Sombra de um sentir.

20 11 16
                                    

Há tempos que o tempo levou, 
Mas tua imagem insiste em ficar, 
Um eco distante, que me soa tão próximo, 
Como se o silêncio não pudesse calar.

Teu nome não sai dos meus lábios, 
Embora a razão me peça para esquecer, 
Pois o tempo apaga tantas pegadas, 
Mas não o que não consigo entender.

Dizias que era recíproco, 
Que nosso sentir se espelhava no olhar, 
Mas as palavras, leves como o vento, 
Se perderam antes de pousar.

Por que insisto em te lembrar? 
Se a vida já seguiu seu curso, 
Se a história se desfez nas horas, 
E o amor não encontrou seu recurso.

Talvez seja a falta de respostas, 
Ou o desejo de um fim que não veio, 
Mas sigo a pensar naquele que foi, 
No vazio que deixou em meu seio.

E assim vou seguindo, entre sombras, 
Entre o que foi e o que não será, 
Pois há memórias que o tempo não leva, 
Mesmo quando a razão já não quer lembrar.

Por quanto tempo você vai ficar na minha mente? Onde histórias criam vida. Descubra agora