Capítulo 18 - Caminho sem Volta

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A mulher me segurava pelo colarinho, os olhos cheios de fúria e determinação. Eu precisava pensar rápido, encontrar uma forma de sair dali vivo. Enquanto ela me arrastava pelo quarto revirado, minha mente trabalhava a mil por hora, pensando em como escapar daquela situação.

— Era aqui que aquela vadia estava se escondendo, não é? — perguntou enquanto ainda me segurava pelo colarinho.

Eu olhei ao redor desesperadamente, buscando algo que pudesse usar para minha vantagem. Meus olhos se fixaram em uma lâmpada do abajur quebrada no chão, com cacos de vidro espalhados por todo lado.

— Eu... eu não sei onde está a caixa, mas posso te ajudar a encontrar — disse, tentando ganhar tempo.

A mulher parou e me olhou com desconfiança. Ela apertou ainda mais meu colarinho, trazendo o canivete para perto do meu pescoço.

— E por que eu deveria confiar em você?

Eu precisava ser convincente.

— Porque se você me matar, nunca encontrará a caixa. Sei onde Linda costumava esconder coisas. Por favor, só me dê uma chance.

Ela hesitou por um momento, o que foi o suficiente para eu agir. Com um movimento rápido, agarrei um dos cacos de vidro do chão e cortei o braço que segurava o canivete. A mulher gritou de dor e soltou o canivete, permitindo-me empurrá-la para longe.

Eu corri para a porta do apê, meus passos rápidos e desesperados. Atravessei o corredor e desci as escadas, ouvindo os gritos de raiva da mulher atrás de mim. Meu coração batia forte no peito, mas eu não podia parar.

Cheguei no primeiro andar, bastante cansado. Pensei duas vezes antes de descer as escadas para o térreo. Havia uma grande chance dos outros estarem aguardando a mulher do lado de fora. Então, com movimentos ágeis, abri uma das janelas que ficava na direção oposta da portaria do prédio. Pulei por ela, caindo no pequeno ajuntamento de mato do lado de fora. A queda foi dura, mas eu não podia parar. Levantei-me e corri pela rua, sem olhar para trás.

Meu corpo estalava a cada passo que eu dava pelas ruas frias e escuras da cidade, sentia meu rosto arder por conta dos cortes e pancadas. Enquanto corria, meu telefone balançava agitadamente no bolso. Com as mãos trêmulas, peguei o celular e liguei para o detetive Banda.

— Detetive, sou eu — Minha voz saiu trêmula.

Não tinha forças para explicar o que aconteceu, apenas falei minha localização e pedi desesperadamente por ajuda.

— Estou a caminho — a voz do detetive era firme e determinada.

Eu continuei correndo, sabendo que precisava encontrar o detetive o mais rápido possível. As sirenes da polícia ecoavam à distância, mas eu sabia que só poderia confiar no detetive. Ele tinha a Caixa Tenebris e isso era nossa única vantagem.

Encontrei um beco escuro e me escondi, tentando recuperar o fôlego. Minutos depois, vi o detetive se aproximando, seu rosto iluminado pela luz fraca de um poste de rua.

Aqui! — sussurrei, acenando para ele.

Ele correu até mim e me ajudou a levantar.

— Você está bem? — perguntou ele, preocupado.

— Não, precisamos sair daqui. Ela sabe que estou sem a caixa e Linda desapareceu.

— Vamos — ele disse, me puxando pela mão.

Corremos juntos pelas ruas escuras, sabendo que cada segundo contava. Estávamos um passo à frente, mas sabíamos que a luta estava longe de acabar. Com a Caixa Tenebris em nossa posse, tínhamos uma chance de expor a verdade, mas primeiro precisávamos sobreviver àquela noite.

O detetive Banda estava me levando para a sua casa no seu carro que ele havia estacionado próximo ao beco. Enquanto estava deitado no banco de trás, não parava de pensar no desaparecimento da Linda, muitas coisas ruins passavam pela minha mente que eu forçava para evitar.

As sirenes soando naquela hora, alguém ligou para a polícia? Será que foi o Sr. Marcos? Espero que ele esteja seguro, espero que todos estejam bem. Após alguns minutos de viagem, finalmente chegamos à casa do detetive. A casa era simples, com uma fachada modesta adornada por alguns vasos de plantas cuidadosamente dispostos. Situada em um bairro tranquilo, a residência exalava uma sensação acolhedora e convidativa. As paredes eram pintadas de um tom suave de rosa, já um pouco desbotado pelo tempo, contrastando com as cores vivas das flores nos vasos. O detetive me carregou para dentro da casa, mas antes desmaiei de cansaço.

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⏰ Última atualização: Aug 20 ⏰

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