Introdução

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Eu sempre fui fascinada por histórias de aventuras. Desde pequena, passava horas em frente à TV, vidrada nas peripécias de Lara Croft e Indiana Jones. Não importava quantas vezes eu assistisse, a sensação de desbravar ruínas antigas, desvendar mistérios e encontrar artefatos perdidos no tempo nunca perdia seu encanto. Minha imaginação me levava a mundos distantes, onde eu, uma simples garota do Rio de Janeiro, podia ser a heroína de minha própria jornada. Era como se eu soubesse, desde aqueles primeiros anos, que o meu destino estava entrelaçado com o passado da humanidade.

Quando decidi cursar arqueologia, parecia que todos os pedaços do quebra-cabeça da minha vida finalmente estavam se encaixando. A escolha não foi difícil; na verdade, nunca houve outra opção. Meus pais ficavam intrigados, talvez até um pouco preocupados, com a minha obsessão por civilizações antigas e lendas esquecidas. Para eles, arqueologia era apenas um hobby curioso, algo que eu superaria com o tempo. Mas eu sabia, no fundo do meu coração, que aquela era a minha vocação, o caminho que eu estava destinada a seguir. A universidade era apenas o primeiro passo em uma longa caminhada, e eu estava pronta para percorrê-la.

No entanto, apesar de toda a minha paixão, o primeiro ano na faculdade de arqueologia não foi exatamente o que eu esperava. Claro, as aulas eram fascinantes, e eu adorava mergulhar nos livros, aprender sobre técnicas de escavação e interpretar textos antigos. Mas, de certa forma, eu sentia que faltava algo. Onde estavam as aventuras emocionantes, os desafios de vida ou morte que os meus heróis enfrentavam? Eu começava a perceber que a realidade da arqueologia era muito diferente do glamour dos filmes e dos jogos. A verdade é que, na maioria das vezes, arqueólogos passam dias, semanas, até meses, trabalhando pacientemente em um único sítio, analisando fragmentos de cerâmica ou catalogando ossos antigos. Eu queria mais. Queria sentir a adrenalina, o perigo, o desconhecido.

Foi então que tudo mudou. Estava em um dia comum, o fim de uma tarde, quando recebi uma mensagem inesperada. O diretor do curso, o Professor Carlos Almeida, me chamava ao seu escritório. Era uma figura imponente, com sua barba grisalha e olhos que pareciam enxergar através da alma. A formalidade do convite me deixou nervosa; raramente os alunos eram chamados ao escritório do diretor sem motivo. Eu me perguntava se havia cometido algum erro, se minhas notas estavam abaixo do esperado, ou se, de alguma forma, eu havia me metido em problemas. Mas quando entrei na sala e vi o sorriso enigmático no rosto dele, soube que algo muito maior estava por vir.

Carlos me entregou uma carta, e enquanto eu a lia, meu coração começou a bater mais rápido. Um arqueólogo americano, Jonathan Custer, tinha me escolhido para uma missão especial. Ele precisava de alguém com minha paixão e determinação para uma caçada global às 12 Pedras do Zodíaco. Cada uma representava um signo do zodíaco e estava escondida em uma parte diferente do mundo, protegida por armadilhas, enigmas e perigos que só existiam em lendas. Mal conseguia acreditar no que estava lendo. Eu, uma estudante do primeiro ano, sem qualquer experiência em campo, estava sendo convidada para uma missão que parecia ter saído direto de um dos filmes que eu amava. O que me assustava era que, ao contrário dos filmes, desta vez era real.

Aceitei a proposta sem hesitar, ainda que a minha mente estivesse inundada de dúvidas e receios. Eu sabia que a missão seria perigosa, que a inexperiência poderia me colocar em situações difíceis, mas não podia deixar essa oportunidade escapar. Era como se o universo estivesse me dando uma chance única de provar para mim mesma e para os outros que eu era capaz. Assim, com a carta de Custer nas mãos e o apoio relutante do Professor Carlos, comecei a me preparar para a maior aventura da minha vida. Eu estava prestes a sair da segurança do campus universitário e entrar em um mundo que só conhecia por meio das telas e das páginas dos livros. E, pela primeira vez, senti que estava realmente vivendo o que sempre sonhei.

The New Tomb Raider - LudmillaOnde histórias criam vida. Descubra agora