Nada Além de Você

4. Regras

Han Lee Félix

Nós voltamos para casa algumas horas depois de conseguirmos ir em todos os brinquedos que Jisung queria. A fila da montanha russa, nós enfrentamos, a fila do tiro ao alvo também enfrentamos. Enfrentamos todas as filas do parque apenas para podermos ir em casa brinquedo que Jisung queria.

Daqui há exatos três dias eu irei me mudar para a faculdade e Jisung ficará sozinho no apartamento. Um garoto de catorze anos, sozinho em um apartamento e indo para a escola sozinho, voltando sozinho. O que pode dar errado? Tudo!

Nada pode dar errado, mas eu tenho certeza que TUDO vai dar errado. Sempre que eu quero que algo dê certo nunca dá.

Jisung se jogou no sofá assim que chegou em casa, dizendo que estava exausto do parque e que precisava dormir. Eu disse a ele para tomar um banho que eu iria fazer macarrão com salsinha para a janta, e Ji apenas concordou e foi pro seu quarto. 

Eu ouvi ele falando novamente com o tal Hwang Minho de mais cedo, mas eu apenas ignorei. Ele já está bem grandinho e pode falar com quem quiser, a hora que quiser, e pode namorar quem quiser também.

Não vou privar Jisung de coisas que não tive, ele merece ter.

O macarrão terminou de cozinhar no exato momento em que eu terminei de lavar a louça do molho que eu fiz pro macarrão, então eu só lavei o macarrão, lavei a panela do macarrão e coloquei o macarrão na panela do molho.

Aprendi a cozinhar enquanto estava no internato ainda. Lá, eles disponibilizam algumas aulas extracurriculares, e eu escolhi culinária. Eu sempre amei cozinhar e isso era uma oportunidade e tanto de aprender mais e mais.

Bati na porta do banheiro e ouvi Jisung dizendo pra mim entrar, então eu abri a porta e entrei no banheiro, sem cerimônia nem nada.

— A comida tá pronta....— olhei para cima da pia do banheiro e vi o celular de Jisung ligado numa chamada com "Min 🤍". Fiquei com ciúmes, ele só colocava coração no meu contato!

— Ah, ok, já vou. — Se virou para o outro lado, pareço estar enxaguado o seu pênis. — Já vou desligar, Min, até depois!

— Até depois, Ji. Mais tarde te ligo. Depois conversa com seu irmão sobre aquilo. — Jisung se limitou a murmurar um "ok" e em seguida o tal de Min desligou.

— Seu namorado? — Perguntei, não aguentando de curiosidade.

— Não, apenas meu amigo. O Minho. — assenti. — Já pode sair, tchau. — eu ri e sai do banheiro, dando privacidade para Jisung se vestir.

...

Na hora que Jisung saiu do banheiro, seu celular estava em sua mão e um sorriso bobo em seu rosto. Ele estava com seus cabelos úmidos e a blusa larga cobrindo sua cueca box.

— Sério, Jisung, você está apaixonado? — perguntei.

— O que? Lógico que não! Minho é meu amigo. — ele corou, mas logo tratou de balançar a cabeça em sinal de negação e ir em direção a cozinha para colocar sua comida.

Me levantei de onde estava no sofá e fui em direção ao armário, também pegando um prato de vídeo e um garfo para pegar o macarrão.

— O cheiro está maravilhoso, Lix! Aonde aprendeu a cozinhar tão bem assim? — Meu irmão me perguntou, com os olhos arregalados.

— No internato. — ele me olhou em sinal de dúvida. — Eu fazia aula de culinária lá, era obrigatório os alunos escolherem uma atividade extracurricular a mais para fazerem em seu tempo livre. — dei de ombros.

O clima durante o jantar foi agradável, e isso era bom. Ao final do jantar, depois de eu ter tomado um banho de Jisung lavado a louça (ele que se voluntariou), Jisung veio a meu quarto e sentou na beirada de minha cama. E, como eu conhecia a peça, já esperei o que ele iria pedir.

— irmão, sabia que eu te amo?

— O que você quer, Jisung?

— Posso sair com Minho amanhã à noite? Faz tanto tempo que eu não vejo ele! Ele se mudou pra cá também, chegou ontem em Londres e disse que quer me ver e me manda o endereço por mensagem. Posso?

Pensei por um tempo, meio receoso. Será que eu deveria deixá-lo ir ou não?

Passei por alguns minutos e finalmente me decidi.

— Com algumas regras. — eu disse e vi seus sorrisos crescer.

— Qualquer uma!

— Sem sexo, sem ir pra casa dele, nem adianta. E volta antes das duas.

— Duas da manhã?

— É. — Murmurei.

— Eu te amo, você é o melhor irmão do mundo! — Ele correu e pulou em cima de mim, me abraçando.

— Jisung! — Ri e fiz cosquinhas nele.

A risada de Jisung ecoava pelo quarto, fazendo meu coração se aquecer.

.....

Oiê, amores!

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