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567, Nova Ordem.

Sublime Aurora, grandiosa AuroraSuberin prospera sob às luzesOh, Aurora! Não se acanheResplandecente Aurora

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Sublime Aurora, grandiosa Aurora
Suberin prospera sob às luzes
Oh, Aurora! Não se acanhe
Resplandecente Aurora

Sublime Aurora, grandiosa Aurora
Suberin vence sob teu véu
Oh, Aurora! Não se acanhe
Divina Aurora

Sublime Aurora, grandiosa Aurora
Suberin dança sob seu espetáculo
Oh, Aurora!
Oh, Aurora!

Não esqueças de teu povo
Ilumine nossa jornada
Abençoe nossas Terras!
Oh, grandiosa Aurora

Oh, Aurora...

R O C K Y

EMERGI À SUPERFÍCIE DESESPERADO EM BUSCA DE AR. A sensação ao abrir os olhos era de estar sendo sufocado, como se eu estivesse sendo empurrado cada vez mais em direção ao oceano profundo e água enchesse meus pulmões rapidamente, exalei várias vezes e por longos minutos, minha visão estava repleta de pontos pretos e meus pensamentos totalmente nublados.

Onde eu estava?

Ergui o braço esquerdo na tentativa de me apoiar contra algo, mas acabei caindo para frente, em direção ao chão. Tossi em resposta à poeira que levantei com minha queda e pisquei repetidas vezes tentando me ajustar a escuridão. Tentei ajustar meu raciocínio, mas eu sequer me lembrava corretamente do que aconteceu na noite passada. Se ao menos Ilona ou Aris estivessem aqui eles poderiam iluminar o ambiente e...

O ar fugiu outra vez dos meus pulmões.

Meus irmãos.

Joan.

Onde estava Joan?

Levantei meio cambaleante e tateei as paredes, aquele lugar era minúsculo. Eu deveria ocupar pelo menos dois terços daquele cubículo e pelo menos isso explicava o porquê do ar parecer tão rarefeito. Pensei em Chantal no mesmo instante e meu peito se comprimiu ao pensar na fêmea presa outra vez num lugar como este.

Chantal.

Girei em meus calcanhares tentando encontrar uma saída e estreitei o olhar ao observar um pequeno buraco em uma das paredes, um feixe fraco de luz vinha dele. Me aproximei e me abaixei com dificuldade, ainda confuso demais com tudo aquilo. Observei o outro lado com cada vez mais confusão, eu conseguia distinguir árvores e o céu extremamente azulado.

Eu estava numa montanha?

Apurei meus sentidos na tentativa de ouvir algo e fiquei atordoado ao escutar, sem interrupção, ondas quebrando-se próximas dali. Suspirei pesadamente e me afastei o máximo que pude do buraco, minhas costas chocando-se contra algo duro. Tentei enxergar aquilo e, sem sucesso, apelei para o tato. Era uma estrutura alta e grande, eu estava dentro daquilo antes de pender para frente.

Inclinei a cabeça.

— Que porra...

Arregalei os olhos atordoado. Era um caixão?

Me afastei quase como se estivesse tocando em fogo, minha pele ardendo como se estivesse ofendida com tamanha sugestão profana. Voltei minha atenção para o pequeno buraco na parede e ajeitei a postura, olhando para o outro lado quase como se pudesse atravessar aquele ponto. O pouco oxigênio naquele cubículo estava começando a me deixar mais ofegante à medida em que eu decidia o que fazer.

Fechei os olhos brevemente e balancei a cabeça. Eu podia fazer aquilo.

Me afastei o máximo que pude, meus músculos se contraindo e latejando em antecipação ao meu próximo ato. Joan me chamava de muralha por uma razão e se eu conseguia amassar duas rochas entre minhas mãos, uma parede de pedra não seria nada.

Não pensei ao me atirar repetidas vezes contra ela.

[★]

Era a porra de um precipício.

Um enorme rochedo, como os de Nemisar. O mar parecia furioso, chocando-se contra as pedras em toda sua tempestuosidade. Eu estava encharcado, meus músculos marcados pela camisa branca que desenhava cada curva do meu corpo. Sacudi o cabelo na tentativa de me livrar da água e observei de longe o enorme buraco feito por mim em uma das pedras.

Meu rosto se contorceu em uma careta. Por que eu estava preso numa pedra?

Espantei o pensamento, deixando aquele problema para lidar em outro momento. Observei os arredores em busca de qualquer coisa que me fosse familiar, mas algo parecia diferente. O ar, os aromas, mesmo a magia que corria em minha veias parecia... silenciosa.

Eu não estava em Vecnux, isto era um fato. Não haviam praias em minha Corte e, pelo espaço que o Sol ocupava, não deveria passar das dezessete horas. Naquele horário, em meu lar, a noite já estaria dando as caras. Decidi caminhar para longe daquele monte de areia e água, se eu estivesse em Nemisar poderia me abrigar no Palácio de Chantal até entender o que estava acontecendo.

Andei por algumas horas, um pouco mais afastado da beira do mar e eu sabia que se não tivesse treinamento, já estaria exausto de tanto caminhar. Eu não fazia ideia de qual região da Corte da minha irmã eu estava e odiei perceber que eu deveria ter dado mais atenção às aulas de geografia que tínhamos em grupo.

Meus pés descalços estavam começando a protestar quando avistei um porto. Estranhei de imediato, não reconhecendo nenhuma das bandeiras asteadas nos navios. Chantal e seus pais estavam negociando com o outro continente?

Conforme me aproximava a sensação de que algo estava fora do lugar crescia cada vez mais. As vozes dos marinheiros começavam a ficar mais altas à medida em que eu chegava ao deck. Subi num impulso e logo me vi sendo empurrado pelo ombro por todos os lados, quase como se nem me vissem ali. Minha testa se franziu ao observar feéricos carregando caixotes e a movimentação frenética para dentro e fora dos navios.

— Con licença, senhoritta... — Parei uma fêmea que passava segurando um enorme caixote cheio de frutas.

Ela pareceu se assustar e isso não me surpreendeu, minha voz estava tão firme como costumava ser e provavelmente seu olhar apavorado deu-se devido minha altura. Precisei me abaixar um pouco para encará-la nos olhos e inclinei a cabeça em curiosidade ao vê-la tropeçar nos próprios pés.

— Poderia me dizer em qual dos porttos de Nemisar esttou?

Tentei uma abordagem mais casual, para não assustá-la, as pessoas costumavam ter diversas reações em minha presença. Fosse por meu título ou minha aparência excepcional.

— O-o que?

Franzi a testa e involuntariamente aumentei o aperto em seu ombro, encarando seus olhos atentamente. Tentei falar mais devagar, Chantal costumava dizer que meu sotaque confundia as pessoas:

— Que portto é este?

A fêmea parecia estar tremendo, mas não dei atenção aquilo ao notar o brasão em seu colete. Me aproximei mais dela e isso pareceu apavorá-la, meu rosto estava extremamente próximo do seu. Mas eu não encarava mais sua expressão, meu olhar estava fixo no broche em seu peito. Jamais havia visto aquele símbolo, nem mesmo nos diversos livros de Ilona.

A larguei meio bruscamente, confuso. Olhei ao redor e avistei os portões que pareciam dar acesso a cidade não muito longe dali. Nemisar possuía somente três portos principais e os três não eram tão distantes da capital, logo, poderia encontrar o Palácio com facilidade. Deixei a pequena fêmea para trás e passei a caminhar naquela direção, cada vez mais frustrado.

Que merda aconteceu?

SUBERIN | acotar (Em Breve)Onde histórias criam vida. Descubra agora