Capítulo 13

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Na manhã seguinte, Guilherme acordou sentindo uma mistura de satisfação e incerteza. A lembrança do quase beijo com Lívia o acompanhava como um eco persistente, e ele não conseguia afastar a sensação de que havia chegado a um ponto de virada em sua vida. Após se vestir e preparar um café simples, ele sentou-se à mesa da cozinha, encarando a xícara à sua frente.

"O que estou sentindo?" — pensou, enquanto passava as mãos pelo rosto, tentando organizar suas emoções. Havia um calor no peito, algo que ele não conseguia nomear, mas que sabia estar relacionado a Lívia.

"Ela mexeu comigo de uma maneira que nunca imaginei possível," refletiu ele. "Mas será que estou confundindo as coisas? Será que é mesmo fé o que estou buscando, ou é algo mais profundo, algo que estou tentando negar?"

Guilherme estava determinado a não deixar seus sentimentos por Lívia nublarem seu julgamento, mas ao mesmo tempo, ele sabia que não poderia mais ignorar a conexão que sentia com ela.

...

Ao chegar à empresa, Guilherme se esforçou para manter a compostura. Ele sabia que o dia seria cheio de reuniões e decisões importantes, mas sua mente continuava a retornar ao momento com Lívia. Ao passar pela recepção, Mariana notou a expressão pensativa em seu rosto.

— Bom dia, Guilherme. Tudo bem? Você parece estar em outro mundo hoje — disse Mariana, com um sorriso preocupado.

Guilherme respirou fundo e sorriu de volta.

— Bom dia, Mariana. Só estou com muitas coisas na cabeça, mas vou sobreviver. E como está sua manhã? — respondeu ele, desviando a atenção para ela.

— Tudo tranquilo por aqui. Se precisar de alguma coisa, estou à disposição — ofereceu Mariana, notando que algo estava diferente em seu chefe.

— Obrigado, Mariana. Só preciso de um tempo para processar algumas coisas. Mas agradeço pela preocupação — disse Guilherme, entrando em sua sala.

Assim que fechou a porta de seu escritório, Guilherme se permitiu alguns momentos de silêncio. Ele se sentou em sua cadeira, olhando para o horizonte através da janela. Seus pensamentos voltaram a Lívia e ao que ela significava para ele. Havia uma luta interna acontecendo dentro dele, entre o que ele acreditava ser seu controle racional sobre a vida e os novos sentimentos que estavam surgindo.

"Sei que há algo mais nisso," ele refletiu. "Algo que não consigo mais ignorar. Talvez seja a fé, talvez seja o amor... ou talvez os dois."

Guilherme pegou seu celular e, após alguns segundos de hesitação, enviou uma mensagem para Paulo:

"Paulo, precisamos conversar. Estou com a cabeça cheia de coisas que preciso discutir. Tem como nos encontrarmos hoje à noite?"

Paulo, que sempre foi um amigo de confiança, respondeu quase que imediatamente:

"Claro, Guilherme. Vamos nos encontrar no mesmo lugar de sempre às 19h. Estou aqui para o que você precisar."

Com a resposta de Paulo, Guilherme se sentiu um pouco mais tranquilo. Sabia que precisaria discutir seus sentimentos e dúvidas, e Paulo era a pessoa certa para isso.

...

Enquanto isso, do outro lado da cidade, Lívia estava em sua mesa no jornal "Voz da Comunidade". Ela estava tentando se concentrar no artigo que precisava entregar, mas sua mente continuava voltando à surpresa de Guilherme no dia anterior. Os lírios brancos ainda estavam em um vaso ao lado de seu computador, e a visão das flores fazia seu coração bater mais rápido.

"Lívia, o que você está fazendo? Você precisa manter o foco," pensou ela, mas era difícil afastar as memórias do quase beijo e das palavras de Guilherme.

"Ele é tão... intenso. E ao mesmo tempo, há algo de vulnerável nele que me faz querer estar por perto. Mas será que estou confundindo os sentimentos?" — refletia, enquanto digitava algumas palavras no teclado e logo em seguida as apagava.

No meio de seus devaneios, Ana, sua colega de trabalho e amiga próxima, aproximou-se.

— Lívia, posso falar um minuto? Você parece distante hoje. Está tudo bem? — perguntou Ana, sentando-se na beirada da mesa de Lívia.

Lívia olhou para Ana e suspirou.

— Ana, ontem aconteceu algo inesperado. Guilherme, o CEO da Araújo Corp., apareceu aqui no jornal com flores para mim. Nós tivemos uma conversa muito intensa, e... quase nos beijamos — confessou Lívia, sentindo o rosto esquentar ao relembrar.

Ana arregalou os olhos, surpresa.

— Uau, isso é grande! E como você se sente sobre isso? — perguntou Ana, claramente interessada.

— Estou tão confusa. Sinto algo muito forte por ele, mas ao mesmo tempo, tenho medo de estar confundindo esses sentimentos com minha missão de ajudá-lo espiritualmente. Eu não quero misturar as coisas e acabar machucando a mim mesma ou a ele — explicou Lívia, com a voz tremendo levemente.

— Lívia, é natural sentir medo quando algo assim acontece. Mas também acho que você precisa se dar uma chance de explorar esses sentimentos. Talvez, em vez de ver isso como uma confusão, você poderia ver como uma oportunidade de crescimento para ambos. E, acima de tudo, confiar que Deus está guiando vocês — sugeriu Ana, com um sorriso encorajador.

Depois do trabalho, Lívia voltou para casa e passou a noite refletindo sobre o que Ana havia dito. Ela se acomodou no sofá da sala, com um chá quente nas mãos, tentando organizar seus pensamentos.

"Lívia, você sempre foi tão cuidadosa com seus sentimentos. Por que agora, com Guilherme, parece tudo tão complicado?" — pensou, enquanto fitava o chá.

As palavras de Ana ressoavam em sua mente. Talvez ela estivesse complicando demais as coisas, tentando manter tudo em compartimentos separados. Talvez fosse hora de parar de lutar contra seus sentimentos e começar a aceitá-los.

Antes de dormir, Lívia fez uma oração, pedindo orientação e sabedoria para lidar com o que estava sentindo. Ela sabia que o próximo encontro com Guilherme seria decisivo, e queria estar preparada, não apenas para a conversa, mas para o que seu coração pudesse revelar.

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⏰ Última atualização: Aug 15 ⏰

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