KATHERINE MILDORAN
Eu estava nervosa quando cheguei à boate. Minhas mãos suavam enquanto ajeitava o vestido preto justo que escolhi para a noite. Ele me abraçava nas curvas certas, deixando as pernas à mostra e destacando a pequena fenda lateral. Meus cabelos caíam soltos, levemente ondulados, e meus lábios estavam pintados de um vermelho profundo, quase tão escuro quanto a sombra que pairava sobre minha vida.
Amber me esperava do lado de fora, um sorriso fácil no rosto enquanto trocávamos palavras superficiais. O grupo com quem ela estava já estava animado, rindo alto e conversando sobre as músicas que tocavam no interior da boate. Troquei algumas palavras com eles, o suficiente para parecer parte do grupo, mas minha mente estava a quilômetros dali.
Entramos na boate e a música bateu forte contra meu peito. As luzes piscavam em tons de neon, e o cheiro de álcool misturado ao suor das pessoas no ambiente me envolveu. Não demorou muito até que Amber e os outros me puxassem para a pista de dança. Eu precisava me soltar, esquecer por algumas horas aquele maldito perseguidor, então mergulhei no ritmo da música, deixando meu corpo se mover ao som pulsante.
Mas, por mais que tentasse me distrair, a sensação de estar sendo observada não me abandonava. Meus olhos percorriam o lugar, tentando identificar aquele par de olhos invisíveis que eu sabia que estavam em mim. Ele era bom em se esconder, em ser uma sombra, mas eu estava decidida a forçá-lo a se revelar.
Foi quando avistei um homem atraente, encostado no balcão do bar, olhando na minha direção. Seus olhos eram de um castanho quente, e ele tinha um sorriso confiante que me fez querer jogar tudo pro alto, apenas para sentir algo diferente. Eu sabia que isso o irritaria, o deixaria louco. E talvez fosse isso que eu quisesse, provocar uma reação.
Caminhei até o cara, sentindo os olhos invisíveis queimando em mim. Ele me recebeu com um sorriso maior, e em poucos minutos já estávamos dançando juntos, nossos corpos se aproximando de maneira provocante. Senti as mãos dele no meu quadril, sua respiração no meu pescoço, e meu coração acelerou - não apenas pela excitação, mas pela certeza de que o stalker estava me observando.
Depois de algumas bebidas, a mão do homem estava em meu pescoço, sua boca se aproximando da minha. Eu recuei um pouco, sorrindo para ele de forma sedutora.
- Ainda não - murmurei, deixando claro que o jogo estava longe de acabar.
Ele riu, um som baixo e rouco, enquanto eu me afastava, dizendo que iria pegar outra bebida. Caminhei até o bar, peguei meu celular e, como eu esperava, havia uma nova mensagem.
**Desconhecido** Você está brincando com fogo, pequena. Vou deixar passar dessa vez, mas na próxima, você não vai gostar do que vai acontecer.
Ri baixinho, sentindo uma onda de adrenalina. Respondi sem pensar duas vezes:
**Eu** Eu não ligo para suas ameaças. Você é todo papo, mas nunca aparece. Vamos ver se é homem o suficiente para sair da sombra.
Demorei um pouco mais no bar, esperando uma resposta que não veio imediatamente. Foi então que decidi dar o próximo passo. Voltei para onde o cara estava e o puxei para um beijo intenso. Senti a pressão dos lábios dele nos meus, seu gosto de álcool misturado com algo mais, e isso me deu a coragem que eu precisava.
Ele quebrou o beijo e sussurrou no meu ouvido:
- Vamos sair daqui. Tenho um lugar perfeito para continuarmos isso.
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MY DARKSIDE
Mystery / ThrillerKatherine sempre soube que havia algo de estranho em seu fascínio pelo medo. Desde criança, ela buscava a adrenalina de filmes de terror e histórias de arrepiar. Agora, como estudante universitária, seu passado sombrio parece insignificante comparad...