhas, Porto Real caiu em menos de um dia. Houve um confronto breve e sangrento no Portão do Rio, onde treze cavaleiros de Hightower e cem homens de armas rechaçaram os mantos dourados e resistiram durante quase oito horas aos ataques tanto de dentro quanto de fora da cidade, mas o gesto heroico foi em vão, pois os soldados de Rhaenyra entraram incontestes pelos outros seis portões. A visão dos dragões da rainha no céu acima extinguiu o moral da oposição, e os últimos legalistas do rei Aegon se esconderam, fugiram ou se renderam.

Um a um, os dragões desceram. Roubovelha pousou no topo da Colina de Visenya, e Asaprata e Vermithor, na Colina de Rhaenys, diante do Fosso dos Dragões. O príncipe Daemon contornou as torres da Fortaleza Vermelha antes de descer com Caraxes no pátio externo.

𝐎 𝐂𝐎𝐑𝐕𝐎 𝐄 𝐎 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐀𝐎, Benjicot Blackwood Onde histórias criam vida. Descubra agora