Ruínas de Demigem

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A fumaça se mistura com as nuvens, se perdendo no horizonte. Demigem é vista entre chamas e, na escuridão, um sorriso surge, como um maestro do caos que regia naquela vila, sumindo na mesma escuridão. O ataque dos slimes é interrompido por uma gigantesca pressão, os restos das casas ao redor da cena caem e os slimes, incapacitados de se moverem, são pressionados no chão. Em concordância com tudo, Gachuti se põe de pé. Medo... Fugir... Isso era tudo que os slimes tentavam fazer, pois maldade era o que exalava do sorriso de Gachuti.

Um tempo antes...

"Onde... Onde eu estou? Cadê a vila?"

Gachuti, em pura confusão com a situação, enfim percebe que se encontrava em um ambiente totalmente coberto pelas trevas e era estranho seu corpo se sentir flutuando como se não existisse o chão. Porém, um cheiro leve de morte invadiu o nariz de Gachuti e, ao reparar bem, sangue... Havia muito sangue que formava um caminho e seguia com a cabeça até um ser de costas para o mesmo.

"Quem está aí?"

Respondendo à sua voz, a cabeça do ser vai se virando, aqueles cabelos espetos em tom vermelho escuro com suas pontas pretas, vestindo roupas similares às de Gachuti.

"Isso significa..."

As lágrimas escorrem de seu rosto, parando no ar e flutuando, enquanto sua cabeça direciona-se para baixo.

"Eu falhei e agora estou de frente com a morte, me desculpem."
"Não, você ainda pode viver."
"Quê!?"

Existia uma distância entre os dois, contudo, em poucos passos o ser já estava de frente para o Gachuti e, colocando suas mãos em seu rosto, levantando sua cabeça, as unhas grandes do ser travam em seu rosto.

"Me ter permissão de usar o corpo."

Após a fala ser dita, o espanto é visível em Gachuti, mesmo assim sua cabeça tenta escapar das mãos do ser, porém, como aço, as mãos não se mexeram.

"Gachuti, você tem que pensar que logicamente todos na vila estão mortos ou há poucos sobreviventes."
"Não, não."

Naquela escuridão, gotas caíam e flutuavam, lágrimas que escorriam do rosto de Gachuti, enquanto lembranças envolvem sua mente.

"Porém, se você quiser sair vivo em memória deles."
"Nunca, eu prefiro morrer sabendo que não fui o monstro que eles temiam eu virar."

A face do ser se torna de decepção, soltando o rosto de Gachuti, se virando e começando a sumir na escuridão daquele lugar.

O Thijou, ao invés de fugir com a ajuda do Shin, mandou me salvar por quê? Por quê?

"Eu aceito."

No presente.

"Valeu, Gachuti, e agora..."

Procurando algo somente com seus olhos, por fim seu olhar fixo em um slime, o qual ele caminha até.

"Por que está assim? Não me diga que estão com medo? Hahaha."

Agachado, agarrando o núcleo do slime e ainda com o núcleo em sua mão, se levanta.

"Contemplem... Isso é o que medrosos merecem."

Sua boca se abre e lá dentro havia somente trevas que emanavam para fora, deixando o núcleo entre suas mandíbulas e, sem nenhum remorso, fecha a boca levando um pedaço do núcleo.

"Passou do ponto."

Uma escuridão cada vez mais densa, reluzindo ao brilhar da lua como se fosse feita de um metal negro, formou-se uma armadura em seus braços.

"Claws model dark armor, podem vir."

A pressão sobre os slimes some e instintivamente eles recuam, porém param e avançam girando seu corpo, sendo acertados por socos, cortes das garras afiadas e até esmagados.

"Ha ha, que divertido, mas vamos aumentar a dose. "

Seu corpo dispara, enquanto ele ataca os slimes. A pele de Gachuti é esquentada pelo sol do amanhecer e seus olhos se abrem pelo incômodo da luz.

"Onde eu estou?"

Uma dor percorre seu corpo e, ao olhar, se vê deitado sobre centenas de núcleos.

Entre a luz e as trevas: Gachuti BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora