O futuro reservava bagunça.
Nos dias que se seguiram, Lino descobriu que Hannie era extremamente bagunceiro.
Ele acordou com o alienígena atravessado na cama, as longas pernas estendidas sobre seu tronco, enquanto as cobertas jaziam no chão. Não que fosse um costume de Han ir para a cama. Se o sono o vencia, ele simplesmente se enrolava em uma bolinha, imitando Soonie, Doongie e Dori, e adormecia em qualquer canto da casa.
Minho, acostumado a encontra-lo dormindo em lugares incomuns, o levava para a cama, cobrindo-o com cuidado. A noite sempre terminava com o alienígena amontoado em cima dele, no entanto. Como se o ET fosse inevitavelmente atraído como uma ímã.
Lino não se importava. Ao menos trocavam calor corporal, e a presença de Han não permitia que ele se sentisse sozinho. Em uma tentativa de levantar-se cuidadosamente e não o acordar, Minho tropeçou em uma peça de roupa. Uma que ele havia vestido com dificuldade no ET na noite anterior. Aparentemente durante o sono ele se livrou dela e a atirou para longe.
Os gatos também se amontoavam na cama. Um deles, com a cauda felpuda balançando preguiçosamente ao lado da bochecha gordinha do alienígena, completava o quadro de caos e ternura que Minho não resistiu em capturar com seus óculos inteligentes.
O brilho suave da manhã infiltrava-se pelas janelas, banhando o quarto com uma luz dourada que acentuava o contraste entre o brilho platinado dos cabelos de Han e o tom oliva de sua pele. Ele sorriu para a imagem, sentindo uma leve onda de felicidade enquanto as notificações mais recentes apareciam em seu campo de visão.
Enquanto Stay preparava o café, dois de seus filhos felinos o acompanharam até a cozinha, já miando exigentes por ração. Apesar de a inteligência artificial já ter servido o alimento, os gatos preferiam o método antiquado: acordar o dono de manhã cedo para encher um pote de ração já cheio. Era um ritual que Minho aceitava com resignação, sabendo que era o servo e não o servido, afinal.
Ele bebeu uma xícara de café quente, o sabor amargo despertando seus sentidos enquanto ele lia as notícias projetadas em seus óculos. A tranquilidade da manhã foi interrompida por um forte baque, que ecoou pelas paredes maleáveis da casa. Seu coração acelerou, e ele correu de volta para o quarto, onde encontrou Han caído no chão.
O ET não gostava da força maligna da Terra que o puxava para baixo contra aquela superfície tão dura e áspera que ativava uma sensação estranha onde seu corpo se chocava contra ela.
— O que aconteceu? Você tentou se levantar? — Minho perguntou, com uma voz suave e preocupada, enquanto se ajoelhava ao lado de Han.
O ET fez uma expressão muito triste, era tão desconfortável ficar preso ao solo. O Lee, compadecido, se ajoelhou e o abraçou. Os braços quentinhos ao redor dele eram como o cobertor macio que aparecia misteriosamente em cima de Han sempre que ele dormia. Faziam-no sentir-se bem, feliz.
— Está tudo bem. Você devia ter me chamado, eu te ajudaria — murmurou Minho, enquanto levantava Han no colo, estilo noiva, com uma facilidade que apenas reforçava o quanto o alienígena era leve, quase etéreo. — Vou te dar seu café da manhã.
Han se deixou levar, ainda ressentido por não conseguir andar de forma independente como Lino. Ele observava as paredes macias da casa enquanto era carregado, sem realmente compreender a lógica por trás de todo aquele ambiente que parecia moldar-se à vontade do humano. Para ele, aquilo era um mistério tão profundo quanto o próprio universo.
Enquanto Minho preparava a refeição, Han explorava o que estava ao seu alcance. Ele jogou almofadas para longe, intrigado com a maneira como flutuavam por um instante antes de serem puxadas para baixo pela mesma força maligna que o prendeu ao chão. Sofá inflável, liso, agradável, ele lambeu e o gosto não era bom ou ruim, então não tinha uma opinião formada a respeito, mas pelos grudaram em sua língua e ele odiou.
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Celestial Lover | MinSung (em hiatus)
FanfictionApesar da vastidão das possibilidades que a tecnologia e o progresso trouxeram, foi na antiquada cidade fantasma de Namíbia que Minho Lee encontrou um vislumbre de seu futuro. Após desejar um amor para a estrela cadente que cruzou os céus, o arqueól...