02 - ATRAÇÃO

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RICHARD ONSão Paulo, Barra FundaEscritório Allianz Partners

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RICHARD ON
São Paulo, Barra Funda
Escritório Allianz Partners

Cheguei ao escritório sentindo um misto de excitação e nervosismo. Era o meu primeiro dia oficialmente integrado à equipe do Palmeiras, e sabia que havia muita expectativa em torno da minha adaptação. Após uma breve conversa com Arthur, um dos jogadores que eu já conhecia, fui apresentado à estrutura de suporte que o clube oferecia. Eu sabia que a adaptação não seria fácil, mas estava disposto a fazer o meu melhor.

Enquanto conversava com Arthur, a porta do escritório se abriu, e vi uma mulher linda entrar. Ela tinha uma postura confiante, com uma bolsa nas mãos e um sorriso discreto nos lábios. Seus cabelos estavam soltos, caindo sobre os ombros, e ela parecia totalmente concentrada em seus próprios pensamentos. Nossos olhares se cruzaram por um breve instante, e foi como se o tempo parasse por um segundo. Arthur estava falando comigo, mas sua voz foi silenciada pelo impacto do olhar que trocamos. Havia algo nos olhos dela, uma mistura de curiosidade e talvez um pouco de nervosismo. Antes que pudesse reagir, ela desviou o olhar e seguiu em direção à sua mesa. Eu a observei por um momento, notando como seus movimentos eram graciosos, antes de voltar a atenção para Arthur.

Não consegui deixar de pensar naquele breve momento. Havia algo de intrigante naquela mulher, algo que me fez sentir uma pequena faísca de curiosidade. Mas rapidamente afastei esses pensamentos, estava aqui para trabalhar, e qualquer distração poderia complicar tudo. Meu foco deveria estar em me adaptar ao clube e garantir que minha passagem por aqui fosse um sucesso.

Mais tarde, Amanda, a supervisora, me apresentou formalmente à mulher que tinha capturado minha atenção mais cedo. Seu nome era Laura, e ela seria a pessoa responsável por me ajudar com todos os aspectos da minha adaptação. Quando Amanda nos apresentou, notei um leve rubor nas bochechas de Laura, que ela disfarçou com um sorriso educado.

– Prazer em conhecê-lo, Richard - disse ela, estendendo a mão. Sua voz era suave, mas firme, o que me deu a impressão de que ela sabia exatamente como conduzir uma situação como essa.

– O prazer é meu, Laura - respondi, apertando sua mão. Quando nossos dedos se tocaram, senti uma corrente elétrica passar por mim. Nossos olhares se encontraram mais uma vez, e por um momento, algo que me fez questionar se ela também havia sentido.

Depois que Amanda nos deixou a sós, Laura começou a me explicar os procedimentos da Allianz Partners e como ela poderia me ajudar com o que eu precisasse. Ela mencionou um aplicativo exclusivo para os jogadores, onde eu poderia solicitar tudo o que necessitasse para meu dia a dia. Enquanto ela falava, eu observava sua dedicação e atenção aos detalhes. Ela claramente levava seu trabalho a sério, e isso me deu uma sensação de segurança.

– Isso parece muito eficiente - comentei, sorrindo para ela. – Acho que vou gostar de trabalhar com você, Laura.

Ela sorriu de volta, mas pude ver que estava tentando controlar a cor que subia em suas bochechas. Era interessante como, apesar de toda a confiança que ela exalava, havia uma vulnerabilidade ali, algo que a tornava ainda mais intrigante.

Quando Laura sugeriu que fôssemos almoçar, aceitei imediatamente. Era uma boa oportunidade para conhecê-la melhor e aprender mais sobre o ambiente do clube. Caminhamos juntos até o refeitório, trocando algumas palavras sobre o clima de São Paulo e como eu estava me adaptando à cidade. Ela parecia interessada, mas havia uma certa tensão no ar, algo que eu não conseguia definir.

Chegando ao refeitório, antes que pudéssemos encontrar um lugar para sentar, um dos jogadores me chamou de longe. Pedi desculpas a Laura e disse que talvez pudéssemos almoçar juntos outro dia. A expressão dela não mudou, mas pude notar uma leve decepção em seus olhos. Isso me fez questionar se eu deveria ter recusado o convite dos jogadores e ficado com ela, mas já era tarde demais para voltar atrás.

O resto do almoço foi como esperado. Conversei com os jogadores, trocamos histórias e risadas, mas meus pensamentos sempre voltavam para Laura. Havia algo nela que eu não conseguia ignorar, algo que me atraía de uma forma que não deveria. No entanto, sabia que precisava manter meu foco, eu não estava disposto a arriscar minha carreira por uma distração, por mais intrigante que fosse.

Quando voltei ao escritório após o almoço, Laura continuou a me explicar mais detalhes sobre o trabalho. Enquanto ela falava, eu tentava absorver o máximo de informações possível, mas parte da minha mente estava distraída, pensando na nossa interação anterior. O jeito como ela me olhava, como sorria de forma quase imperceptível quando explicava algo, me fazia querer conhecê-la melhor, entender o que havia por trás daquela fachada profissional.

No final do dia, nos despedimos com a mesma cordialidade com que havíamos começado. Mas, enquanto ela arrumava suas coisas para ir embora, não pude deixar de sentir uma pontada de antecipação pelo que os próximos dias trariam. Estava claro para mim que trabalhar com Laura seria interessante, para dizer o mínimo. Ela era competente, inteligente e, acima de tudo, havia algo mais ali, algo que eu ainda não conseguia identificar.

Saí do escritório pensando nisso. Sabia que precisava ser cuidadoso, especialmente em um ambiente novo como este. Mas, ao mesmo tempo, havia uma curiosidade que eu não conseguia afastar. Quem era Laura, realmente? E por que eu sentia essa atração por ela?

Enquanto caminhava em direção ao meu carro, decidi que, por enquanto, manteria as coisas profissionais. Não podia me dar ao luxo de complicar minha vida por causa de uma curiosidade. Mas, no fundo, sabia que seria difícil ignorar essa sensação. E, talvez, em algum momento, eu teria que encarar o fato de que Laura era mais do que apenas uma colega de trabalho. Ela era alguém que já havia deixado uma marca em mim, mesmo que eu ainda não soubesse o que isso significava.

SEGREDO - RICHARD RÍOSOnde histórias criam vida. Descubra agora