capítulo 4

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Após a conversa com Paulo, Guilherme Araújo voltou para casa com a mente em turbilhão. A perspectiva sobre a fé que seu amigo compartilhara era algo completamente novo para ele. Apesar de apreciar a sinceridade e o apoio de Paulo, Guilherme ainda estava relutante em aceitar essas ideias.

"Como posso acreditar em algo que não posso ver ou provar? Tenho vivido minha vida baseada em fatos e lógica. Não faz sentido mudar tudo agora."

Guilherme caminhava de um lado para o outro em sua sala de estar, tentando ordenar seus pensamentos.

"Mas por que as palavras de Lívia me afetaram tanto? Será que realmente estou perdendo algo importante?"

Ele se lembrou de um trecho da conversa com Paulo:

Guilherme sentia um conflito interno. Parte dele queria explorar essa nova perspectiva, mas outra parte se agarrava à sua lógica e ceticismo. Decidiu que precisava falar com Lívia novamente, mesmo que fosse apenas para entender melhor suas próprias emoções.

...

No dia seguinte, Guilherme estava em seu escritório, ainda pensativo. Ele precisava saber mais sobre a entrevista e, talvez, encontrar uma maneira de abordar o tema da fé de forma mais concreta.

— Paula, você pode conseguir o número de contato da jornalista Lívia Mendes? — pediu Guilherme, tentando manter o tom profissional.

Paula, sempre eficiente, respondeu rapidamente.

— Claro, Sr. Araújo. Vou ver o que posso fazer.

Dentro de uma hora, Paula voltou com o número de Lívia.

— Aqui está, Sr. Araújo. Consegui o contato dela no jornal "Voz da Comunidade". — entregou o papel a ele.

Guilherme respirou fundo antes de discar o número. Ele sabia que essa conversa poderia ser um passo importante, mas ainda não tinha certeza de onde isso o levaria.

— Alô, Lívia Mendes falando — a voz familiar de Lívia soou no outro lado da linha.

— Olá, Lívia. Aqui é Guilherme Araújo. Gostaria de agradecer pela entrevista e falar sobre o artigo que saiu no jornal. Poderíamos nos encontrar para discutir isso mais detalhadamente? — perguntou Guilherme, tentando soar casual.

— Claro, Sr. Araújo. Fico feliz em ajudar. Podemos nos encontrar para um café? — sugeriu Lívia, com sua habitual gentileza.

— Perfeito. Que tal hoje à tarde, no Café Central? — propôs Guilherme.

— Combinado. Nos vemos lá às 16h — respondeu Lívia, sentindo uma mistura de curiosidade e expectativa.

Às 16h, Guilherme chegou ao Café Central e encontrou Lívia já esperando em uma mesa ao fundo. Ela sorriu ao vê-lo, e ele retribuiu o gesto.

— Obrigado por vir, Lívia. Eu realmente aprecio isso — começou Guilherme, sentando-se.

— É um prazer, Guilherme. Como posso ajudar? — perguntou Lívia, curiosa.

Guilherme tirou um exemplar do jornal "Voz da Comunidade" e o colocou sobre a mesa.

— Li a entrevista várias vezes. E algo que você disse ficou martelando na minha mente. Sobre a fé ser uma âncora na sua vida. Como você chegou a essa conclusão? — perguntou ele, com uma mistura de ceticismo e curiosidade.

Lívia sorriu, percebendo a luta interna de Guilherme.

— Para mim, a fé é algo que se constrói ao longo do tempo, através de experiências e desafios. Acredito que Deus está sempre presente, mesmo nos momentos mais difíceis. É isso que me dá forças para continuar — respondeu ela, com serenidade.

Guilherme refletiu sobre suas palavras, ainda relutante.

— Mas como você pode ter tanta certeza? Eu sempre acreditei que somos responsáveis pelo nosso próprio destino. Não consigo entender como confiar em algo que não posso ver — disse ele, com uma ponta de frustração.

— Eu entendo sua relutância, Guilherme. A fé não é sobre ver, mas sobre acreditar. É uma confiança que vem do coração. Jesus disse: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso" (Mateus 11:28). Isso significa confiar nEle para nos dar paz, mesmo quando não entendemos tudo — explicou Lívia.

Guilherme suspirou, sentindo um misto de dúvida e curiosidade.

— Lívia, eu ainda tenho muitas perguntas. Estou tentando entender, mas é difícil mudar minha forma de pensar. Você estaria disposta a me ajudar a explorar isso? — perguntou ele, com um tom de vulnerabilidade.

Lívia sorriu, sentindo-se tocada pela sinceridade dele.

— Claro, Guilherme. Ficaria feliz em ajudá-lo. Podemos começar lendo a Bíblia juntos e discutindo sobre os ensinamentos de Jesus. E, se você quiser, posso te apresentar à minha igreja. É um lugar acolhedor, onde todos são bem-vindos.

— Eu gostaria disso. Obrigado, Lívia. Acho que esse é um novo começo para mim — disse Guilherme, sentindo um peso sendo levantado de seus ombros.

Naquela tarde, Guilherme e Lívia passaram horas conversando sobre fé, vida e propósito. Para Guilherme, era o início de uma nova jornada, uma busca por algo maior que ele mesmo. E para Lívia, era a oportunidade de compartilhar a luz e a esperança que a fé lhe proporcionava. Ambos estavam prestes a descobrir que, às vezes, os caminhos mais inesperados são os que levam às transformações mais profundas.

...

Então meus amores, mais um capítulo que chega ao final, me contem o que estão achando da história? Todo comentário é muito bem vindo!

Nos vemos no próximo capítulo, beijos!

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