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                            James Gancho

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                            James Gancho

A voz de Uliana ecoava pelo ambiente,        carregada de uma frieza calculada.

Cada palavra que saía da boca dela parecia mais afiada que a anterior, enquanto eu permanecia encostado na parede, braços cruzados, observando tudo com uma indiferença cuidadosamente calculada.

As sombras da sala dançavam conforme ela se movimentava, mas para mim, era como assistir a um teatro já conhecido, onde o final nunca me surpreendia.

Eu a escutava falar sobre destruir Bridget, sobre arrancar a imagem perfeita que ela tanto prezava e deixá-la vulnerável diante de todos.

Havia um fervor nos olhos de Uliana, algo que teria me interessado em outro tempo, mas agora era só mais um espetáculo patético.

O que Uliana estava tentando fazer? Provar que era capaz de ferir alguém que, no fundo, nem valia o esforço.

Enquanto ela continuava a traçar seus planos, senti o olhar dela cruzar com o meu, buscando alguma reação, algum sinal de que suas palavras estavam surtindo efeito.

Mas tudo o que ela encontrou foi a mesma expressão vazia de sempre.

Uliana poderia destruir Bridget, ou não. Eu não estava lá para intervir, apenas para testemunhar.

Eu estava nesse jogo por razões que Uliana não precisava saber. A dor, o ódio, a vingança que ela alimentava, nada disso era meu fardo.

Eu era um espectador, não um jogador.

Finalmente, Uliana parou de falar, esperando uma resposta minha. Eu sabia que ela esperava mais do que o que eu estava disposto a dar, mas decidi falar, só para não deixar o silêncio se estender demais.

— Se é isso que você quer, Uliana, faça do seu jeito.

Minha voz saiu firme, mas completamente desinteressada. Ela poderia perceber, se quisesse, que eu não estava nem um pouco investido no que ela estava dizendo. E, sinceramente, eu queria que ela percebesse.

Observei-a por mais um momento, vendo a fúria borbulhando logo abaixo da superfície.

Eu deveria me importar, talvez até alertá-la sobre o caminho perigoso que estava trilhando, mas, honestamente, o destino dela não era problema meu.

Eu desviei o olhar, a sensação de tédio voltando a se instalar.

No fundo, nada do que ela fazia realmente me afetava.

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