Entre Horas E Silêncios.

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Há um eco nas palavras que não dissemos, 
Um espaço vazio entre os gestos, 
Onde o tempo se estende, sem pressa, 
E eu me perco no meio do intervalo.

Os dias se alongam, como sombras, 
Na espera de um toque que não vem, 
E a solidão sussurra em meu ouvido, 
Em notas que só eu posso ouvir.

Você corre entre compromissos e sonhos, 
Mas eu fico aqui, presa no meio, 
Tentando preencher os espaços vazios 
Com memórias que parecem evaporar.

As horas passam como folhas caindo, 
Um a um, despencam de ramos esquecidos, 
E o vento leva consigo a certeza, 
De que o tempo, por si só, não cura.

Em teus olhos, eu busco respostas, 
Mas encontro apenas reflexos distantes, 
Fragmentos de uma vida que mal toco, 
Que se esvai como areia entre os dedos.

Eu conheço teus passos, mas não teu rumo, 
E me vejo a caminhar sozinha 
Por caminhos que construímos juntos, 
Mas que agora parecem desconhecidos.

O que sobrou de nós entre os dias, 
Entre as noites que se alongam, frias? 
Será que o amor se esconde no silêncio, 
Ou se perdeu nas palavras não ditas?

Ainda espero pelo brilho de um olhar, 
Que me faça lembrar porque ficamos, 
Mas o brilho se apaga devagar, 
E eu me perco em memórias que já não alcanço.

A vida te chama com pressa, eu sei, 
Mas o silêncio entre nós grita, 
E eu me pergunto, em meio à distância, 
Se o que não dissemos já não nos deixou.

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