Point of view: João Vitor; 2015
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Vou Morrer Sozinho – Jão
Andar Sozinho – Jão
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Me levanto e vou direto ao banheiro, mesmo achando um absurdo obrigarem um estudante a acordar cinco da manhã para estar na faculdade às seis.
No fundo, sei que não posso reclamar porque, uma hora chega e sobra para eu me arrumar, mas tem pessoas que precisam acordar ainda mais cedo para estarem prontos a hora, nem tudo é assim tão ruim, não é mesmo?
Tomo um banho rápido e vou até à mesa da sala, encontrando vários pratos de comida.
– Hmm! Quem que cozinhou isso aqui? Parece estar uma delícia!
– Fui eu, eu sei que 'tá, maninho, obrigada pelo elogio! – Isabella aparece, mandando um beijo no ar.
– Ewwww! – Digo e finjo vomitar, recebendo um tapa no braço como resposta. – Muito agressiva 'pro meu gosto, ainda só são cinco e quinze!
– Eu vou te socar, seu lindo!
– Nossa.
Me sento e pego um prato, provando uma parte, meio desconfiado, Bella nunca gostou de cozinhar.
– 'Tá uma delícia, parabéns, maninha! – Digo e rio ao ver ela me olhar esperando uma opinião. – Mas continuo achando que tem veneno, uma comida tão boa vinda de você não parece bom sinal...
Bella revira os olhos enfiando um pedaço de comida na boca, mastigando lentamente.
Coloco uma roupa e desço a escada, me despedindo da minha mãe com um beijo na bochecha e mandando um tchau para Bella, acompanhado de um beijo no ar.
Já fora de casa, pego meu fone coloco em um dos meus ouvidos, é realmente perigoso se distrair totalmente do que se passa à volta na rua, mas eu não sobrevivo sem música. A música é um caminho ainda pouco percorrido para eu conseguir expressar a minha fraqueza, transformando-a em força e me aceitar e aguentar ser frágil do jeito que eu sou.
Eu sempre achei que ia morrer sozinho e, a cada dia que passa, as certezas só começam a aparecer ainda mais, no fundo, a culpa é minha, eu só gosto de quem não gosta de mim, um amor fácil me apavora.
Eu, até hoje, só me apaixonei por pessoas que me fizeram chorar e me maltrataram, mas tudo bem.
Quando chego à faculdade, vou em busca da Malu e do Pedro, normalmente, a gente se encontra na porta frontal da faculdade. Caminho um pouco e logo encontro Pedro, ele está vestido uma calça jeans, uma blusa preta básica e um All Star preto de cano alto, que, por sinal, combina bastante com o meu All Star azul.
– Oi, bê!
– Oi, amô!
Sim, durante esses anos a gente criou o hábito de se chamar por vários outros apelidos, mas nunca mais fizemos nada mais.
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Eles estão sorrindo ou torcendo para eu te superar?
Romance"Nunca foi falta de amor, você só já não estava aqui." Um romance entre Pedro Tófani, diretor criativo, ator e compositor e Jão, ou melhor, João Vitor, um cantor e compositor nascido em Américo Brasiliense, no interior de São Paulo, desenvolvido em...