Capítulo 7

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Ambos caminhavam lado a lado em direção aos vestiários quando Hagakure surgiu correndo e ofegante. "Midoriya, que bom que te encontrei. Preciso de ajuda, o Aoyama está em apuros." Sem dar mais explicações, ela começou a puxá-lo em direção à floresta onde Izuku costumava treinar com All Might. Katsuki os observava confuso e estava prestes a segui-los quando Izuku o interrompeu: "Pode deixar, Kacchan. Eu resolvo isso." Bakugo acenou em concordância e seguiu seu caminho.

"Hagakure, o que está acontecendo?" A tensão tomava conta de Izuku, e sua mente já imaginava vários cenários desastrosos em que o amigo poderia estar envolvido. A heroína invisível estava visivelmente abalada e muito nervosa; suas luvas flutuantes se apertavam constantemente, e sua voz soava assustada: "Eu senti falta dele e fui dar uma caminhada naquela floresta aqui perto, e eu ouvi... eu ouvi..." Ela soluçou. "Ele estava chorando, ele está assustado. Acho que ele fez algo realmente ruim. Os pais dele falaram sobre ele ser um informante do All for One. Eu corri para buscar ajuda." Sua voz estava entrecortada. "Eu... eu não acho que ele tenha feito por mal. Ele não fez por mal... fez? Ele é nosso amigo. Tem que haver uma explicação," ela falava ansiosamente.

A mente de Izuku estava uma confusão de pensamentos caóticos. "Tudo bem, Hagakure. Eu... eu vou falar com ele."

Seguirem em direção a floresta, as árvores deixavam poucos raios solares alcançarem o solo, o lugar era afastado e pouco movimentado. Os únicos sons presentes era o farfalhar das folhas e ocasionalmente o barulho de algum pequeno animal que passava por ali.

Quando se aproximaram do local onde a família de Aoyama estava, Izuku caminhou com passos hesitantes e silenciosos. Logo que chegou, pôde ouvir parte da conversa. Aoyama estava curvado com seus joelhos tocando o chão, lágrimas de desespero marcando seu rosto enquanto dizia: "Maman... Papa... eu queria proteger vocês. Não queria que fossem mortos." Sua mãe tentava persuadi-lo: "Yuuga, por favor. Nos proteja."

Midoriya estava tão absorto no que via que acabou pisando em um galho seco, o que chamou a atenção dos presentes. "A Hagakure disse algo sobre um informante... Aoyama, você...?" Frente ao confronto, os pais de Aoyama se adiantaram em negar. "Que história é essa? Será que ela não se enganou?" O desespero era visível em seus rostos.

Hagakure soluçava baixinho ao lado do amigo. Aoyama mal conseguia falar; ele tremia, e grossas lágrimas escorriam de seus olhos. "Midoriya..."

"Aoyama, eu..." Izuku respirou fundo e continuou: "Como só você ainda parecia triste, me perguntei se algo tinha acontecido, então vim te procurar."

Diante dessas palavras, Aoyama finalmente confessou: "Na USJ e no acampamento... fui eu. Fui eu que vazou as informações. Midoriya, eu sou um vilão asqueroso." Ranhento e choroso, ele deixou a culpa transbordar em sua expressão.

Em pânico, temendo a possível reação do outro herói, os pais de Aoyama o agarraram e saíram em disparada. "Vamos sair daqui, Yuuga!"

Izuku gritou e correu em direção a eles. "Esperem!"

Todo o peso da culpa que Aoyama havia acumulado transbordou nesse momento. "Quando li sua carta e descobri que você também não tinha individualidade, entrei em desespero. Em absoluto desespero."

"Já chega, Aoyama!" decretou Izuku. Seu amigo, tomado pela angústia, se preparou para disparar seu golpe, ele não entendia o motivo de seus amigos ainda tentarem o defender, mesmo diante de tudo. "Naval Laser!" Mas Hagakure, rápida, se lançou na frente do ataque, desviando o golpe. "Meu corpo permite refratar a luz," disse ela, sua voz carregada de convicção e mágoa. "A gente podia ter morrido, sabia? O Japão inteiro está um caos! Como você se sentia quando estava na sala com a gente?"

Conforme falava, Hagakure começou a perder o controle de sua individualidade, e suas feições foram se tornando visíveis, revelando uma expressão de tristeza e dor. "E no dormitório? Como era viver com todo mundo, Aoyama?" Lágrimas escorriam por seu rosto, que oscilava entre a transparência e a visibilidade, refletindo a intensidade de suas emoções.

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