Há Tempo Para Tudo...

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Depois que viramos notícia, Park e eu realmente não tivemos paz.

Na primeira semana ele sofreu assédio na porta da academia de dança, no primeiro dia de estágio.

Chegou em casa chorando, trêmulo e eu puto, porque não podia fazer nada e ainda era o culpado disso.

A cada momento com mais raiva de mim, por ter nos exposto assim.

Sem contar que minha mãe caiu nas pesquisas, tudo porque começaram a criar uma história de que nós não éramos próximos.

Eu quis me pronunciar, mas ela disse " Não se mete nos meus negócios, moleque. " E então eu não me meti.

Evitei a internet, mas até os comerciais na tv me perseguiam. Do nada, entre um take e outro, apareciam fotos de nós dois entrando na universidade, ou saindo de casa.

Eu voltei as aulas nessa semana, hoje fazem duas semanas que tudo aconteceu.

Tínhamos decidido nos mudar, mas Hanna resolveu aparecer em alguma rede social, falando sobre meu relacionamento com a minha mãe de forma positiva, mas dizendo que Jimin era o culpado de não estarmos juntos.

Eu quis gritar com ela, mas para todos os efeitos eu estava sem memória, e sendo controlado pela minha mãe, segundo Hanna.

Por causa da declaração dela, Jimin recebeu ameaças de morte e tivemos que adiar a mudança para o apartamento.

Retrocedemos, e Jimin faltou dias de aula, e quando decidiu ir voltou pior do que quando nós estávamos em evidência.

Aquilo acabava comigo, via o seu brilho sumindo e me consumia pela culpa, pela raiva. Eu estava no meu limite, pronto para fazer qualquer besteira.

Talvez, o destino esteja mesmo ao nosso favor, apesar de tudo. Pois minha mãe me disse que tudo voltaria ao normal a partir de amanhã.

[...]

Depois de deixar Park na universidade, fui até o gabinete da minha mãe. Não fiquei para a aula, sabia que tinha algo a ver com Hanna.

Mal entrei, e ela mandou que eu chamasse Hanna e seu pai para um encontro, em uma cafeteria que tinha salas particulares no centro da cidade.

- Quando?

- Hoje. - Diz e pegou uns papéis me entregando. - Nesses papéis, tem o resultado original, o reteste, fotos de Hanna chegando na recepção do laboratório com um envelope, e sendo entregue a ela apenas um envelope na recepção. O seu nunca foi retirado.

- O que? Meu? Não entendi... - Sentei confuso.

- A culpa é minha. Se eu tivesse falado do que se tratava, Ji-he teria me dito que você nunca o pegou.

Minha mãe conta que ao pedir o reteste a Ji-he, dono do laboratório, só disse que era sigiloso, então nada foi questionado.

- Quer dizer que tudo poderia ter sido resolvido se eu tivesse ido até o balcão da recepção? - Me lembrava perfeitamente, como se estivesse vendo agora, o resultado do teste que Hanna me deu e o balcão da recepção embasado atrás da folha.

Se eu tivesse dado uns passos até a recepção... Se eu tivesse sabido sobre isso desde o início...

- Porra. - Acabo xingando pela frustração e desgaste.

Jimin está sofrendo, e tudo porque eu não usei o único neurônio normal naquele dia, para ir ate o balcão e questionar.

- Se acalma, ainda conseguimos consertar.

Ela voltou a me pedir pra ligar para Hanna, e assim eu fiz.

No mesmo dia, as duas da tarde nos encontramos nesse café. Hanna estava enorme, eu nunca mais a vi, então foi muito surpreendente.

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