𝚌𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟸

112 13 0
                                    

O sol do meio dia queimava a pele das costas fortes de Paul Cash enquanto ele jogava baldes de água na caminhonete que estava imunda da viagem, ele vestia apenas uma bermuda jeans que úmida marcava perfeitamente os volumes que ele carregava consig...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O sol do meio dia queimava a pele das costas fortes de Paul Cash enquanto ele jogava baldes de água na caminhonete que estava imunda da viagem, ele vestia apenas uma bermuda jeans que úmida marcava perfeitamente os volumes que ele carregava consigo na parte de baixo do corpo.

-Opa, boa tarde - disse alguém por trás dele.

Paul se virou em um sobressalto, sempre alerta ele odiava ser surpreendido, mas teve que disfarçar a raiva quando viu Franco vindo na direção dele com a mão no chapéu, acenou com a cabeça e deixou a esponja cair de sua mão.

-Muito prazer, cowboy - respondeu ele, tentando ser simpático e colocar seu plano de assassinato em ação.

Franco trazia consigo um fardo de cerveja:
-Não é do meu caráter invadir propriedade alheia mas resolvi vir aqui te dar as boas vindas à vizinhança meu parceiro - ele olhou ao redor, cerrando os olhos pra paisagem desértica - E como você pode ver, não temos muitos vizinhos por aqui.

Paul foi até ele e o cumprimentou com um aperto de mão e um esboço de sorriso, ambos eram brutos e não gostavam de demonstrar muita simpatia logo de cara:
-Pois é rapaz, eu percebi mesmo que aluguei uma casa no cu da cidade - ficou um silêncio entre eles por alguns segundos - Com todo o respeito.

Os dois então não aguentaram e deram um gargalhada juntos, Franco então mostrou o fardo de cerveja:
-Já vi que você tem a boca suja como eu, porra eu adoro falar palavrão e putaria mas desde que virei pai sou proibido de falar merda em casa - ele entregou uma longneck pra Paul - E minha esposa insistiu pra eu te trazer uns cupcakes, mas eu sabia que você iria preferir uma boa Heineken geladinha.

Paul arrancou a tampinha da longneck no dente e brindou com o vizinho:
-Um cowboy conhece o outro né?!

...

Os dois se sentaram na varanda pra tomar a cerveja vendo a estrada, Franco parecia um pouco incomodado com o fato de Paul estar sem camisa de início, mas logo se acostumou, conversaram sobre a cidade, Franco contou que era dono de alguns hectares de terra e que estava sendo pressionado à vender para um magnata:
-Mas eu não vou fazer isso cara, não é sobre dinheiro, essas terras eram do meu pai, e antes dele do meu avô, eu cresci aqui, virei homem me sujando nesse solo arenoso e andando de cavalo, eu não vou deixar que ele destrua minhas memórias pra construir a porra de um posto de gasolina ou shopping center, cê me entende?!

Paul assentiu, fingindo que não sabia nada daquilo, deu um gole na cerveja e suspirou:
-Cê tá certo, um homem tem que criar raizes, eu estou cansado de ficar indo e vindo o tempo inteiro.

Franco concordou, e então franziu o cenho:
-Mas me conta irmão, você é sozinho nesse mundo? Trabalha com o que? Por que se mudou pra cá?

Percebendo que tinha falado demais e dado brecha pra perguntas inconvenientes, Paul deu um jeito de sair de fininho:
-Calma aí cowboy, são várias perguntas de uma vez e eu preciso dar uma mijada agora.

Paul foi até o banheiro, segurou o pau de frente pra privada e fechou os olhos, sentiu a cabeça girar e se lembrou que não tinha comido nada desde o dia anterior, estava ficando bêbado.

-Aceita um? - Paul ofereceu um Marlboro para Franco, que levantou as sobrancelhas e riu.

-Faz tempo que parei de fumar - ele colocou entre os dedos - Mas um só não vai fazer mal, né?

Franco não tinha isqueiro, então Paul por já estar meio alto acendeu o cigarro na boca do outro cara, que estranhou um pouco, mas em seguida achou um gesto generoso e educado.

-Tô sentindo que você vai ser uma má influência hein cara - Franco fez piada, colocando os pés no parapeito, como fazia na casa dele.

Paul deu de ombros, rindo:
-É o que dizem, a perdição do homem casado é o melhor amigo solteiro.

-Melhor amigo? - Franco olhou de canto de olho, ajeitando o chapéu.

-É o ditado cowboy - Paul devolveu o olhar de canto de olho - E eu vou te contar a verdade, simpatizei com ocê, acho que dei sorte no único vizinho que ganhei.

Lisonjeado, Franco, que era muito educado e certinho ficou com medo de seu rosto ficar rosado de vergonha, pois sentiu o mesmo por aquele cara, e ele era carente de um parceiro, alguém que pudesse falar sobre qualquer coisa e tomar uma cerveja juntos:
-Valeu irmão, eu também tô feliz de ter vindo aqui, esse pode ser o começo de uma grande amizade.

Os dois brindaram as longnecks e soltaram a fumaça pra cima, admirando o por do sol alaranjado do sul do Texas, naquele calor de quarenta graus na sombra, vendo os caminhões passarem à toda velocidade, os dois cowboys conversaram por mais algumas horas, não viram o tempo passar, riram juntos de piadas ruins e falaram sobre o mesmo interesse em filmes de velho oeste.

Já era noite quando do outro lado da rodovia, Laurie saiu para a varanda acenou pro marido ir embora, os dois se despediram com um aperto de mão e um tapinha nas costas.

Paul ficou olhando Franco partir, ele passou correndo pela rodovia e deu um beijão na esposa quando subiu para a varanda, os dois acenaram e Paul retribuiu, dando o último gole na cerveja.

Cambaleando de bêbado ele foi até a cozinha e jogou um macarrão com queijo congelado no microondas e se sentou no chão pra esperar... Pensando em Franco ele começou a deslizar até acabar ficando deitado, estava pela primeira vez se sentindo incomodado com o fato de ter que matar alguém, aquele cara não era uma pessoa ruim, ele tinha família e era educado... Além daqueles olhos castanhos brilhantes, os braços fortes apertando a camisa, aquelas coxas desenhadas por baixo da calça jeans apertada, Paul deslizou a mão até o pau que já estava duro e ficou apertando, imaginando o que aquele maldito cara escondia por baixo das cuecas...

Paul acabou dormindo, de pau duro no chão da cozinha enquanto o microondas apitava que sua janta estava pronta.

𝐀 𝐮́𝐥𝐭𝐢𝐦𝐚 𝐯𝐢́𝐭𝐢𝐦𝐚 𝐧𝐨 𝐓𝐞𝐱𝐚𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora