A Princesa Cruel

18

Se pedisse para eu desistir de nós, eu não faria isso. Por mais que as coisas possam ficar difíceis, por favor não hesite em me procurar, eu a amo por mais que você ainda não saiba e eu faria tudo para que você pudesse ficar bem. Me deixe ser seu lar nos momentos tempestuosos, e eu prometo que tudo ficara bem.

                                                                                                                                          — França.  

Pov Wednesday

Já fazia alguns minutos em que estávamos na estrada. Meu pai tinha um semblante sério, enquanto Pusgley dormia tranquilamente em sua cadeirinha. Eu sabia que ele estava desapontado comigo por ter mentido e ter desrespeitado as ordens de Mortícia. Encostei minha cabeça na janela do carro, observando o céu estrelado e ainda sentindo o perfume de Enid impregnado em mim. A tarde com ela foi extremamente boa, e passar esses momentos juntas tem sido extraordinário demais para mim, o toque dela, o sorriso dela e os olhos dela, são como a calmaria de um oceano agitado para mim.

Olhei de canto de olho para o meu pai, que tinha o olhar focado na estrada. Será que ele vai brigar comigo? Foram poucas as vezes que algo do tipo aconteceu e para ser sincera nunca houve uma briga feia entre mim e ele. Se tem uma das coisas em que eu realmente amo no meu pai, é o fato dele ser compreensível e sempre estar disposto a melhorar como pai.

— Wednesday — Ouvi meu pai me chamar, com um tom de voz tranquilo.

— Sim? — Olhei para ele.

— Não estou desapontado com você; Pusgley me contou tudo — Ele me olha e logo volta sua atenção na estrada.

Senti-me tensa ao ouvir suas palavras e me perguntei o que o meu irmão tinha dito para ele. Comprimi meus lábios e desviei meu olhar para a janela.

— O que o pirralho disse? — Questionei.

— Ele contou o que a sua mãe fez e eu peço desculpas por isso — Respondeu Gomez com uma voz suave.

Senti as lágrimas brotarem em meus olhos e minha garganta ficar seca. Soltei um suspiro pesado enquanto me ajeitava no banco desconfortável.

— Não precisa se desculpar, não foi nada — Falei com a voz embargada.

— Preciso. Tenho sido um péssimo pai em deixar sua mãe fazer isso com você — Sua voz era suave — As coisas vão mudar

— Não quero que vocês dois briguem — Olhei para ele.

— Se eu e ela formos brigar, não importa. O seu bem-estar está em primeiro lugar — Gomez estacionou o carro na área da mansão Addams.

— Não quero ficar longe do Pusgley — Voltei meu olhar para o meu irmão, que abraçava o coala dele.

— Nunca deixaria isso acontecer, confia em mim? — Ele me olhou e mexeu em minha franja.

— Confio — Murmurei.

— Então tente não se preocupar, pegue seu irmão. Já está tarde — Gomez diz saindo do carro.

Saí do carro e peguei o meu irmão no colo, ele dormia tranquilamente. Adentro na casa indo em direção ao meu quarto para colocar pusgley na cama, não demora muito e já o coloco em minha cama, mandei uma mensagem para Enid que acaba não chegando. Suspiro e me deito ao lado de pusgley o abraçando para dormir. Queria que Enid estivesse aqui comigo e meu pequeno coala, tenho certeza de que ele vai gostar de sair comigo e ela em qualquer dia.

Acordei desnorteada com o barulho do celular tocando incessantemente, infernal a palavra para definir isso. Atendi a ligação sem saber quem era e então escuto a voz de Enid, mas era uma voz chorosa o que fez com que eu despertasse.