O Chefe da Máfia | Min Yoongi

Capítulo 13 - O pesadelo se tornou realidade (+18)

Sangue. Era tudo o que eu via em minha mente e era tudo o que eu sentia em minhas mãos, mesmo que agora elas já estejam limpas.

Em um curto intervalo de tempo, assisti ao meu irmão morrer e derramar seu sangue sobre mim. Em seguida, matei quem lhe tirou a vida, também tendo o sangue do assassino derramado sobre mim.

Eu não sabia mais quem eu era. E eu sentia, aos poucos, que eu estava me perdendo.

Só tinha uma pessoa que ainda me mantinha de pé. Ele.

Continuávamos juntos, mas algo mudou dentro de mim. Eu me sentia vazia. Diferente. Talvez seja esse o sentimento de alguém que comete um crime pela primeira vez.

Crime não. Justiça. Foi isso o que eu fiz. Eu fiz justiça pela vida do meu irmão.

E eu não me arrependia de nenhuma forma. Afinal, tirando a vida daquele homem, provavelmente salvei muitas outras vidas.

Ainda assim, eu não me sentia bem. Não me sentia normal. E tudo o que eu precisava fazer era ocupar minha mente para evitar aquele tipo de pensamento.

Ocupando a função que eu exercicia no início, retornei à galeria de Yoongi para trabalhar para ele. Ou melhor, trabalhávamos juntos. Pois agora eu entendia a profundidade do que realmente acontecia ali.

Yoongi sempre teve o sonho de trabalhar com arte. Quando criança, ele desenhava e pintava, e agora eu sabia do talento que ele escondia ao descobrir que aqueles desenhos que eu guardava desde a infância foram feitos por ele.

E após ser corrompido pela máfia, ele ainda mantinha a galeria em consideração ao seu antigo desejo de ser artista. Mesmo que agora o intuito desse lugar seja para tudo, menos para apreciar arte.

A galeria reunia uma coleção de obras valiosas, mas todas eram roubadas e vendidas de forma ilegal. Semanalmente, Yoongi recebia novos materiais, e ele os revendia pelo dobro do preço para outros membros da máfia, que também os vendiam por um preço ainda mais caro para o mercado. E assim o esquema acontecia.

Também aconteciam reuniões e eventos clandestinos disfarçados de exposições e leilões de arte, quando na verdade a máfia estava reunida para discutir suas atividades.

Yoongi aceitou esse caminho por ser o menos sujo de todos. E agora, oficialmente, eu o ajudava.

— O que me recomenda hoje? — Lucca, um grande cliente de Yoongi da máfia italiana, me pergunta.

Logo no início do meu trabalho na galeria, eu o atendi, e agora ele estava de volta para comprar novas obras.

Era nítida a diferença de quem eu era antes e de quem eu sou agora.

Antes, eu era uma mulher inocente e com princípios claros. Acreditava em certo e errado. Acreditava em justiça.

Agora, eu entendo que justiça não existe. Não da forma como aprendemos. Muitas vezes, temos que fazê-la com nossas próprias mãos.

— Sn? — Lucca me chama novamente, e eu percebo que estou vagando acordada.

— Separei essas peças para você — Respondo ao acordar de meu transe, o levando até as obras — Acredito que sejam do seu gosto.

Ele as observa interessado, examinando-as, e em seguida volta seu olhar a mim.

— Você está diferente — Ele fita meu corpo por alguns segundos e depois para seu olhar em meu rosto — Não é mais a mesma.

— O que quer dizer? — Pergunto, curiosa. Não entendo aonde ele quer chegar.

— Tem algo de sombrio em seus olhos — Ele se aproxima, fazendo um contato visual intenso — Antes eles exalavam inocência. Agora exalam sofrimento.