oo. | PROLOGUE

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Nunca sabemos quando a nossa vida vai desmoronar, nos levando para um vale profundo de amargura

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Nunca sabemos quando a nossa vida vai desmoronar, nos levando para um vale profundo de amargura. Algumas pessoas dizem que já nasceram no fundo do poço e lutam constantemente para subir, enquanto outras, sem perceber, acabam sendo arrastadas para lá. A verdade é que só percebemos que algo está errado quando já estamos fundo demais para conseguir voltar à superfície.

Tessa, no entanto, lembra exatamente o momento em que tudo começou a desmoronar em sua vida. Não foi uma queda súbita, mas um pontapé inicial, como se alguém tivesse empurrado a primeira peça de um dominó, desencadeando uma série de eventos que ela nunca mais conseguiria controlar. Desde então, parecia que uma maldição havia se instaurado, assombrando cada um de seus passos e lançando uma sombra sobre tudo que tocava.

Naquele instante, Tessa estava sentada no chão frio do banheiro, desejando que uma manada de elefantes passasse sobre ela, enquanto segurava a caixinha azul padrão daquele teste que parecia mais uma piada cruel. Suas mãos tremiam, e as lágrimas já ameaçavam cair antes mesmo de o resultado aparecer. Positivo ou não, ela sabia que, de qualquer maneira, as consequências recairiam sobre seus ombros como um peso inevitável.

Levou uma das mãos até a testa e choramingou tristemente. Ela deu sorte de que não tinha ninguém em casa para ouvir sua voz claramente. O silêncio acompanhado apenas da respiração rápida dela, foi quebrado quando o despertador tocou anunciado que os cinco minutos tinham passado.

Se levantou do chão ficando de joelhos em frente a pia e pegou o objeto fino de cores branca e azul, ela tinha lido todas as informações daquela caixa para saber. Demorou cerca de três segundos para ela desvirar o pequeno "visor" e um soluço saiu de seus lábios e inutilmente tentou segurar, mas foi em vão.

Grávida 5-6 semanas.

Tessa sentiu vontade de se jogar da janela do quarto. Seus joelhos ficaram fracos e ela caiu sentada em cima do tapete de crochê em frente a pia. Sua respiração estava acelerada, como se tivesse acabado de correr uma maratona e as lágrimas não paravam nem um pouco de cair. Colocou uma mão sobre a boca e resmungou, sentindo o nariz já ficando entupido.

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