Echoes Of A Destiny Shared - Supercorp

Mirror

   Kara se forçou a respirar profundamente, tentando dissipar a raiva que ainda pulsava em suas veias, lhe confundindo os sentidos, não conseguia entender o porquê de ainda sentir tanto ódio do homem que ameaçou Lena, seus sentidos lhe diziam de todas as maneiras que ainda não havia acabado e que deveria voltar e finalizar o trabalho, mas sua consciência imoral, felizmente, a impedia de submeter-se aos pensamentos violentos. Sabia que havia chegado perigosamente perto de perder o controle e deixar aquela fúria a consumir.

   Ao se aproximar da equipe dos laboratórios S.T.A.R, seu semblante era sério, suas emoções estavam sendo cuidadosamente controladas, e por conta disso, havia uma tensão evidente em seus músculos, que imploravam por mais um pouco de poder. Cisco, Caitlin e Barry estavam já reunidos, em posse do protótipo, enquanto aguardavam a aproximação da Kryptoniana, todos visivelmente atônitos pela situação que se sucedeu, os olhares em si variavam entre preocupação e gratidão, ainda que no fundo, houvesse um brilho receoso, especialmente por parte de Barry, que podia perceber a intensidade nos olhos da heroína.

– Você está bem? – o velocista perguntou, genuinamente preocupado.

– Eu nunca me senti tão mortal em toda a minha vida – Cisco comentou, amenizando o clima com seu humor.

   Kara respirou fundo mais uma vez, tentando mascarar o cansaço emocional que sentia. – Estou bem, não se preocupem– respondeu, sua voz um pouco mais suave. – Precisamos conversar sobre esse dispositivo – todos acenaram em concordância.

   Cisco trocou um olhar preocupado com Caitlin antes de responder. – O dispositivo é um regulador de energia quântica, serve para distribuir energia em larga escala, sem que sofra tanta perda e conservação da energia.

   A explicação fez com que uma lâmpada se acendesse em sua mente, inevitavelmente, não pôde deixar de associar o dispositivo à caixa misteriosa. Aparentemente, tinha grandes chances de estarem relacionados, afinal, para quê mais um regulador de energia quântica seria usado senão para lidar com fontes enormes de energia?

– Sinto muito pelos estragos. National City não costuma ser assim, geralmente, eventos como esse são atípicos – a Super garantiu em nome da cidade.

– E quanto a nova vigilante? Novo membro de equipe? – Caitlin perguntou. – Mas reconheceria essa insígnia em qualquer lugar. Ela é de Gotham, certo? Equipe do Batman – disparou, vendo Kara apenas acenar positivamente.

– Não posso deixar que voltem à Central City com esse dispositivo – a kryptoniana começou, recebendo a atenção dos três.

– Se está preocupada com outra tentativa de roubo, saiba que nossa equipe tem mais meta humano que a sua – Barry brincou.

– Não estou subestimando vocês, mas, sim – suspirou cansada. – Receio que haja outra tentativa, aparentemente o interesse no dispositivo está ligado à uma tecnologia extraterreste, com uma fonte de energia aparentemente infinita – revelou, suas suposições até o momento eram aquelas, e não hesitaria em contar aos amigos, afinal, confiaria sua própria vida a eles. – Posso estar errada, pois se trata de um furo recente e que ainda não foi investigado por completo por falta de evidências.

– Isso é o motivo para ela estar aqui? – Cisco perguntou, referindo-se à vigilante que agora ajudava o restante das pessoas a saírem do salão.

– Bem, aparentemente sim – começou. – Está havendo algum tipo de anomalia energética em Gotham, e está supostamente relacionada à tecnologia extraterrestre que encontramos – respirando fundo, a kryptoniana fez uma breve pausa antes de continuar. – Eu a deixaria lidar com seus próprios problemas, mas a energia usada, consegue me afetar negativamente. E depois dessa descoberta, tenho certeza de que alguns criminosos já estão cientes e interessados. Me deixar vulnerável, seria deixar minha família vulnerável, e isso significa que alguém poderia usá-los para me atingir – confessou. – Assim como usaram Lena hoje... – a menção veio coberta de uma melancolia, o que fez com que todos entendessem seu ponto.