Capitulo 4

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As aulas estavam temporariamente suspensas, mas os alunos podiam usar os campos de treino para praticar. Após o café da manhã, conseguiram autorização com Aizawa e partiram em direção à zona de montanha. Izuku havia se trocado e seguia tranquilamente seus amigos, quando sentiu ser puxado pela gola de seu uniforme de treino. Virou-se e ficou frente a frente com um Katsuki que o olhava furioso. "Onde você pensa que vai, nerd?" Izuku o olhou confuso. "Treinar, claro."

Como se Bakugou fosse permitir. "Só por cima do meu cadáver. Você vai ver a velha agora. Se ela disser que você pode, aí você vai treinar", disse, arrastando-o pelos corredores até a ala hospitalar, apesar dos protestos de Izuku. "Kacchan, eu já disse que estou bem, não preciso ir", insistiu Izuku, mas Katsuki manteve o aperto firme em seu uniforme, continuando a arrastá-lo. Depois de quase um andar inteiro, Midoriya se rendeu. "Tudo bem, eu vou. Me solta que eu posso andar."

Bakugou parou e o olhou desconfiado, como se fosse algum truque para escapar. Estava preparado para capturá-lo novamente. "Escuta aqui, Izuku. Se você tentar alguma gracinha, eu explodo esse prédio até te encontrar." Falava ameaçadoramente, e seu amigo concordou com a cabeça, sabendo que ele era capaz de fazer algo tão impensado.

Voltaram a andar lado a lado em silêncio pelos corredores, até chegarem à porta branca da recém-reformada sala de tratamento dos alunos, que agora mais se parecia com um hospital para atender todos os refugiados. Havia vários aparelhos modernos para tratamento e monitoramento dos pacientes. O cheiro característico de hospital impregnava o lugar, e Katsuki franziu o nariz, odiando tudo que lembrasse ficar inválido em uma cama enquanto se recuperava. Mas Izuku, acostumado com o cheiro, não se incomodou; já havia se ferido incontáveis vezes, sendo até alertado sobre a possível perda definitiva dos movimentos dos braços, que exibiam cicatrizes por toda a extensão. Notando o desconforto do outro, Izuku se adiantou para falar: "Obrigado por me acompanhar, Kacchan. Pode ir, sei que você não gosta de hospital."

"Cala a boca e entra logo", foi tudo que ele respondeu. Izuku o seguiu até a senhora que estava em uma sala de avaliação. "Até que enfim você veio, Midoriya. Estava esperando por você ontem mesmo, após o seu retorno." Izuku riu constrangido. "Estou bem, Recovery. Kacchan que insistiu em me trazer. Realmente não precisava." Ela se levantou e cutucou sua costela, recebendo um gemido de dor em resposta. "Estou vendo. Venha." Ela o guiou até a maca. "Se está bem ou não, sou eu quem dirá. Agora tire o traje que vou examiná-lo." Izuku olhou de canto de olho para seu amigo, que o olhava da mesma forma. Katsuki estalou a língua e saiu do local, ficando encostado na parede do lado de fora.

Recovery constatou que ele não só ainda não havia cicatrizado totalmente de seus ferimentos antigos, como também havia ganhado outros tantos novos. Ela o olhava, parecendo indignada. "Você e Toshinori são iguais, não sabem a hora de parar." Izuku sentiu o rosto corar de vergonha por estar sendo repreendido novamente. A senhora deu-lhe beijos, usando sua individualidade para acelerar sua recuperação. Izuku sentiu seu corpo pesar na hora, percebendo que precisaria de repouso para recuperar suas forças. Recovery enfaixou suas costelas e outros locais machucados em seu corpo. "Agora deite-se. No fim do dia estará liberado."

Izuku arregalou os olhos; não poderia ficar tanto tempo parado. Iria contestar, mas como um cão de guarda, Bakugou entrou na sala novamente. "Nem pense em sair daqui, nerd! Ouviu a velha, você precisa descansar." Recovery o cutucou com sua bengala em protesto após ser chamada de velha, mas não houve nenhum efeito em Bakugou.

"Bakugou, garanta que ele ficará parado até sua energia ser restaurada. Você sabe como funciona o processo após ser atendido com meu tratamento. No fim do dia ele se sentirá melhor e poderá voltar para o dormitório." Katsuki concordou com a senhora, que saiu logo após passar as recomendações.

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