𝙎𝙖𝙡𝙫𝙖 𝙋𝙤𝙧 𝙀𝙡𝙚 - 𝒥𝑒𝑜𝓃 𝒥𝓊𝓃𝑔𝓀𝑜𝑜𝓀. (𝘾𝙊𝙈𝙋𝙇𝙀𝙏𝙊)

Ep 2: Jeon Jungkook.

AVISO: Quando esse símbolo aparecer "☆", significa que a narração vai ser na visão de Jungkook, e "♡" na de Diana. Sem mais delongas, boa leitura!

Além do meu corpo, meus sonhos, meus objetivos e metas que almejei um dia quando uma criança, foram inundados junto com a água fria. Não me debati, não tentei sair, apenas me deixei afundar. Tudo o que eu via e ouvia era uma imensa escuridão e silêncio. Esse era o final que eu tinha escolhido para mim no momento. Pode me chamar de dramática e depressiva, eu não ligo pois é verdade, se eu desabafasse com qualquer pessoa ela falaria isso também.

Quando o ar começou a me faltar eu ouvi, de um modo abafado, um barulho atrás de mim como se alguém tivesse mergulhado. De repente eu comecei a ser puxada para a superfície.

Ah, não.

Olhei para o responsável, minha visão estava embaçada por conta da água, porém pude reconhecer. Era ele. O maldito garoto. Me debati tentando me soltar dele, mas o adolescente estava tão determinado para me salvar que continuou. Logo chegamos à superfície. Ambos ofegantes, ele me pegou no colo e me tirou por completo do rio.

Estávamos encharcados, nossos cabelos grudavam na testa e minha camisa estava meio transparente. Eu tossi constantemente. O desconhecido me colocou sentada no chão e se sentou ao meu lado. Ele passou as mãos pelo cabelo, o colocando para trás tirando os fios de sua testa.

Minha respiração estava pesada. Eu olhei furiosa para ele quando me recuperei. Eu estava tentando não chorar, queria desaparecer, mas não me deixavam.

— Qual é o seu problema?! — perguntei com os olhos marejados e a voz rouca. Ele me olhou — você não pode simplesmente me ignorar? Eu só quero sumir! Nem isso eu posso?! — o choro que eu tentava não soltar, saiu desesperadamente e coloquei as mãos no rosto, tampando os olhos — eu só quero acabar com tudo! Você não sabe de nada! Você não entenderia! Eu não tenho mais ninguém! Você não imagina a dor que eu sinto por ter perdido aqueles que amo!

Depois de instantes chorando, tirei as mãos do rosto e olhei para o desconhecido. Ele sorria triste e seus olhos, diferente de antes, pareciam sem vida.

—  Você também não sabe de nada sobre mim — ele falou enquanto seus olhos enchiam de água. Eu senti um aperto no peito, como se eu tivesse cometido um crime imperdoável — Eu... eu também não tenho ninguém — ele disse baixo e abaixou a cabeça — a minha mãe se suicidou e eu não pude fazer nada para impedir — travou a mandíbula, se esforçando para não deixar as lágrimas descerem — e é por isso que eu não posso te deixar morrer enquanto fico parado.

Eu abaixei a cabeça. Estava arrependida. Nós sentimos a mesma dor, a dor do luto. Ele deve ter passado por muitas coisas e eu fui uma idiota. Eu não deveria ter suposto certas coisas. Mesmo assim, eu ainda não compreendo.

— Mas... você não me conhece, então-

— Ainda assim. É uma vida. Então por favor... não me faça passar por aquilo de novo — Ele parecia tão quebrado quanto a mim.