10 - MENSAGEM

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RICHARD ONSão Paulo, Jardim Perdizes

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RICHARD ON
São Paulo, Jardim Perdizes

Sábado de manhã, e eu estava completamente perdido em pensamentos. A noite passada com Laura ainda estava fresca na minha cabeça. O beijo tinha sido incrível, eu estava super empolgado, imaginando onde aquilo poderia levar. Mas, é claro, a realidade bateu forte quando acordei e vi que ela não tinha respondido minha mensagem.

Eu me lembrava perfeitamente do beijo. Laura estava maravilhosa, com aquele sorriso que parecia iluminar a balada. Quando finalmente nossos lábios se encontraram, tudo ao redor parecia desaparecer. Era como se o resto do mundo não existisse e só o que importava fosse aquele momento. Foi tão intenso, cheio de emoção, e eu realmente pensei que algo estava começando ali. Mas agora, estava aqui, me perguntando o que tinha dado errado.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Laura assim que acordei. Queria só saber se ela estava bem e se tinha gostado da noite tanto quanto eu. A mensagem era simples e direta, apenas para saber como as coisas estavam.

"Oi princesa, bom dia! Só queria saber como você está. A noite de ontem foi incrível, e eu adoraria continuar ficando..."

Eu estava esperando uma resposta rápida, um sinal de que ela estava tão animada quanto eu para continuar aquilo. Mas, para minha frustração, a manhã passou e minha mensagem ficou sem resposta. A irritação só aumentava conforme eu via Laura ativa no grupo do time. Ela estava lá, respondendo mensagens, interagindo e até compartilhando memes. E eu? Eu estava aqui, vendo minha mensagem desaparecer no vazio.

Não conseguindo mais lidar com isso sozinho, decidi sair para desabafar. Chamei o Joaco para ir a um barzinho que a gente costuma frequentar. Precisava de um ombro amigo, alguém para ouvir minha frustração e me ajudar a colocar as coisas em perspectiva.

Quando cheguei ao bar, Joaco já estava lá, me esperando. Ele me cumprimentou com um sorriso e uma bebida na mão.

– E aí, Richa? Como estão as coisas? - disse, me entregando uma cerveja.

– Cara, você já deve saber que a noite com a Laura foi incrível, mas estou me sentindo um pouco frustrado agora. - disse, dando um gole na cerveja.

– Frustrado? Por quê? - questionou, curioso.

– Eu mandei uma mensagem para ela ontem à noite, dizendo o quanto a noite foi especial e que gostaria de continuar ficando. E nada. Ela não respondeu. Mas, claro, está lá no grupo, interagindo com todo mundo como se minha mensagem não existisse. - suspirei.

– Sério? Isso é esquisito. Ela te respondeu alguma coisa depois do beijo? - Joaco levantou uma sobrancelha.

– Nada. E o pior é ver ela ativa no grupo, respondendo a todo mundo e participando das conversas, enquanto minha mensagem parece ter ido para um buraco negro. - balancei a cabeça.

– Pode ser que ela esteja ocupada ou processando as coisas à sua maneira. Às vezes, as pessoas lidam com essas situações de forma diferente.

– Eu entendo, mas é difícil não se sentir rejeitado. Ontem parecia que estávamos na mesma sintonia, e agora, me sinto como se tivesse feito algo errado.

– Relaxa, cara. Se a Laura realmente estiver interessada, ela vai te falar quando estiver pronta. Às vezes, o melhor é dar um tempo e não ficar pressionando.

– É, você tem razão. Eu só não consigo evitar a sensação de rejeição, toda essa situação está mexendo com a minha cabeça.

– Não fique assim. A vida é cheia dessas surpresas. Concentre-se em outras coisas e deixe o tempo mostrar o que realmente importa. Se a Laura estiver interessada, ela vai dar um jeito de te falar.

– É, talvez eu esteja forçando a barra. Às vezes, preciso dar um tempo e não ficar tão obcecado com a situação.

Conversar com Joaco me ajudou a ver as coisas com um pouco mais de clareza. Ele sempre foi bom em me fazer enxergar as coisas de forma diferente. Saí do bar me sentindo um pouco melhor, com a cabeça mais tranquila. Eu sabia que precisava dar um tempo e não deixar que isso me consumisse.

O resto do dia foi uma mistura de tentativas de distração e pensamentos sobre a situação. Passei a noite vendo futebol e jogando videogame, tentando desviar a mente do que estava me incomodando. Mas, o meu pensamento sobre Laura sempre voltava, como uma melodia persistente.

À noite, decidi fazer uma nova tentativa. Enviando uma mensagem mais casual, sem pressão, apenas para mostrar que estava aberto para conversar.

"Oi, Laura. Como foi seu dia? Espero que esteja tudo bem por aí. Se quiser conversar, estou por aqui."

O tom da mensagem era mais leve, como se estivesse tentando apenas retomar o contato sem fazer um grande alarde sobre a situação. Enviei e, novamente, esperei. No fundo, eu sabia que talvez estava esperando demais, mas algo dentro de mim ainda mantinha uma pequena esperança.

[...]

Era domingo à noite, Joaco me ligou para combinar de sair novamente. Fomos a outro bar, um pouco mais agitado desta vez, e conversamos mais sobre tudo o que estava acontecendo. Eu ainda estava me sentindo confuso e frustrado, mas o tempo e a companhia de um amigo sempre ajudam a clarear as ideias.

– Então, o que você tem feito para se distrair além de ficar obcecado com a Laura? - disse Joaco, rindo.

– Ah, nada muito interessante. Só joguei um pouco de videogame e tentei não pensar muito nisso. Mas, como sempre, minha mente sempre volta para a mesma coisa. - respondi, rindo também.

– Ah, a mente traiçoeira, sempre te levando de volta ao mesmo lugar. Mas, sério, cara, às vezes é preciso seguir em frente e deixar as coisas acontecerem naturalmente.

– Eu sei. Acho que estou apenas lutando contra a vontade de pressionar e tentar entender tudo de imediato. Às vezes, é difícil ser paciente.

– A vida é assim hermano. Às vezes, você só precisa deixar as coisas se desenrolarem e ver onde elas te levam. E não adianta forçar nada.

Voltando para casa depois da noite com Joaco, me senti mais tranquilo. Havia algo de reconfortante em conversar sobre o que estava me incomodando e receber conselhos de alguém que me conhecia bem. Eu ainda estava pensando em Laura, claro, mas pelo menos agora tinha uma nova perspectiva sobre como lidar com a situação.

Enquanto me preparava para dormir, pensei sobre o que o futuro poderia trazer. A noite passada foi cheia de promessas e esperanças, e agora tudo estava um pouco nebuloso. Mas, como Joaco me lembrou, o tempo tem um jeito de mostrar o que realmente importa. Por agora, o melhor era dar um tempo e não deixar que isso dominasse minha vida.

Eu me deitei na cama, pensando no que o próximo dia poderia trazer e esperando que, com o tempo, as respostas se tornassem mais claras. Afinal, a vida é cheia de surpresas, e às vezes, tudo o que precisamos fazer é esperar e ver o que vem a seguir.

SEGREDO - RICHARD RÍOSOnde histórias criam vida. Descubra agora