Capítulo 1

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Estou arrumando minhas malas nesse momento,não que eu tenha muita roupa mas as poucas que tenho estou guardando em um saco.Estava cada vez mais difícil sobreviver desde que o papai morreu no ano passado,mamãe tem trabalhado desde então e eu tenho ajudado ela no que posso.

Já trabalhamos em tudo,faxineiras,babás de crianças e idosos,coletoras de lixo e muito mais,tudo isso para termos o que comer.Sempre fomos pobres mas quando papai estava vivo a vida era um pouco mais fácil,tínhamos sempre comida na mesa e vivíamos felizes,tínhamos um pouco de dinheiro mas agora não temos nada.

Papai morreu endividado,tivemos que vender a nossa casa para pagar as dívidas que meu pai tinha e depois disso moramos de favor na casa de alguns vizinhos por um tempo,eu nasci e cresci em um pequeno vilarejo localizado no estado do Arizona,faltavam coisas básicas lá como água potável e energia elétrica,porém as ONG ajudavam muito e foi graças a elas que eu consegui aprender a ler,escrever e a contar.

Estávamos nos mudando para Nova York e eu confesso que estou muito nervosa,mamãe diz que viu um anúncio de vaga emprego no jornal como faxineiras,o homem está procurando duas faxineiras e promete dar abrigo e um salário equivalente a cinco mil dólares mensalmente,aquilo era muito dinheiro,mais do que eu poderia sonhar.

Susan- Já terminou de arrumar suas coisas filha?-Perguntou minha mãe entrando no quarto.

Perséfone- Como se eu tivesse muitas coisas para levar.-Falei fazendo uma careta.

Estávamos morando nesse abrigo a quase um mês,não era nenhum palácio mas pelo menos eles nos davam comida,água e um lugar para dormir além de nos darem roupas que eram usadas mas ainda assim estavam em bom estado.

Perséfone- Eu estou com medo mamãe.-Falei amarrando meu saco.-E se a cidade grande não for como imaginamos?

Susan- Não se preocupe minha filha,eu sinto que vai dar tudo certo.-Falou fazendo carinho em meu rosto.-Se eu conseguir essa vaga de emprego eu prometo que você irá para a faculdade.

Eu sempre quis ir para a faculdade,desde criança meu sonho sempre foi ter estilista e de vez em quando eu faço alguns desenhos de vestidos ou peças que eu usaria porém tive que abdicar do meu sonho para poder sobreviver.

Perséfone- O mais importante agora é termos o que comer e um teto para dormir mamãe,veremos esse assunto da faculdade numa outra hora.-Falei abraçando a mesma.

Susan- Vamos,o camionista está nos esperando.-Falou saindo do quarto e eu peguei em meu saco seguindo-a até ao caminhão.

Não se como mas minha mãe deu um jeito de uma camionista nos levar até Nova York,a viagem seria de mais ou menos oito horas,entrei no caminhão e apoiei minha cabeça no vidro permitindo ser tomada pelo cansaço e dormir.

...

Acordei com minha mãe me chamando e notei que já havíamos chegado,eu havia dormido por oito horas seguidas?Abri meus olhos com um pouco de dificuldade e me maravilhei com a vista,os grandes prédios e as pessoas andando de um lado para o outro com roupas de marca.

Susan- Vamos minha filha,está na hora.

Acenei com a cabeça e saí do carro seguindo a mesma até a paragem de táxi.

Perséfone- Mamãe nós não temos dinheiro para pagar um táxi.-Afirmei.

Susan- Eu tenho dez dólares que o caminhoneiro me deu,irei usá-lo para pagar o táxi.

Apenas afirmei com a cabeça e em seguida entramos no táxi,enquanto o carro andava eu olhava fascinada para os prédios da grande Nova York,uma selva de concreto,sempre sonhei desde criança um dia poder visitar a cidade grande e ver lugares como shopping,cinemas e outras coisas que eu só via em revistas ou na televisão da nossa vizinha Jones,saí de meus devaneios quando o táxi parou numa grande mansão que me deixou boquiaberta.

A casa parecia um castelo,as paredes eram brancas,e o jardim era muito bem cuidado além de haver uma fonte perto da porta principal,minha mãe pagou o motorista enquanto eu ainda olhava boquiaberta para tudo aquilo,parecia um sonho.

Susan- É lindo não é?-Perguntou minha mãe colocando a mão em meu ombro chamando minha atenção.

Perséfone- Parece um sonho.-Afirmei.

Caminhamos até a porta principal e tocamos a campanhia,a porta foi aberta por uma mulher de cabelos grisalhos que aparentava ser mais velha do que minha mãe,ela era branca e tinha lindos olhos azuis,usava um uniforme cor de rosa,claramente era a governanta da casa.

Susan- Olá,nós viemos para a vaga de emprego como faxineiras.

Xxx- Claro,sejam bem vindas.-Falou a bela mulher com um sorriso nos lábios e dando espaço para que pudéssemos adentrar a casa e sinceramente era ainda mais lindo por dentro,a sala era pintada em tons escuros,preto e cinza,havia uma enorme escada no centro,uma grande mesa corrida,um lindo sofá branco,e outros móveis caríssimos.

Xxx- Eu me chamo Clara e sou a governanta.-Falou simpática.-O senhor Lorenzo que irá entrevistar vocês está no escritório,venham comigo que eu levarei vocês até lá.

Susan- Muito obrigada,e prazer me chamo Susan e essa.-Falou apontando para mim.-É minha filha Perséfone.

Perséfone- Muito prazer.-Falei simpática.

Clara- Você é muito linda Perséfone,sua beleza parece de outro mundo.

Perséfone- Muito obrigada.-Falei novamente mas dessa vez corando,caminhamos até a porta marrom que ficava num correndo ao lado da sala de jantar,Clara bateu a porta e em seguida escutamos um "entre",naquele momento meu coração começou a bater descontroladamente.Clara abriu a porta e demos de cara com um belo homem que devia estar na faixa dos vinte cinco aos trinta anos,ele estava usando um terno azul escuro e seus cabelos pretos estavam perfeitamente penteados para trás,sua barba aparada e seus olhos castanhos combinavam perfeitamente com seus lábios rosados e carnudos,o homem endireita sua postura dirigindo toda sua atenção a nós.

Clara- Elas vieram para a vaga de emprego senhor.-Falou Clara simpática como sempre e o homem prontamente dirigiu seu olhar a nós nos analisando por completo,senti minha pele queimar e minhas bochechas corarem.

Lorenzo- Tudo bem,nos deixe a sós por favor.-Falou o homem sério e Clara apenas acenou a cabeça e saiu.

Minha mais profunda obsessão Onde histórias criam vida. Descubra agora