07. Brasil, patria para ser amada

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Richard Rios, CT PALMEIRAS, 8:23 am.

Depois do desfile, passei mais alguns dias na Colômbia ouvindo alguns sermões da minha prima, sendo zuado pelos meus amigos e por fim, recebendo um olhar distante de outros membros da família. Nunca pensei que a imagem fosse tão importante, a ponto de atingir a forma que minha família age comigo.

Má está certa, tenho que trabalhar nisso.

A sim, e por falar nela, trocamos mensagens durante todo o tempo que não pudemos nos encontrar e a cada mensagem, me sentia mais distante da modelo que eu vou conquistar. A cada minuto, hora ou dia que tive que esperar para que ela finalmente dissesse que sentia minha falta, foram os piores e os mais lentos possíveis, dizem que não existe tortura maior do que a paixão e se querem minha opinião, isso deveria ser usado como método de tortura realmente.

Demorou mas a minha querida "sereia", mandou mensagem se convidando pro treino do Palmeiras. Quase caí da cama, eufórico quando li sua proposta (eu não tinha opção de recusa), ela entraria por um acesso que repórteres e torcedores não tem facilidade de entrada ou filmagem visto que, seria mais para funcionários internos.

E, aqui estou eu, na chuva intensa e vento frio, protegido apenas pela minha roupa de treino de inverno e uma pequena frente de cobertura do estádio a esperando ansiosamente.

Me sinto tolo nesses raros momentos de consciência que tenho. Quem em sã consciência ficaria insistindo tanto em alguém que lhe quer e provavelmente vive como se você não estivesse se esforçando para tê-la apenas para si ?

Deus é bom as vezes pois, no justo momento que esses pensamentos ecoaram em minha cabeça, fora dela, ecoou o som do motor do carro ou carruagem da modelo ou se preferir minha Cinderela. Instantaneamente um sorriso se forma em meus lábios, ajeito minha postura e a observo descer do carro com um sorriso simpático e doce, andar quase que levitando até mim.

— Gostei do novo visual Rios – ela diz. Sinto sua mão na minha nuca e o frescor de seu gloss de menta no canto da minha boca.

Arrepios se espalham pela minha coluna. Rio baixo.

— Estou bem brasileiro ?

Ela quem ri.

— Está, está mais brasileiro que eu, pode ter certeza! – minha modelo se ajeita embaixo do meu humilde e verde guarda chuva.

Limpo a garganta e faço sinal para que entremos.

Richard Rios, CT PALMEIRAS, 12:34 pm.

Após o longo treino, visto que, estávamos em um companhia especial, o time decidiu ir almoçar fora. De forma nenhum pouco discreta, ao menos 23 jogadores de futebol e uma modelo em ascensão caminharam até um restaurante aqui perto.

Os meninos perguntavam a todo momento sobre a comida que a MINHA modelo mais gostava, o que a MINHA modelo havia visto em mim, como eu e MINHA modelo nos conhecemos e o que ela teria na cabeça de ficar comigo. Ela ria de todas as piadas, respondia todas as perguntas e brincava com todos eles. Era a mulher mais encantadora que eu já tinha visto e, ao mesmo tempo, era infelizmente muito encantadora. Sim, ela era duplamente encantadora no bom e no mal sentido, mal sentido pois, eu queria sua atenção apenas para mim.

— Acho que alguém não está gostandoo – Veigas cantarola no meu ouvido enquanto Endrick e Estevão ocupavam Ma com suas mulekagens.

— Estou normal – digo e cruzo os braços pois eu estava normal.

Veiga ri e balança a cabeça em negação.

— Deveria ter arranjado uma garota bem bicuda e carrancuda, assim evitaria o ciúmes que está tendo dos meninos.

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⏰ Última atualização: Oct 22 ⏰

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