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Que desperte o lobo

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Que desperte o lobo.

C A L L A N

AVISTEI A ENORME PROPRIEDADE AO NORTE. Sua estrutura era tão semelhante ao meu Palácio, ainda assim, era estúpida. Em todo seu esplendor, minha casa havia sido transformada numa casinha adornada por flores. A primavera eterna sempre fora meu conforto, a suavidade, paz, aromas... tudo milimetricamente dentro do que eu adorava.

Mas aquela não era Primrone.

Soube disso no momento em que abri meus olhos, preso naquele tronco grande e grosso de uma árvore velha e tão antiga quanto eu me lembrava. Eu estava petrificado, em todos os sentidos da palavra, havia sido mumificado. Preso em minhas próprias terras e agora diante de mim estendia-se a visão do inferno.

Lírios eram flores suaves e delicadas, transparecem respeito, virtude e ternura. Meu lar era repleto dos mais diversos tons de lírios, que estendiam-se dos arbustos às vigas nas paredes de mármore branco do palácio. Agora, em menos de vinte e quatro horas haviam destruído minha casa e adornado-a com rosas vermelhas.

Deveria ser uma piada de mau gosto, outro tipo de tortura psicológica tramada por meus pais. Algo não estava certo e eu não tinha coragem alguma de ir até lá. Aquele lugar estava abandonado, largado como se ninguém fosse ali a séculos.

Observei o sol se pondo e suspirei. Onde meus irmãos estavam quando aquilo aconteceu?

Onde eles estão agora?

Cerrei as mãos em punhos e encarei outra vez a estrutura a minha frente. Apenas alguns metros e eu encontraria respostas que poderiam aplacar ou aumentar minha fúria. A magia em meu sangue fazia minha pele formigar, implorando para sair e destruir tudo, mas eu a contive. Pensei em Ilona e em como a fêmea diria para eu me conter, que buscar respostas exigia paciência e que o descontrole tiraria minha razão.

— Foda-se.

Mandei seus conselhos para o inferno. Aquelas rosas vermelhas estavam me consumindo e eu esperava que Aris pudesse queimá-las eu seu fogo ardente e reduzi-las à cinzas.

Em passos pesados fui até a propriedade, sem me importar em bater ou alertar minha chegada. Aquele era meu lar. Onde estavam todos?

A aparência dentro parecia ainda pior que as rosas do lado externo da mansão. O odor fétido que atingiu meu nariz me fez parar no lugar, completamente enojado com o estado da casa. Haviam quadros estranhos quebrados, móveis estraçalhados e sangue por toda parte. Sangue seco e antigo. Os arranhões nas paredes aumentavam ao passo em que eu me aproximava do que outrora deveria ser a sala de estar.

SUBERIN | acotar (Em Breve)Onde histórias criam vida. Descubra agora