Arco da Amazônia - Prólogo

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Floresta Amazônica

Batimentos por minuto: 140

Eu corria, desesperada, com a respiração descompassada enquanto os sons dos passos rápidos dos homens atrás de mim se misturavam com o som das folhas sendo esmagadas sob meus pés. O ar úmido da floresta grudava na minha pele, e cada músculo do meu corpo queimava de cansaço, mas eu não podia parar. A adrenalina pulsava nas minhas veias, acelerando meu coração de forma desenfreada. Estava com medo, mais medo do que jamais havia sentido antes, e isso apenas fazia meus pés se moverem mais rápido, quase sem rumo.

Batimentos por minuto: 150

Eu desviava das árvores, galhos, e raízes que pareciam surgir do chão, como se a floresta estivesse conspirando contra mim, tentando me capturar também. As vozes dos homens se aproximavam cada vez mais, gritavam entre si, trocando ordens e me caçando como se eu fosse um animal encurralado. O coração batia forte dentro do meu peito, ressoando nos meus ouvidos. Podia sentir o suor escorrendo pelas minhas têmporas, misturando-se ao calor sufocante da Amazônia. Tinha que encontrar um lugar para me esconder, um lugar onde pudesse respirar sem que eles me encontrassem.

Batimentos por minuto: 160

Foi então que vi a caverna. Um buraco escuro, escondido entre as raízes de uma grande árvore. Parei por um segundo, os pulmões implorando por ar, enquanto a cabeça rodava com a falta de oxigênio. Sem pensar duas vezes, corri em direção à caverna e me joguei para dentro, sentindo o alívio imediato de estar escondida. O silêncio ali era profundo, quase sobrenatural, abafando os gritos dos homens que estavam lá fora, como se a caverna engolisse o som. Minha camisa branca estava completamente encharcada de suor, colando-se à minha pele, e meu corpo tremia de exaustão.

Batimentos por minuto: 170

Sem fôlego, suspendi a blusa, deixando o meu abdômen e o sutiã preto à mostra, tentando desesperadamente aliviar o calor que queimava minha pele. Eu podia sentir o frio da caverna tocar minha pele exposta, como se a natureza estivesse tentando me reconfortar. Com uma mão apoiada no joelho, outra pressionada contra o meu peito, eu sentia o ritmo frenético do meu coração, como se estivesse prestes a explodir. As batidas eram tão fortes que quase machucavam. Sentei-me no chão de pedra, o frio da superfície contra minha pele parecia acalmar um pouco o pânico, mas o medo ainda latejava no fundo da minha mente.

Batimentos por minuto: 180

O que era aquilo? Que lugar era esse onde me escondi? Enquanto tentava recuperar o fôlego, ouvindo apenas o eco das minhas respirações ofegantes, algo estranho aconteceu. Senti um movimento ao meu redor, algo além da presença sufocante da floresta. Ergui a cabeça, os olhos vasculhando a escuridão à minha frente. Um vulto se moveu nas sombras, rápido demais para que eu o identificasse. Meu coração deu um salto, e me levantei de imediato, os sentidos em alerta, tentando processar o que eu havia visto. Meus olhos vasculhavam o escuro, mas o vulto... desaparecera.

Batimentos por minuto: 190

Segurei a respiração, tentando ouvir algum sinal de que eu não estava sozinha ali dentro. O silêncio voltou a dominar o espaço, mas o ar parecia mais pesado. Meu peito subia e descia com força, os batimentos frenéticos me deixavam tonta, como se eu estivesse prestes a desmaiar. O que quer que fosse, parecia estar me observando, esperando o momento certo. Não sabia se era fruto do meu medo ou algo realmente estava ali comigo. Mas antes que pudesse pensar em correr de novo, tudo ficou escuro, e a caverna, com suas pedras frias, sumiu de vista.

Quando despertei, meu corpo ainda tremia, mas não era mais o calor da floresta que me envolvia. Era o toque gelado da realidade. Por incrível que pareça, era só mais um dos meus pesadelos.

The New Tomb Raider - LudmillaOnde histórias criam vida. Descubra agora