Reflections

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   No DEO, Kara Danvers, ainda com um leve tom de exaustão visível, a kryptoniana sentou-se em uma cadeira metálica enquanto Alex ajustava o equipamento ao seu redor, o ambiente estava cheio dos típicos sons de zumbidos e cliques dos aparelhos de monitoramento, as luzes frias e o ar carregado com o cheiro de tecnologia avançada criavam uma atmosfera de expectativa e preocupação.

   Kara tentava organizar seus pensamentos, a lembrança da recente interação com a vigilante de Gotham, Batgirl, e a estranha caixa azul ainda estavam frescas em sua mente. Sentia um misto de frustração e curiosidade, enquanto se esforçava para entender o impacto que o artefato tinha causado em seu corpo e mente.

– Não sei, Alex – a kryptoniana começou, sua voz cheia de uma frustração palpável. – Não consigo esperar nada de bom vindo de Gotham – a ruiva ajustou o visor do scanner e olhou para sua irmã com um olhar compreensivo. Sabia o quanto a kryptoniana podia ser desconfiada em relação a forasteiros, ainda mais vindos de Gotham – Só de pensar que há um dispositivo que me enfraquece e não é kryptonita, me deixa nos nervos. Se cair em mãos erradas pode vir a colocar todos vocês em perigo, eu jamais me perdoaria se estivesse vulnerável a ponto de não poder protegê-los.

– Ela chegou a mencionar algo sobre a caixa? – Alex perguntou, enquanto ajustava os parâmetros do scanner. – Qualquer informação pode ser útil para o Brainy. Talvez ele consiga achar a assinatura da energia e rastreá-la.

   Kara hesitou por um momento, recordando da breve discussão que teve com a morcega de Gotham. – Ela não revelou muito – a heroína respondeu, olhando preocupadamente para o visor do scanner. – A única coisa que disse foi que a caixa estava relacionada a uma anomalia energética em Gotham e que poderia ser crucial para resolver o problema de lá.

   Alex observou a tela do monitor com um olhar preocupado e ajustou os controles para examinar mais detalhadamente, a leitura mostrava níveis elevados de silício no sistema de Kara, algo incomum e alarmante.

– Que estranho – murmurou Alex, enquanto mexia nos controles do scanner. – Os níveis de silício no seu sistema estão saturados – Kara olhou para a irmã, visivelmente preocupada.

– O que quer dizer? – perguntou, visivelmente intrigada.

   Alex com um semblante de concentração, começou a preparar uma amostra do sangue da kryptoniana, ela cuidadosamente coletou um pequeno frasco e se dirigiu ao microscópio localizado em uma mesa próxima. Pingando uma gota do sangue de Kara na lâmina histológica, ela depositou a amostra sob a lente do microscópio e começou a ajustar a ampliação. À medida que conseguia ver com nitidez, Alex observou como as moléculas de silício estavam interagindo de maneira inesperada com as moléculas de oxigênio no sangue da heroína.

– Isso é fascinante – murmurou Alex, sua voz carregada de surpresa. – As moléculas de silício estão formando vários grupos de silicatos, o que não é nada comum em uma composição de sangue humano.

   Ela ajustou novamente as configurações no monitor, de modo que pudessem ver com mais clareza o que era observado sob as lentes do microscópio. O que apareceu na tela era uma rede intrincada de grupos de silicatos, cada grupo parecia criar estruturas complexas, o que alteravam a forma como as moléculas de oxigênio estavam dispostas, interferindo na fluidez e função normal do sangue.

– Parece que o silício está usando do oxigênio em seu sangue para formar várias espécies de estrutura cristalina dentro do seu sistema – continuou Alex, definitivamente intrigada. – Isso pode estar afetando a maneira como o oxigênio é transportado e utilizado no seu corpo.

– Então, enquanto estava lutando, meu sangue estava sendo cristalizado e o oxigênio não estava circulando corretamente pelo meu corpo? – a kryptoniana perguntou, fazendo uma análise própria do que poderia ter ocorrido. Alex confirmou com um aceno de cabeça enquanto continuava a examinar a amostra sob o microscópio.

Echoes Of A Destiny Shared - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora