Gabriela Guimarães

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Eu não fazia ideia de que horas eram, mas sabia que já estava tarde da noite. As meninas do time já tinham ido para os seus quartos, mas eu continuava treinando. Poucas luzes da quadra estavam acesas, para não chamar muita atenção. Eu treinava o saque, um fundamento no qual estava errando muito e que não poderia falhar, especialmente em um campeonato tão importante como aquele.

Errei novamente e bufei irritada comigo mesma.

— Você deveria estar dormindo.

Pulei de susto e me virei, vendo minha treinadora parada, com uma expressão severa. Após as Olimpíadas de Los Angeles 2028, Gabriela Guimarães assumira o comando da seleção feminina de vôlei.

— Eu sei — suspirei e voltei a sacar, errando novamente.

— O erro está no posicionamento da sua mão. Eu já te falei.

Ela falou calmamente, mas eu revirei os olhos.

— Eu já fiz o movimento como você pediu e mesmo assim não dá certo — falei, irritada.

Gabi suspirou levemente.

— S/n, você não deveria estar se desgastando tanto. Era para você estar descansando; o treino de hoje foi pesado.

Ela cruzou os braços e eu dei de ombros.

— E você deveria parar de encher tanto o meu saco. Eu só estou treinando um fundamento no qual estou mal — falei, dando de ombros.

Ela respirou fundo.

— Eu não estou enchendo seu saco, só estou preocupada com você.

Antes que ela pudesse terminar a frase, eu caí no chão, segurando meu pulso forte após bater na bola de forma inadequada. Gabriela correu até mim e se ajoelhou ao meu lado.

— Eu falei para você não fazer tanto esforço, merda — disse, com raiva, enquanto examinava meu pulso. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu tentei segurar o choro, enfrentando a dor intensa.

— Não foi nada... só um mal jeito — falei, tentando soltar meu pulso da mão dela, mas ela segurou mais forte, fazendo eu gemer de dor.

— Pare de ser tão teimosa, S/n! — ela me encarou com raiva, mas logo sua atenção voltou para meu pulso. Olhei para seu rosto; apesar de toda a irritação, achava Gabriela extremamente linda, e isso só aumentava minha frustração.

— Vem, eu vou buscar gelo e a pomada que está no meu quarto — disse ela, se levantando e me ajudando a levantar também. Eu a segui em silêncio, sentindo a dor e intimidada pela sua presença.

Quando chegamos em frente ao quarto dela, ela me pediu para entrar, e eu aceitei timidamente.

— Nunca te vi tão quieta em toda minha vida — disse ela, com um tom calmo. Eu não era o tipo de pessoa tímida; era extrovertida, talvez a mais extrovertida do time, mas naquele momento, nada parecia certo.

— Está tudo bem? — perguntou Gabi, enquanto pegava o gelo e a pomada, e eu me sentava na cama dela.

— Está doendo. Talvez eu não consiga jogar o primeiro jogo — meus olhos se encheram de lágrimas novamente, só de pensar em perder a oportunidade de estrear no meu primeiro campeonato com a seleção.

— Calma... — Gabi se sentou ao meu lado e começou a aplicar a pomada e o gelo. — Não foi algo grave, talvez uma torção. Amanhã você vai à enfermaria e provavelmente eles vão colocar uma tala e te dar um remédio para a dor.

Ela falava tudo calmamente, e eu fiquei em silêncio.

— Quando eu disse que você não deveria estar fazendo tanto esforço, era disso que eu estava falando — ela me olhou, e eu desviei o olhar.

— Sei que você deve estar se cobrando demais. Eu vejo o quanto as pessoas colocam expectativas em você, dizendo que você será a nova eu, a nova estrela do vôlei. Mas, S/n, não faça mais isso. Não se cobre tanto, não faça mais esforço do que seu corpo aguenta. Eu falo por experiência própria.

Eu não sabia em que momento nossos rostos haviam se aproximado tanto.

— Eu não te pego no pé por implicância. Eu me vejo em você, uma versão mais nova minha — ela suspirou, e eu desviei o olhar, quebrando o contato visual.

— Desculpa, Gabi... Eu deveria ter te escutado — respirei fundo e vi ela pegar minha mão que não estava machucada, começando um carinho.

— Eu só quero ser realmente boa. Não quero decepcionar as pessoas, não quero te decepcionar...

A última parte eu falei tão baixo que, se ela não estivesse tão perto, talvez não teria escutado.

— S/a, me escuta — Gabi levou sua mão ao meu queixo, forçando-me a olhá-la. — Mesmo você sendo a melhor do mundo, ainda haverá pessoas que dirão coisas ruins sobre você.

Ela começou a acariciar minha bochecha.

— Para mim, você é mais que boa; é excelente — ela sorriu de lado, e eu sorri levemente. — Só porque você está errando um fundamento não significa que você seja horrível. Eu te garanto que, se você fosse horrível, eu não teria te convocado.

Ela deu de ombros e eu gargalhei. Nossos olhos se conectaram como se fossem ímãs. Eu sorri abobalhada e, aparentemente, Gabi também. A atmosfera mudou completamente. Sabíamos que ali não era apenas uma técnica encorajando sua atleta, era uma técnica apaixonada por sua atleta que estava confusa com os sentimentos que estava sentindo por ela.

Meu rosto se aproximou mais do dela, fazendo nossos narizes se tocarem, e eu sentia sua respiração quente contra minha pele.

— S/n... não podemos — ela falou baixinho, mas não se afastou.

— Ao mesmo tempo que parece tão errado, parece tão certo — respondi, levando minha mão ao pescoço dela, enquanto ela posicionava a mão na minha cintura.

— Dane-se — Gabi me puxou para um beijo calmo. Quando nossas línguas se encontraram, a sincronia foi perfeita, e o encaixe das bocas foi indescritível. Nos afastamos por causa da falta de ar, e ela me olhou intensamente, fazendo eu corar.

— Alguém já te disse que você fica linda corada? — Ela sorriu, e eu corri ainda mais com o elogio.

— Desculpa, não queria te deixar sem graça — ela disse, risonha, e eu sorri levemente.

Percebi que Gabi ia dizer algo mais, mas meu celular tocou, fazendo-nos infelizmente se afastar. Era Luzia, minha melhor amiga e companheira de quarto. Notei que já era meia-noite. Desliguei o celular, sem atender, sabendo que teria que dar explicações quando voltasse ao quarto.

— Tenho que ir, já está tarde e Luzia está me ligando — falei, vendo Gabi suspirar e dar um meio sorriso.

— Vá, que você tem pouco tempo para dormir. E amanhã eu não vou pegar leve só porque você se machucou, ouviu? — disse ela, e eu revirei os olhos.

— Você é chata, viu? — falei, e ela riu.

— Só com quem eu gosto — eu sorri abobalhada, e ela percebeu o que disse e ficou sem graça.

— Boa noite, técnica — dei um beijo no cantinho do lábio dela e saí do quarto. Parei no meio do caminho e pensei: "Meu Deus, eu beijei minha técnica."

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Gabi eu tbm machuquei meu pulso, vem cuidar de mim😭

Espero que gostem e eu aceito pedidos, então podem mandar que eu vou estar fazendo com o maior carinho. Bjs e votem e comentem!

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