🖋️🌹Prévia do livro Publicado!!!🌹🖋️

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— Volte para a cama, filha. — Fala para Luara, com um doce sorriso. — Vou ficar aqui, de novo. — Seus braços descobertos estão arrepiados, deve ser o frio.

Assim, Luara volta para a cama em silêncio, detestava dormir com sua mãe no quarto ao qual ela compartilhava com sua irmã, mas não lhe restava muita escolha. Dona Teodora senta-se na cama e fica com Sola no colo, mas observa a cama da filha mais nova, deixando a garota apreensiva e aterrorizada. E essa não é a primeira ou a segunda vez, acontece pelo menos duas vezes por semana e isso é cansativo e perturbador, tanto para Sola, quanto para Luara. Por isso, Luara vira-se de costas para a mãe, mas sem a coragem de ceder ao sono e deixar suas pálpebras pesadas se fecharem sobre seus olhos e deixar com que ela se cubra com o manto escuro e sombrio de seus pesadelos. 

...

O que você faria caso em sua festa de aniversário, encontrasse resquícios de um assassinato? E se, por algum acaso, o corpo fosse o da sua mãe? Quem é o culpado? 

...

Sua mãe continuou a observá-la enquanto cantava uma música que de acordo com ela, foi cantada por gerações e passada de mãe para filha. Dizia assim:

No silêncio da noite, os gritos ecoam,
Sombras se esticam, os pesadelos entoam.
Os olhos fechados não veem o horror,
A ausência da mãe, um vazio de dor.

Sinto a presença, uma traição brutal,
A irmã esconde um plano infernal.
Nos sonhos, ela ri, a faca na mão,
O amor se transforma em cruel traição.

...

A maldição permanecerá pela eternidade até que...

...

— Eu acho que matei nossa mãe! — Confessa Sola.

As lágrimas voltam e em maior quantidade. Luara sentiu de longe o peso da culpa que Sol carregava nos ombros, mas não acreditou no que ouviu e ficou numa espécie de transe, tentando assimilar o que ela realmente escutou. Então, depois de cravar as unhas em sua própria pele e sentir o sangue escorrer, percebeu que não se tratava de um pesadelo, o que a fez pensar estar maluca. Quase não sentia dor.

— Lua, fala alguma coisa! — Insiste Sol ao se assustar com o braço ensanguentado da irmã.

— O que você quer que eu diga!? — Luara de repente explode numa onda de sentimentos negativos e confusos. Como se um pico de energia a tivesse atingido, ela desviou o olhar e fechou a cara, suas lágrimas silenciosas eram a prova de sua frustração. Sua irmã está usando isso como desculpa? A conversa não continua. O sangue que escorre dos braços de Luara não só simboliza uma maldição, mas a relação com a futura morte de uma das gêmeas.

...

— Aqui diz: Para quebrar a maldição lançada pela avó em consequência dos atos da mãe para consigo, desfazer a maldição da página 79 não é algo de simples dificuldade e cabe a mãe ter coragem para exercê-la. Há um segredo, enterrado nas profundezas do sofrimento: para quebrar a maldição, a mãe deve enfrentar o terror mais ignóbil. Antes que o ciclo se complete e a morte bata em sua porta, ela deve tomar uma decisão impensável, um ato de desespero absoluto. Na noite em que o desespero de uma alma convocada a séculos atrás, atinge seu clímax, e a filha predestinada se erguer como a executora, a mãe deve confrontar o horror primordial. Com as mãos tremendo de pavor e o coração em frangalhos, ela deve sacrificar um dos bebês, um ato que rompe o laço mais sagrado. Apenas assim o ciclo cruel poderá ser interrompido. Se a mãe não cumprir este ato abjeto, a maldição se perpetuará, e a morte continuará a dançar nas sombras. Cada nova geração sofrerá o mesmo destino terrível, até que o último grito de dor seja ouvido e a maldição seja finalmente satisfeita, tendo como sacrifício o sangue de uma das herdeiras desse trajeto repleto de profundas experiências com o sobrenatural, para que ele finalmente possa descansar em paz. 

... 

— Onde está a porcaria do livro!? Sua mãe estava enchendo meu saco para eu queimá-lo a um tempo! Me digam onde está! — Bradou com voz trêmula e de repente revirou a mesa de vidro no centro da sala, fazendo com que ela se estilhaçasse em cacos de vidro no chão. Ele veio em direção às meninas, pisando nos cacos e sujando o chão com o sangue de seus pés, mas pelo jeito, está mergulhando tão fundo no álcool que acabou por não sentir dor alguma.

...

As duas tomaram banho juntas, depois do assassinato da mãe das meninas e de outro incidente com um animal da floresta (onde Sola ficou sozinha e acabou por matar um cervo), prometeram que não deixariam a Tati voltar, de jeito nenhum. Ela se manifesta apenas quando Sol está sozinha. Então, elas precisam ser fiéis a essa promessa. Além de que continuam sentindo a presença de sua mãe pelos arredores, e isso é perturbador, como se ela se manifestasse na forma de um tubarão rondando aquela ilha. Ficar o dia todo com a sensação de estar sendo constantemente observada por presenças à espreita é estressante. 

...

Você acaba de me libertar deste ciclo cruel, mas saiba que permanecerei na sua memória e meu nome te perseguirá pela eternidade.

A ligação caiu... junto a mim.

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⏰ Última atualização: Oct 03 ⏰

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Seu Nome Me Persegue (CONCUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora