9. Ansiedade, dor e ira.

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O peito dela subia e descia descontroladamente, como se tentasse romper as barreiras de seu corpo

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O peito dela subia e descia descontroladamente, como se tentasse romper as barreiras de seu corpo.  A adrenalina corria em suas veias, substituindo a euforia efêmera do álcool e do comprimido que havia consumido. O que antes era uma sensação de leveza e despreocupação agora se transformava em um aperto sufocante em seu peito novamente. Seu coração batia tão rápido que parecia estar prestes a explodir.

O ar parecia faltar, e cada respiração era um esforço doloroso, uma luta para manter o controle em meio ao caos interior. Os pensamentos giravam em um turbilhão frenético, a mente inundada por uma ansiedade avassaladora que ameaçava engoli-la inteira. O mundo ao seu redor começava a se desfocar, como se estivesse sendo sugado para dentro de um vórtice de arrependimento e incerteza, onde cada batida de seu coração ecoava a desesperança que sentia.

Berserk ergueu uma das mãos ao peito, tentando ritmizar os movimentos descontrolados de sua respiração, mas cada tentativa de se acalmar parecia falhar miseravelmente. Seus dedos trêmulos mal conseguiam sentir o toque da própria pele, e a sensação de desespero só aumentava.

Ela apertou os olhos, tentando expulsar as lágrimas que ameaçavam cair. As vozes ao redor soavam distantes, como um zumbido irritante que não conseguia compreender. Tudo que ela conseguia focar era nas batidas frenéticas do próprio coração, um tambor implacável que ecoava sua angústia.

O body que usava parecia sufocá-la, a falta de raciocínio lógico não conseguia fazê-la perceber que estava rasgado por baixo, expondo sua vulnerabilidade tanto física quanto emocional. O tecido grudava em sua pele, intensificando a sensação claustrofóbica, como se estivesse aprisionada em seu próprio corpo.

Berserk sabia que precisava se recompor, mas a tarefa parecia monumental. A sala girava ao seu redor, as cores se mesclando em um borrão indistinto. Cada pensamento, cada memória não só do erro que cometeu minutos atrás, mas toda sua vida, Benny, era uma facada em sua mente já sobrecarregada. Ela se sentia perdida, uma náufraga em um mar de emoções descontroladas, sem nenhum porto seguro à vista. Como se todo aquele turbilhão emocional nunca tivesse realmente cessado

E jamais cessará.

A respiração ofegante. A dor, a culpa, a raiva – tudo se misturava em um redemoinho insuportável. Berserk estava à beira do abismo, e não havia ninguém para estender a mão e puxá-la de volta.

O tecido do body rasgado beliscava sua pele, aumentando sua agonia. Ela tentou rasgar o resto, afim de liberta-se de sua prisão, mas seus movimentos eram descoordenados, ineficazes. O mundo ao seu redor continuava a se desfazer, as paredes parecendo se fechar sobre ela, aprisionando-a ainda mais. E se caso tivesse o rasgado, ela teria que correr até sua irmã e sua cunhada para implorar qualquer vestimenta nova.

E então, como uma lâmina afiada atravessando a névoa de sua mente, a lembrança das mãos dele em seu corpo a perfurou. O toque, os olhos vermelhos dele cravados em sua memória, estavam ali, para sempre marcados, impossíveis de esquecer. Berserk sabia que nunca mais conseguiria se livrar dele, das sensações que ele havia despertado em seu corpo, sensações que ainda a incendiavam por dentro. Sua intimidade ainda pulsava com a lembrança dele, como se ele ainda estivesse ali, dentro dela, dominando-a.

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