Capitulo 5

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Eles saíram do quarto e seguiram em direção à sala. Todos estavam lá, imersos em um silêncio desconfortável, com expressões abatidas. A aura de desânimo era quase palpável, pesando sobre o ambiente. Seus colegas tinham olhares distantes e mal notaram a chegada dos dois.

Katsuki Bakugou entrou na sala com passos firmes, os punhos cerrados, e o olhar ardente. Seus colegas estavam visivelmente abalados, as notícias devastadoras na TV afetando a moral de todos. Ele sabia que precisava falar algo, e rápido, antes que o medo se apoderasse completamente de seus amigos.

"Olhem pra mim, desgraçados!" ele rugiu, sua voz cortando o ar como uma lâmina. "Vocês estão com medo, certo? Eu consigo ver isso nos olhos de vocês. A heroína americana, uma das mais poderosas, caiu tentando derrotar Shigaraki. Eu sei que isso mexeu com a cabeça de vocês. Mas ouçam bem o que eu vou dizer agora."

Bakugou respirou fundo, sentindo a raiva e a determinação queimando em suas veias.

"Ela não morreu em vão. Ela sabia do risco, sabia que poderia não sair viva, mas ela foi lá e deu tudo de si pra salvar o esquadrão dela. E sabem por quê? Porque é isso que heróis fazem, malditos! Ela não recuou, não hesitou. Ela deu a vida pra garantir que o Shigaraki fosse o mais fraco possível pra nós! Pra que a gente tenha a chance de acabar com ele de uma vez por todas!"

Ele encarou cada um dos presentes, os olhos cheios de fogo.

"Vocês vão deixar o medo paralisar vocês agora? Vão ficar chorando como covardes? Ou vão levantar e lutar com tudo o que têm?! Shigaraki pode ser forte, mas ele não é invencível! Ele foi ferido, e isso foi graças a ela! Agora é nossa vez! Não importa se a gente vai sair inteiro dessa ou não. O que importa é que a gente lute até o fim, que a gente acabe com ele e proteja todos que dependem da gente!"

Ele levantou os punhos, os estalos de suas explosões ecoando pela sala.

"Vocês são da 1-A, droga! A gente não vai recuar, a gente não vai ceder! Vamos honrar o sacrifício dela, e vamos fazer esse desgracado pagar com a vida que ele tirou! Quem tá comigo, caramba?"

A sala, antes cheia de silêncio e incerteza, começou a vibrar com a determinação renovada. Bakugou havia conseguido reacender a chama de seus colegas. Não havia espaço para o medo, apenas para a luta.

Izuku o olhava com admiração, os olhos brilhando. Sabia que aquelas eram as palavras que todos precisavam ouvir; caso contrário, o medo e as incertezas poderiam tomar conta e atrapalhar a batalha que se aproximava cada vez mais. Após o discurso do amigo, Izuku percebeu, mais uma vez, o quanto Katsuki havia amadurecido ao longo daquele ano desafiador. Antes, Bakugou era um jovem explosivo que só se importava consigo mesmo, mas agora ele se tornara alguém confiável, em quem todos podiam contar nos momentos decisivos.

Katsuki falou mais uma vez, ainda em tom alto e determinado: "Agora vamos comer, seus idiotas." A sala explodiu em risos com a repentina mudança de assunto. Todos acharam a ideia de comer bem-vinda, especialmente depois de terem recuperado o ânimo. Kirishima se aproximou do amigo, jogando o braço sobre seus ombros e disse: "Belas palavras, Bakubro, achei muito másculo."

Bakugou empurrou o amigo para longe, visivelmente envergonhado. "Sai fora, cabelo de merda!", resmungou. O ruivo colocou a mão na barriga, rindo alto do constrangimento de Bakugou. Aos poucos, a sala voltou à sua típica confusão, com várias conversas acontecendo ao mesmo tempo enquanto tentavam decidir de quem seria a vez de cozinhar para o grupo. Izuku se ofereceu como voluntário, mas foi dispensado quando lembraram de como ele era desastrado na cozinha. Katsuki se jogou no sofá, aliviado por não precisar participar da discussão. Afinal, no dia anterior, ele havia sido o responsável por alimentar a todos, mesmo que, no início, só quisesse garantir que Izuku comesse algo.

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