Eu odeio ela!

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Violeta Belmonte *Pov's*

~Domingo
09/06/2024
14:27

Depois que eu gritei "não" sai da sala e chamei o elevador para ir embora.

- Eu não passo mais nem um minuto naquela sala, isso e ridículo! - Eu aperto repetidas vezes o botão do elevador, como se ele fosse chegar mais rápido, mas é lógico que não adiantou nada.

O elevador chega e eu aperto térreo torcendo para ele descer o mais rápido possível.

Assim que o elevador chegou no térreo eu saí correndo, quase esbarrei em uma funcionária.

Eu sai pela porta, ia em direção ao meu carro, mas lembrei que de eu saísse com ele metade das meninas teriam que chamar uber.

Então eu só sai andando por aí, não estou indo pra nenhum lugar específico, mas também me recuso a ouvir mais uma palavra saindo da boca do Santarelli 2.0.

(Q.D.T)

- Isso deve ter sido armado, tudo uma grande piada, não é possível, foi uma brincadeira pra postar no tiktok, certeza. - Estou andando a pelo menos 20 minutos, e nesses 20 minutos já falei mais palavrões do que teria falado em uma vida.

Xinguei todos naquela sala e reclamei mais do que se tivesse levado um tiro.

Finalmente eu cansei de andar e me sentei no primeiro banco que vi no meio da rua.

- Com licença, moça? - Um estranho chega em mim bem devagar, tão silencioso que tomei um susto.

- Que susto caralho, eu hein. - Talvez eu tenha descontado minha raiva no cara na minha frente, mas é só uma hipótese.

- Desculpa o incomodo, mas é que o banco que a senhorita está sentada acabou de ser pintado.

- O QUE? - eu olho pra banco, a tinta está visivelmente fresca, levanto na hora, minha roupa branca esta suja de vermelho. - Puta que pariu, esse dia só melhora.

- Não sei se vai ajudar muito, mas se a senhorita quiser pode ficar com meu casaco, aí vc pode se cobrir até chegar em casa. - O garoto a minha frente ofereceu de forma gentil.

- Bem, eu aceito, obrigada. - Ele me entrega o casaco e eu o pego.

- Como eu te devolvo seu casaco depois? - Perguntei amarrando na minha cintura

Ele pegou um papel e uma caneta e começou a anotar alguma coisa.

- Esse é meu número, me liga caso você precise de alguma coisa, uma moça bonita como você não deveria passar por isso. - Agora eu percebo, ele está claramente dando em cima de mim.

Eu poderia nesse exato minuto recusar ele, mas faz tempo que não saio com ninguém, logo, por que não?

- Obrigada, e mais uma vez obrigada pelo casaco, pode deixar que eu te ligo. - Eu sorrio e pego o papel. - Mas ainda não sei seu nome.

- Meu nome é Marcos Ferreira, e você...? - Ele não sabe que quem sou eu, pela primeira vez alguém não dá em cima de mim por inresse, não vou estragar isso.

- Eu sou a... Vitória, muito prazer. - Nós apertamos as mãos.

- A gente se vê então, Vitória. - Logo ele sai e eu encaro o papel.

Pego meu celular e coloco o papel na capinha do meu telefone.

Eu vejo Marcos indo embora e logo saio também, agora mais leve, não estou mais com raiva.

Acho que estava tão distraída que nem percebi que já cheguei em casa. Obviamente eu fui direito pro banho e coloquei minha roupa suja de tinta pra lavar.

Melissa Vargas / enemies too loversOnde histórias criam vida. Descubra agora