ᴅɪᴀ ᴛʀᴇs

2 0 0
                                    

09 de março de 2020

A primeira noite com o novo grupo se passou, e foi... diferente. Não no sentido ruim, mas definitivamente diferente do que estou acostumado. A vida solitária me tornou desconfiado, sempre à espreita, esperando o próximo perigo. Aqui, com eles, as coisas são mais tranquilas, e isso é algo que estou tentando me acostumar.

Depois que jantamos, guardamos tudo e limpamos o espaço ao redor da fogueira. Cada um parecia saber exatamente o que fazer, como se fosse uma rotina já estabelecida. Johan me ajudou a pegar um dos colchões que estava no quarto onde Konnor e Kory dividem. Ele me ajudou a arrumar tudo no quarto que vou dividir com Jake. Quando terminamos, Johan saiu, deixando apenas eu e Jake no quarto.

Durante a arrumação, Jake e eu conversamos um pouco mais. Ele me contou sobre a fazenda, um lugar que pertenceu aos seus avós. Eles viveram aqui até falecerem de velhice, deixando a fazenda para os pais de Jake. Quando o apocalipse começou, seus pais ainda estavam aqui, mas não conseguiram sobreviver ao caos que se seguiu. É triste pensar em como a vida deles mudou tão drasticamente, e em como esse lugar, que deveria ser um refúgio de paz, acabou se tornando um abrigo contra um mundo devastado.

Jake mencionou que, depois de se juntar ao grupo, sugeriu virem para cá por ser um local afastado. Ele me garantiu que, por ser tão isolado, quase nenhum zumbi aparece por aqui. Isso traz um certo alívio, mas ainda assim, não posso deixar de me manter em alerta. É difícil baixar a guarda, mesmo em um lugar que parece seguro. Ficar sempre pronto para o pior se tornou um hábito, uma necessidade.

A noite foi silenciosa, sem os ruídos habituais da cidade devastada. O silêncio daqui é quase perturbador de tão profundo. Deitado no colchão, com a luz suave da lua entrando pelas frestas da janela, tentei me acomodar. Jake dormiu rápido, mas eu demorei a pegar no sono. Fiquei pensando na sorte de ter encontrado um lugar como este e em como a vida pode ser diferente daqui para frente.

Aliás, descobri da pior forma que o grupo tem um cachorro de estimação. Fiquei com sede durante a noite e saí para pegar um pouco de água na cozinha. Enquanto voltava, ouvi um barulho estranho e fiquei alerta, esperando o pior. Foi então que, do nada, um enorme cachorro — acho que um pastor alemão — pulou em cima de mim, quase me derrubando no chão. O peso dele me desequilibrou por um momento, mas o susto foi logo substituído por alívio quando percebi que ele só queria brincar. O cachorro foi incrivelmente dócil, abanando o rabo e me encarando com aqueles olhos brilhantes, como se eu fosse o novo amigo dele.

Agora que penso nisso, ter um cachorro por perto pode ser uma vantagem enorme. Ele pode alertar sobre ameaças que não percebemos e, de certo modo, traz uma sensação de normalidade em meio a todo esse caos. Eles deram ao cachorro um espaço e um papel, assim como todos aqui têm o seu.

Sobre o grupo em si, comecei a perceber o papel de cada um:

Johan: Ele parece ser o protetor do grupo. Com seu porte robusto e seu jeito firme, fica claro que ele cuida para que todos estejam seguros. É como se ele fosse a âncora do grupo, aquele em quem todos confiam quando a situação fica difícil.

Konnor: Konnor é o tipo de pessoa que mantém o espírito leve, mesmo nas piores situações. Ele faz piadas e tenta manter o moral do grupo elevado. Acho que ele serve como o equilíbrio, lembrando a todos de que, apesar de tudo, ainda somos humanos.

Kory: Kory é prática e direta, o tipo de pessoa que você quer ao seu lado em um combate. Ela parece ter uma visão mais realista — talvez até um pouco cínica — do que está acontecendo. Acho que ela é o cérebro tático do grupo, sempre pensando no próximo passo.

Jake: Ele parece ser o estrategista, talvez o líder natural, embora não declare isso abertamente. Jake mantém a calma e organiza as coisas, sempre considerando o bem-estar do grupo. Sua decisão de trazer todos para a fazenda mostra que ele se preocupa com a segurança e o futuro de todos.

Charlotte: Charlotte é a luz em meio à escuridão. Sua inocência e entusiasmo trazem uma energia positiva que contagia a todos. Ela é como o coração do grupo, lembrando todos do que realmente estão lutando para preservar — um pouco de humanidade e esperança.

Cada um aqui tem seu papel, e todos são importantes para o grupo funcionar. Agora só me resta descobrir qual será o meu.

— James

𝑇ℎ𝑒 𝐿𝑎𝑠𝑡 𝐵𝑟𝑒𝑎𝑡ℎ Onde histórias criam vida. Descubra agora