CAPÍTULO 6

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KATHERINE MILDORAN

O ambiente frio e estéril da delegacia parecia refletir meu estado de espírito. Cada passo que eu dava ecoava, como se o lugar estivesse vazio de vida, vazio de esperança. Violet estava ao meu lado, as mãos firmemente cruzadas, sua expressão era um misto de preocupação e raiva contida. Ela não sabia de tudo que eu estava passando até agora, mas seu apoio era como uma âncora que me impedia de afundar completamente no mar de desespero que estava me engolindo.

Assim que Violet voltou para casa naquele dia, depois de resolver tudo que precisava, não perdi tempo e mostrei a ela as mensagens que o stalker havia enviado naquela noite. As palavras dele ainda estavam cravadas na minha mente, como lâminas afiadas. Ela pegou seu celular e tirou fotos das mensagens, o olhar dela se tornando cada vez mais sombrio à medida que deslizava o dedo pela tela.

— Katherine, isso é doentio. — Violet murmurou, e pela primeira vez senti que ela realmente entendia a gravidade da situação.

— Eu sei... — respondi com um sussurro trêmulo, minha voz traindo o medo que lutava para manter sob controle. — Não sei o que fazer, Violet.

Sem dizer mais nada, ela me puxou para fora do apartamento e fomos direto à delegacia. Sem se importar com a hora, Violet disse que tinhamos que agir. O delegado nos recebeu com uma expressão séria, o tipo de olhar que você só vê quando alguém está se preparando para dar uma notícia que sabe que você não vai gostar.

— Mostrem-me as mensagens. — ele pediu, sua voz carregada de autoridade, mas havia um toque de preocupação ali.

Violet entregou o celular, e eu observei em silêncio enquanto ele examinava cada uma das mensagens. Meu coração batia tão forte que parecia estar prestes a sair do meu peito. Quando ele finalmente ergueu os olhos, não havia surpresa em sua expressão, apenas uma compreensão sombria.

— Este cara sabe o que está fazendo. — o delegado declarou, um tanto cansado. — Ele é claramente alguém com um conhecimento extenso em tecnologia. Provavelmente está usando métodos que deixam poucos rastros digitais, mas faremos o possível para ajudar. Não vamos deixar você desamparada.

Eu queria acreditar nele, queria desesperadamente me agarrar a essa promessa. Mas como confiar em alguém quando o inimigo era tão... invisível? Vi a mesma dúvida passar pelos olhos de Violet, mas ela manteve o rosto firme.

— Não estamos seguras. — Violet disse, a voz dela firme e determinada. — Ele já entrou no nosso apartamento antes. Pode até ter colocado câmeras lá.

O delegado franziu o cenho, obviamente desconfortável com a ideia.

— Vamos mandar policiais para verificar. Faremos uma varredura e colocaremos mais vigilância. Não podemos correr riscos depois do que aconteceu com Brandon.

A menção de Brandon me fez perguntar, com uma voz hesitante:

— Ele está bem?

O delegado assentiu.

— Sim, ele ficará bem. Ele é forte.

Mas mesmo que o delegado dissesse isso, a culpa que eu sentia não desaparecia. Tudo isso estava acontecendo por minha causa. Se eu não tivesse... Mas não, eu não podia ceder a esses pensamentos. Não agora.

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