Renascimento

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"Esses prazeres violentos, tem fins violentos..."

Essa frase é de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, e sinceramente nunca fez tanto sentido pra mim, como agora.

Estou sentado em frente a cama de um quarto de hospital, pela segunda vez em menos de um ano.

Pela segunda vez, depois de ter uma imensa felicidade.

Eu nem sei mais se o que eu sinto é medo, ou só uma ansiedade excruciante.

Meu coração está tão triste e eu estou com tanto medo... E pensar que eu estava tão feliz a algumas horas atrás...

- Jimin!? - Ouço meu nome, mas não consigo erguer minha cabeça. - Jimin!?

A voz, já próximo a mim, repete. E, enfim, vejo o seu rosto.

É Yeon, ele se agacha em minha frente, já que estou sentado de cabeça baixa.

- Oi... Como você está?

Eu o encaro e não consigo responder, porque eu não sei como eu estou...

[...]

Antes de chegar aqui, nesse hospital, eu acordei porque tive um pesadelo.

Meu coração estava disparado e minhas mãos suavam. Eu não me lembro de nada do que sonhei, mas parecia que eu não tinha acordado ainda.

Me levantei com cuidado, vendo que Jungkook estava dormindo, e fui até o banheiro.

Minhas pernas estavam trêmulas e eu não conseguia regular as batidas do meu coração, decidi então tomar um banho morno.

Alguns minutos depois, naquela água morna, me senti mais calmo.

Ouço um barulho alto, que me faz voltar para aonde estou, e saio do box.

Ainda ouço sons vindo do quarto, então me apresso a voltar para lá, abro a porta e percebo que é Jungkook, quem murmura.

Ao invés de ir até ele, decidi acender a luz, por puro impulso. E graças aos céus, eu fiz isso.

Me aproximei da cama e eventualmente dele, e toquei seu rosto que estava em um vermelho escarlate. Ele não tinha febre, mas estava gemendo e seu rosto muito vermelho.

- Amor!? Você está bem? - Chamo perto de seu ouvido. Já ficando preocupado de como ele estava respirando.

- Minha cabeça... - Respondeu, tocando a cabeça. - Parece que vai explodir...

- Vamos ao hospital. - Não era uma pergunta.

Peguei um casaco e me vesti, me virei para ele, que parecia ter desmaiado, logo meu coração parou quando vi sangue em seu nariz.

- JUNGKOOK..?

Corri até ele, levantando sua cabeça, e tentando ver seu rosto.

- Park, não grita minha cabeça tá doendo... - Murmura.

- Se-seu nariz está sangrando. Temos que ir ao hospital, agora mesmo. - Pego outro casaco e coloco nele, percebendo meu tremor.

Penduro seu braço em meus ombros, depois de limpar seu rosto e pegar tudo que precisava, respiro fundo e caminho com ele para fora do quarto.

[...]

No carro, Jungkook reclamou muito mais de dor. Eu já estava correndo o máximo que conseguia pela estrada.

- Calma amor, já estamos chegando... - Viro na avenida principal em direção a rua de acesso ao hospital.

- Meu deus... - Ele diz alto, e meu coração dói.

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