𝙎𝙖𝙡𝙫𝙖 𝙋𝙤𝙧 𝙀𝙡𝙚 - 𝒥𝑒𝑜𝓃 𝒥𝓊𝓃𝑔𝓀𝑜𝑜𝓀. (𝘾𝙊𝙈𝙋𝙇𝙀𝙏𝙊)

Ep 4: Futuro.

Ando pelas ruas mais uma vez sem destino. Meu estômago estava roncando, faz mais de 24 horas que não me alimento. Nem sei como ainda estou de pé. Minha roupa estava suja por causa de ontem. As pessoas podem até pensar que sou uma mendiga. Será que se eu sentar no chão de uma calçada elas vão me dar alguns centavos?

Eu sou uma farça. Quero morrer e mal consigo aguentar passar fome. Até em morrer eu sou péssima. Chega a ser engraçado.

Essa noite foi peculiar. Desde que a minha vida virou um inferno, eu nunca dormi tão bem. Eu tenho o costume de acordar várias vezes na madrugada e ter pesadelos tenebrosos, porém eu dormi tranquilamente mesmo tendo um estranho no quarto. Acho que só de estar fora de casa meu subconsciente fica mais relaxado.

O que mais dói é a certeza de que minha mãe não está sentindo a minha falta, muito pelo contrário, ela deve estar soltando fogos por ter se livrado de um encosto.

E o que eu faço agora?

Quando percebi, eu já estava no meio da ponte da noite passada. Acho que eu acabei indo para lá de uma forma "automática", sem pensar. Respirei fundo e andei até a balaustrada. Olhei para o rio.

E se?...

Se eu acabasse com tudo logo, como o mundo ficaria? Minha mãe sentiria algum remorso? E Jungkook? Ele acabaria sabendo da notícia... e na mesma ponte que ele me salvou. Eu não quero que ele sofra por minhas ações, ele também já passou por muitas coisas. Não posso chamá-lo de amigo, mas também não posso dizer que não criei um certo vínculo com ele.

— DIANA! — Jungkook me gritou.

Eu me arrepiei, virei ao seu chamado e vi o quanto ele estava ofegante em pé no meio da ponte, provavelmente deve ter corrido muito para chegar aqui. Ele olhou para mim como se estivesse prestes a chorar.

— Depois de ontem você iria mesmo se matar? — ele indagou com irritação na voz. Eu neguei com a cabeça.

— Não... eu só pensei.

— Ainda pensou? — ele balançou a cabeça negativamente, como se tivesse decepcionado, e andou até mim.

— Você é o meu pai agora? — pensei alto. Não me aguentei.

— Não, mas tenho uma proposta pra te fazer — vi ele engolindo em seco, hesitante.

— Proposta?

— Sim, é uma proposta bem incomum. N-não precisa aceitar, está bem? — ele fica vermelhinho, o que é uma graça.

— Está bem, faça a proposta — que tipo de proposta será? De emprego?

— Diana Steven, vamos morar juntos! — ele disse quase que em um grito.

Eu não sabia o que responder, estava impressionada, aquele tipo de proposta nunca passaria pela minha cabeça. Uma proposta TOTALMENTE fora do comum, repentina, estranha e indecente. Eu mal o conheço! Como posso morar com ele dessa forma? Ele tem minhocas na cabeça? Ele também não me conhece. Ele quer morar com uma estranha?!